A justiça do Vaticano abriu uma investigação a dois ex-diretores do
Instituto para Obras de Religião (IOR, conhecido como banco do Vaticano)
por alegado desfalque em operações imobiliárias.
- Vaticano encontrou milhões ocultos mas nega que dinheiro seja ilícito
Vaticano encontrou milhões ocultos mas nega que dinheiro seja ilícito
por Susana Salvador
Papa Francisco criou a Secretaria para a Economia da Santa Sé
O "ministro" da Economia, cardeal George Pell, revelou que verbas
estavam escondidas e não apareciam nos balanços oficiais. Porta-voz do
Vaticano explicou que não estão em causa "recursos ilícitos, ilegais ou
mal administrados"
O Vaticano tem afinal mais
dinheiro do que pensava, depois de ter descoberto centenas de milhões de
euros "escondidos" que não apareciam nos balanços oficiais. A revelação
foi feita pelo cardeal australiano George Pell, que lidera a Secretaria
para a Economia da Santa Sé, uma organização criada pelo Papa Francisco
após inúmeros escândalos que envolveram o Banco do Vaticano, num
esforço de maior transparência dentro da Igreja Católica.
"É
importante indicar que o Vaticano não está falido", escreveu Pell num
texto na revista britânica Catholic Herald, explicando que a Santa Sé
"possui ativos substanciais e investimentos". Além disso, acrescentou,
"descobrimos que a situação é muito mais saudável do que parecia, porque
algumas centenas de milhões de euros estavam escondidos em diversas
contas setoriais e não apareciam nos balanços".
Questionado pelos
jornalistas sobre o tema, o porta-voz do Vaticano, padre Federico
Lombardi, fez questão de explicar que Pell "não falou em recursos
ilícitos, ilegais ou mal administrados". São, referiu, "fundos que não
estavam nas contas oficiais da Santa Sé ou da Cidade do Vaticano" e cuja
existência foi descoberta "no curso do processo de estudo e revisão"
que está a ser levado a cabo "tendo em vista a racionalização da gestão"
das contas.
Nem Pell nem Lombardi explicaram onde se encontrava
esse dinheiro, com o cardeal a indicar que havia uma cultura de
secretismo no Vaticano. "Congregações, conselhos e, especialmente, a
Secretaria de Estado gozavam e defendiam uma independência saudável",
escreveu, dizendo que "era impossível que alguém soubesse o que se
estava a passar no plano global". Isto porque "muito poucos eram
tentados a dizer ao mundo externo o que se estava a passar, exceto
quando precisavam de ajuda".
Vaticano abre investigação a dois ex-diretores bancários por alegado desfalque
por Lusa
Fotografia © REUTERS/Max Rossi
A justiça do Vaticano abriu uma investigação a dois ex-diretores do
Instituto para Obras de Religião (IOR, conhecido como banco do Vaticano)
por alegado desfalque em operações imobiliárias.
O anúncio foi
feito hoje pelo porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, que adiantou
que foi "o promotor de justiça do Tribunal do Estado da Cidade do
Vaticano quem abriu a investigação".
A decisão tem a ver com o
alegado desfalque de operações "realizadas no período 2001-2008" e a
investigação afeta também "um advogado", acrescentou, escusando-se a
revelar nomes.
"O problema foi apresentado à magistratura do
Estado da Cidade do Vaticano pela direção do IOR depois das operações de
verificação interna terem avançado no ano passado", disse.
O porta-voz acrescentou que as contas dessas pessoas no IOR "foram bloqueadas a título cautelar há algumas semanas".
copiado http://www.dn.pt/inicio/globo/
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário