a oposição sai para as ruas
Protesto apoiado por políticos da oposição fica abaixo das expectativas
Cerca de 2.000 pessoas marcham em São Paulo por terceira vez a favor do “Fora Dilma”
María Martín
São Paulo
6 DIC 2014 - 20:38 BRST
Pela primeira vez após a apertada vitória de Dilma Rousseff, um
punhado de políticos da oposição, incluindo o candidato derrotado do
PSDB, Aécio Neves, convidou o povo a se juntar às manifestações
que se proliferam desde o mês de novembro em defesa do “Fora Dilma”. Os
esforços por esta terceira mobilização foram enérgicos, mas a
convocatória, feita em nove cidades, não superou as 2.000 pessoas em São
Paulo, e por aqui, mais uma vez, os organizadores tiveram que lidar com
os partidários da intervenção militar.
Aécio Neves, que tinha gravado um vídeo descrevendo a mobilização cidadã como a “única arma” contra “tudo o que está acontecendo no Brasil”, não apareceu. Também não foram o senador do PSDB Aloysio Nunes ou o ex-candidato pelo Partido Verde Eduardo Jorge, que também tinham apoiado o movimento nas redes sociais. Apenas o ex-governador de São Paulo e senador eleito pelo PSDB José Serra compareceu no final da marcha para dar seu “abraço” aos manifestantes. “Estamos aqui para botar a boca no trombone, exigir que haja uma mudança para o Brasil. Democracia não é só eleição. São valores que estão sendo pisoteados”, disse, do alto de um carro de som. “Nossa oposição não pode ficar no plano nacional, também tem que ser estadual e municipal”, gritou, antes de afirmar que São Paulo tem a pior das prefeituras com Fernando Haddad, do PT, no comando. O deputado federal José Aníbal (PSDB) também compareceu.
Convocadas às 15 horas no vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp), cerca de 800 pessoas, segundo a Polícia Militar, entoavam os gritos que já são habituais nos protestos que precederam as eleições do 26 de outubro: “Não vamos pagar a conta dos nossos vizinhos comunistas”, “Fora PT”, “Com o dinheiro roubado da Petrobras dá para construir 400.000 casas populares” ou “Menos Marx e mais Aristóteles”.
No mesmo lugar, separados por uma barreira policial, se concentravam os partidários de uma intervenção militar que vem sendo motivo de dor de cabeça para os organizadores dos atos pró-impeachment de Dilma e que, longe de ficar em casa, desta vez alugaram seu próprio carro de som. “Eu acredito que as Forças Armadas devem entrar no Planalto e tirar todos os políticos corruptos de lá. Temos que acabar com a opressão criminosa que é o comunismo na América Latina”, explicava a esteticista de 30 anos Valquiria Ihara enquanto um oficial pregava no microfone: “O ódio é um sentimento muito nobre que sai do coração dos patriotas. E eu odeio o PT, sim”. A centena de defensores da ideia de confiar o rumo do país aos militares acabou ficando no mesmo vão, cercada pela polícia. “Não queremos eles junto conosco”, repetiam os organizadores da marcha principal.
O gotejo de informações sobre o suposto esquema de propinas instalado na Petrobras continua sendo foco principal do discurso dos manifestantes. A favor do impeachment de Dilma, o executivo José Antônio Silva mantinha que “qualquer coisa” é melhor que “um partido tão corrompido como o PT”.
“Estas pessoas não estão aqui pelo PSDB, há uma crise de representatividade e o PSDB também forma parte dela, porque também não nos representa, mas estão vindo para a rua contra a corrupção. E conforme continuemos lendo mais notícias sobre a Petrobras, isto vai crescer”, afirmava Renan Starkey, um dos integrantes do Movimento Brasil Livre e organizador da marcha. Alguns metros atrás de Starkey, Rogério Chequer, um dos líderes do Movimento vem Pra Rua Brasil, que também participou da convocatória, lamentava o tom “agressivo” que tomou conta alguns momentos da marcha. “Nós não somos radicais, tentamos aglomerar as diferentes vozes sem separatismo e, menos quanto à intervenção militar, estamos abertos a discutir posições. O objetivo aqui é criar a voz do povo, porque sem oposição no Congresso o PT não teme ninguém”.
