Lula defende a Petrobras: “tem muita força, gente”
Questionado até quando a estatal aguenta a crise em decorrência das investigações da Operação Lava Jato, ex-presidente responde: "A Petrobras tem muita força, gente"; sobre se Graça Foster deve continuar na presidência da companhia, afirma que este "é um problema da presidenta Dilma, não é meu"; petista criticou, sem citar o caso de corrupção na Petrobras, o "vazamento seletivo de inquéritos" e a "incitação ao linchamento midiático" em discurso durante evento de comemoração aos dez anos da reforma do JudiciárioQuestionado pela reportagem da Folha de S. Paulo sobre se achava que a presidente da companhia, Graça Foster, deveria ser mantida ou afastada do cargo, respondeu: "Eu não acho nem desacho. É um problema da presidenta Dilma, não é meu". Ontem, Graça disse a jornalistas que fica no cargo "enquanto tiver a confiança da presidente".
Em seu discurso no evento, que também homenageou o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, falecido em novembro, Lula atacou, sem citar a Lava Jato, o que chamou de "vazamento seletivo de inquéritos" e a "incitação ao linchamento midiático".
"Todos os que lutamos pela Democracia e pelo aperfeiçoamento institucional em nosso país somos defensores intransigentes da liberdade de imprensa e de manifestação. Isso não nos impede de repudiar, com vigor, a incitação ao linchamento midiático, que em nada contribui para o julgamento, necessariamente isento, no âmbito das instituições democráticas. Não nos impede de condenar, com veemência, que esse tipo de recurso seja utilizado na luta política", disse Lula.
O ex-presidente resgatou uma advertência do Instituto de Defesa do Direito de Defesa, elaborado inclusive por Thomaz Bastos, que aponta que se viola o direito de defesa "quando pedimos a condenação de alguém no primeiro dia em que seu nome aparece atrelado a um crime na mídia, quando permitimos o seu julgamento fora das regras previstas na Lei e ao tratar alguém como culpado antes de sua condenação em definitivo".
Em seguida, Lula comentou: "Estas palavras, de quase 20 anos atrás, são de extrema atualidade nesses dias em que setores partidários e da imprensa fazem tábula rasa de sagrados princípios do Estado de Direito. Neste momento se realizam investigações capazes de conduzir ao expurgo de práticas ilícitas e ao juízo de corruptos e corruptores. Mas há setores que se lançam à manipulação de denúncias e ao vazamento seletivo de inquéritos, com indisfarçável objetivo político-partidário".
"Como já ocorreu na história recente, pessoas e instituições investigadas pelas instituições tornam-se alvo de pré-julgamento público, sem acesso proporcional ao direito de defesa", acrescentou o petista. A declaração pode ter feito referência à Ação Penal 470, o chamado 'mensalão', e às investigações da Lava Jato.
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