Cruz Vermelha espera entrar em Homs em meio a massacre sírio

domingo, 4 de março de 2012 11:13 BRT
Por Mahommed Abbas e Oliver Holmes

BEIRUTE, 4 Mar (Reuters) - A Cruz Vermelha esperava entregar uma vital quantidade de produtos de ajuda humanitária na cidade de Homs neste domingo, mas as tropas sírias ainda estão impedindo a entidade de ingressar na cidade, apesar da permissão do governo, três dias depois de os rebeldes terem sido expulsos de seu reduto.

"Temos luz verde, esperamos entrar, esperamos que hoje seja o dia", afirmou o porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha em Damasco, Saleh Dabbakeh, que não deu mais detalhes sobre as negociações com as autoridades sírias.

"Estamos muito preocupados com as pessoas em Baba Amro", afirmou, referindo-se ao isolado bairro de Homs.

Depois de um mês de bombardeios pelas forças do presidente Bashar al-Assad, aumentaram as preocupações com os civis feridos, famintos e que sofrem com o frio em Homs. Ativistas da oposição afirmaram que os membros do programa de ajuda humanitária estão sendo proibidos de entrar para que não vejam os "massacres" do Exército sírio.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, afirmou nesta sexta-feira que recebeu "relatos terríveis" de que as tropas estão executando e torturando pessoas em Homs, depois de os insurgentes terem abandonado suas posições.

Ao sul de Homs, a fronteira com a cidade de Qusair foi bombardeada pelas forças do governo, que forçaram residentes a fugir a pé para o Líbano, disse uma testemunha da Reuters.

"As pessoas afirmaram que estavam em casa quando, de repente, o bombardeio começou e elas tiveram que fugir. Elas afirmaram que havia tanques e disparos de armas de fogo", disse o repórter da Reuters Afif Diab.

Na fronteira, ele disse que havia principalmente mulheres fugindo com suas crianças. As explosões podiam ser ouvidas a partir da fronteira com o Líbano, localizada a cerca de 12 quilômetros de Qusair.
Ativistas também reportaram bombardeio na cidade de Rastan, ao norte de Homs, onde rebeldes estavam se refugiando.

"Os moradores me disseram que o bombardeio começou no início da manhã, pouco após helicópteros e aviões de reconhecimento terem sido vistos sobrevoando a cidade", disse Rami Abdelrahman, chefe do Observatório Sírio para os Direitos Humanos.

Confrontos entre os desertores do Exército Livre da Síria e as tropas de Assad também foram reportados em Jebel al-Zawiya, no norte do país.

O mundo se provou impotente para impedir os massacres na Síria, onde a repressão de protestos inicialmente pacíficos contra o governo de Assad causaram uma revolta de desertores do Exército e outros cidadãos.
COPIADO : http://br.reuters.com/
O governo afirma que está combatendo terroristas apoiados por países estrangeiros, a quem culpam pela morte de centenas de soldados e policiais em todo o país.

A ONU afirma que as forças sírias já mataram mais de 7.500 civis desde março passado, quando começou a revolta contra as quatro décadas de poder da família Assad.

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