Altman: “Por que só a ditadura foi investigada?” Leia aqui a íntegra de seu artigo.

Altman: “Por que só a ditadura foi investigada?”

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Causa espanto o fato de "ativistas supostamente vinculados à defesa dos direitos humanos", como o chileno José Miguel Vivanco, da ONG Human Rights Watch, e o criminalista José Paulo Cavalcanti Filho, um dos sete integrantes da Comissão Nacional da Verdade, se somarem aos defensores da tese de que o relatório da CNV é unilateral, por descrever apenas os crimes cometidos pelo Estado, afirma o jornalista Breno Altman; ele ressalta, em novo artigo, que durante o regime militar, "apenas um dos lados, o dos militares e seus aliados civis, locais e internacionais, escolheu a via de atropelamento das instituições, recorrendo a um ato de guerra contra a liberdade" e "colocou o Estado a serviço da morte e da opressão sistemática, da repressão clandestina e da destruição de direitos civis"; leia a íntegra
18 de Dezembro de 2014 às 12:33

247 – A tese de que a apuração realizada pela Comissão Nacional da Verdade estaria "contaminada porque exclui fatos violentos com origem na resistência democrática" tem, "na sua vanguarda pública, um punhado de generais aposentados, devidamente acompanhados por escribas dedicados ao adoçamento da tirania", afirma o jornalista Breno Altman, em nova coluna no blog parceiro do 247.
Ele diz que causa espanto, no entanto, o fato de "ativistas supostamente vinculados à defesa dos direitos humanos", como o chileno José Miguel Vivanco, da ONG Human Rights Watch, e o criminalista José Paulo Cavalcanti Filho, um dos sete integrantes do organismo criado no governo Dilma, se somem aos defensores da tese de que o relatório da CNV é unilateral, por descrever apenas os crimes cometidos pelo Estado.
Altman ressalta que a narrativa dos acontecimentos sobre o período de 1964 a 1985, quando os militares comandaram o Brasil, "recobre dupla mistificação, infelizmente pouco esclarecida pelo governo que nomeou a CNV e por seus próprios membros". O primeiro mito, escreve o colunista, "é de ordem moral e jurídica", e o segundo "é de natureza política e histórica". São eles:
- Toda quebra da ordem constitucional, para submeter uma nação à ditadura, estabelece imediatamente o pleno direito de insurgência contra a usurpação antidemocrática. Adquire lastro ético toda e qualquer forma de ação resistente, contra quaisquer alvos, civis ou militares, que representem o arbítrio. Ao mesmo tempo, torna-se ilegítimo qualquer julgamento ou ato repressivo, sob regime de exceção, contra aqueles que se levantam, de forma armada ou pacífica, para derrubar a tirania.
- Apenas um dos lados, o dos militares e seus aliados civis, locais e internacionais, escolheu a via de atropelamento das instituições, recorrendo a um ato de guerra contra a liberdade. Somente este lado, o dos golpistas, colocou o Estado a serviço da morte e da opressão sistemática, da repressão clandestina e da destruição de direitos civis. Foi este o lado que estabeleceu, de forma tácita ou decretada, duas décadas de sítio sobre a nação. Todos aqueles que perfilaram do lado oposto, o da resistência, serviram ao país e à democracia.
Altman constata: "São estes motivos, entre outros, que validam a missão cumprida pela Comissão Nacional da Verdade: investigar um tempo sombrio, durante o qual foi o Estado tomado de assalto por uma fração militar, política, midiática e empresarial que fez dos crimes de lesa-humanidade seu instrumento de poder e riqueza".
Leia aqui a íntegra de seu artigo.
copiado  http://www.brasil247.com/pt/

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