Três horas de caminhada depois, os manifestantes tomavam uma lateral da Praça Roosevelt, um lugar que já virou símbolo dos protestos de junho e dos atos contra a violência policial. A despedida dos participantes animados por um dos carros de som foi enérgica: “Dilma, vai tomar no cu!".
COPIADO http://brasil.elpais.com/
Aécio Neves, que tinha gravado um vídeo descrevendo a mobilização cidadã como a “única arma” contra “tudo o que está acontecendo no Brasil”, não apareceu. Também não foram o senador do PSDB Aloysio Nunes ou o ex-candidato pelo Partido Verde Eduardo Jorge, que também tinham apoiado o movimento nas redes sociais. Apenas o ex-governador de São Paulo e senador eleito pelo PSDB José Serra compareceu no final da marcha para dar seu “abraço” aos manifestantes. “Estamos aqui para botar a boca no trombone, exigir que haja uma mudança para o Brasil. Democracia não é só eleição. São valores que estão sendo pisoteados”, disse, do alto de um carro de som. “Nossa oposição não pode ficar no plano nacional, também tem que ser estadual e municipal”, gritou, antes de afirmar que São Paulo tem a pior das prefeituras com Fernando Haddad, do PT, no comando. O deputado federal José Aníbal (PSDB) também compareceu.
Convocadas às 15 horas no vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp), cerca de 800 pessoas, segundo a Polícia Militar, entoavam os gritos que já são habituais nos protestos que precederam as eleições do 26 de outubro: “Não vamos pagar a conta dos nossos vizinhos comunistas”, “Fora PT”, “Com o dinheiro roubado da Petrobras dá para construir 400.000 casas populares” ou “Menos Marx e mais Aristóteles”.
No mesmo lugar, separados por uma barreira policial, se concentravam os partidários de uma intervenção militar que vem sendo motivo de dor de cabeça para os organizadores dos atos pró-impeachment de Dilma e que, longe de ficar em casa, desta vez alugaram seu próprio carro de som. “Eu acredito que as Forças Armadas devem entrar no Planalto e tirar todos os políticos corruptos de lá. Temos que acabar com a opressão criminosa que é o comunismo na América Latina”, explicava a esteticista de 30 anos Valquiria Ihara enquanto um oficial pregava no microfone: “O ódio é um sentimento muito nobre que sai do coração dos patriotas. E eu odeio o PT, sim”. A centena de defensores da ideia de confiar o rumo do país aos militares acabou ficando no mesmo vão, cercada pela polícia. “Não queremos eles junto conosco”, repetiam os organizadores da marcha principal.
O gotejo de informações sobre o suposto esquema de propinas instalado na Petrobras continua sendo foco principal do discurso dos manifestantes. A favor do impeachment de Dilma, o executivo José Antônio Silva mantinha que “qualquer coisa” é melhor que “um partido tão corrompido como o PT”.
“Estas pessoas não estão aqui pelo PSDB, há uma crise de representatividade e o PSDB também forma parte dela, porque também não nos representa, mas estão vindo para a rua contra a corrupção. E conforme continuemos lendo mais notícias sobre a Petrobras, isto vai crescer”, afirmava Renan Starkey, um dos integrantes do Movimento Brasil Livre e organizador da marcha. Alguns metros atrás de Starkey, Rogério Chequer, um dos líderes do Movimento vem Pra Rua Brasil, que também participou da convocatória, lamentava o tom “agressivo” que tomou conta alguns momentos da marcha. “Nós não somos radicais, tentamos aglomerar as diferentes vozes sem separatismo e, menos quanto à intervenção militar, estamos abertos a discutir posições. O objetivo aqui é criar a voz do povo, porque sem oposição no Congresso o PT não teme ninguém”.
Três horas de caminhada depois, os manifestantes tomavam uma lateral da Praça Roosevelt, um lugar que já virou símbolo dos protestos de junho e dos atos contra a violência policial. A despedida dos participantes animados por um dos carros de som foi enérgica: “Dilma, vai tomar no cu!".
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