Delegado chegou a pedir prisão de mulher de Amarildo

Mulher de Amarildo teve 
a prisão pedida (Reprodução/TV Globo)
desaparecido no rio
Mulher de Amarildo teve
a prisão pedida
Promotoria negou por falta de provas.

08/08/2013 07h27 - Atualizado em 08/08/2013 07h58

Promotoria desconsiderou pedido por falta de provas de ligação com tráfico.
Buscas por ajudante de pedreiro desaparecido desde 14 de julho continuam.

Do G1 Rio
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O ex-delegado-adjunto da 15ª DP (Gávea), Ruchester Marreiros, pediu a prisão temporária da doméstica Elisabete Gomes da Silva, mulher do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido desde o dia 14 de julho, após ter sido abordado por PMs na Rocinha, como mostrou o Bom Dia Rio. A informação foi publicada nesta quinta-feira (8) pelo jornal "Extra".
Segundo relatório do delegado, a mulher de Amarildo teria ligações com o tráfico de drogas da Rocinha. Mas a promotora do caso, Marisa Paiva, e o delegado titular da 15ª DP, Orlando Zaccone, responsável pelo inquérito, desconsideraram o pedido de prisão, alegando que não há provas que confirmem a ligação de Elisabete com traficantes da Rocinha.
Ainda segundo a reportagem, o pedido de prisão temporária de Elisabete foi feito durante uma operação chamada "Paz Armada", deflagrada um dia antes do sumiço de Amarildo.
A Delegacia de Homicídios (DH) continua as buscas pelo corpo de Amarildo. Na quarta-feira (7), as buscas dentro de uma mata próxima à sede da Unidade de Polícia Pacificadora da Rocinha terminaram sem êxito. O delegado titular da DH, Rivaldo Barbosa, e o promotor responsável pelo caso, Homero Freitas, afirmaram que pretendem fazer uma reconstituição ainda nesta semana. A denúncia de que havia um corpo no local foi recebida pela família de Amarildo. Um dos filhos de Amarildo, Anderson Gomes, que acompanhou as buscas, acredita que "só os policiais sabem" onde está seu pai.
"Se a gente chega em casa com alguma coisa da rua, e eu digo que achei, minha mãe vai dizer para eu deixar onde eu encontrei. E é o que eles tinham que ter feito: trazido o meu pai de volta depois de levar ele para a UPP", explicou Anderson. "Só acharam imagens dele entrando na UPP. E saindo, cadê?", questionou. "Só os policiais sabem onde está meu pai. Tenho certeza que foram eles que fizeram isso", disse Anderson.
Ele ainda descartou completamente a hipótese de que o tráfico tenha relação com o desaparecimento do ajudante de pedreiro. "Para ter certeza de que foi o tráfico, tem de vir de uma denúncia daqui de dentro. Aí, eles podem falar que é o Papa, o Lula, a Dilma, quem eles quiserem", contestou Anderson.
Uma das hipóteses usadas pela polícia nesta quarta é a de que Amarildo teria saído da UPP da Rocinha por uma escada, após ser liberado pelo major Edson Santos. Carlos Eduardo Barbosa, representante da Associação de Moradores da Rocinha, também acompanhou a diligência desde o início e discorda da versão.
"Há uma câmera no final da escada, e não existe nenhuma imagem que comprove que ele saiu de lá da forma que o major descreveu", disse Carlos Eduardo.
Reconstituição
Para o delegado, o momento é de trabalho interno. "Após ouvir 22 policiais militares e toda a família de Amarildo, o objetivo é preparar uma reconstituição ainda para esta semana", disse Rivaldo Barbosa, antes de ouvir um outro PM, totalizando 23 depoimentos.
De acordo com a polícia, a investigação analisa a possibilidade de a ação de policiais ou do tráfico de drogas para o desaparecimento do pedreiro Amarildo.
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