Fifa e COL iniciam nova vistoria por estádios em meio a embate governo x Valcke
Futuro estádio do Corinthians, no bairro de Itaquera, será o primeiro a ser vistoriado
A partir desta terça-feira, 6 de março, em São Paulo, integrantes da Fifa e do Comitê Organizador Local (COL) vão começar uma nova etapa das vistorias nos estádios para a Copa do Mundo de 2014. Até o dia 12 deste mês, eles visitarão outras cinco cidades - Porto Alegre (7/3), Curitiba (8/3), Cuiabá (9/3), Manaus (10/3) e Natal (12/3) - para saber o andamento das obras.

No entanto, o que era para ser uma inspeção "tranquila" transformou-se em turbulência desde a última sexta-feira, quando o secretário-geral da Fifa, Jèrôme Valcke, afirmou que o Brasil precisa de um "chute no traseiro" para acelerar as reformas ao Mundial. E o dirigente chegará ao país no próximo domingo para também vistoriar algumas cidades.

Por causa disso, o governo federal - através do ministro do Esporte, Aldo Rebelo - já pediu à entidade máxima do futebol mundial que tire Valcke do cargo de interlocutor com a organização da Copa de 2014. A reclamação pelo termo utilizado por Valcke rendeu até comentário forte do assessor especial para assuntos internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, que o chamou de "vagabundo".

O secretário da Fifa, em um primeiro momento, chamou a reclamação brasileira de "infantil", mas nesta segunda-feira afirmou ter havido um erro de tradução da expressão francesa 'se donner un coup de pied aux fesses', que significaria apenas 'acelerar o ritmo'. "Infelizmente, essa expressão foi traduzida para o português usando palavras muito mais fortes", defendeu-se o dirigente.
Na visita ao Brasil na próxima semana, Jèrôme Valcke espera ser recebido pelo governo federal, algo que pode ter mudado depois da famigerada expressão. A presidenta Dilma Rousseff e Aldo Rebelo não estariam dispostos a realizar o encontro com o secretário da Fifa, mas o pedido de desculpas poderia demovê-los da ideia.

Sobre a inspeção nos estádios para a Copa de 2014, Fifa e COL vão encontrar um cenário pouco mais otimista em São Paulo, Cuiabá, Manaus e Natal. Em Porto Alegre, o Beira-Rio está com suas obras há mais de 250 dias por causa do impasse envolvendo a construtora Andrade Gutierrez, que não apresentou as garantias financeiras ao Banrisul para pegar o empréstimo junto ao BNDES.

Já em Curitiba, a Arena da Baixada também tem atraso nas reformas, mas as interferências no estádio do Atlético-PR são menores com relação a outras sedes.