Economia
Bolsa japonesa cai quase 5% repercutindo baixa dos mercados mundiais
O pregão começou em baixa de quase 2% e aumentou sua queda, repercutindo as perdas de Wall Street e dos principais mercados europeus na segunda-feira, que aconteceu em função de uma nova queda dos preços do petróleo.
Queda da bolsa e instabilidade dos bancos confirmam Delfim Netto
Ex-ministro já havia feito alerta sobre crise
Esta segunda-feira (8) foi de turbulência nas bolsas mundiais, com o preço do petróleo baixando mais uma vez dos US$ 30 e aumento dos temores sobre a economia mundial. Investidores estão preocupados com a saúde dos bancos, além de temores sobre a desaceleração global.
A tendência que se comprovou nesta segunda confirma o alerta feito pelo ex-ministro Delfim Netto, que destacou em recente artigo a saúde financeira dos bancos mundiais.
Em artigo intitulado "Dilema", na Folha de S. Paulo, Delfim afirmava: "A verdade é que hoje, depois de 3.000 dias e US$ 3 trilhões despejados pelo Fed, pelo Banco Central Europeu e pelo Banco Central do Japão, além das ejaculações monetárias aleatórias do Banco Central chinês, o mundo continua pendurado na brocha!"
No artigo, Delfim reforça: "Não dá mais para continuar ignorando que os problemas geopolíticos, os juros baixos e o endividamento por tanto tempo cobram o seu preço nos EUA, na Europa, no Japão e na China. Na economia não estimularam os investimentos e, consequentemente, a demanda efetiva. E na China, levaram a um superinvestimento público e privado cada vez mais insustentável. À persistente baixa inflação (nem elevá-la conseguiram!) somou-se o baixo crescimento real, o que reduziu o aumento nominal do PIB e tornou a necessária desalavancagem mais lenta e custosa."
E ele conclui: "O dilema é simples: ninguém sabe se haverá a necessária acomodação geopolítica e, na economia, se haverá tempo suficiente para uma desalavancagem controlada, ou se, a qualquer momento, um evento crítico iniciará uma nova crise mundial."
>> Veja aqui o artigo na íntegra
As ações europeias atingiram o menor nível em 16 meses, avançando nas perdas já registradas na semana passada. O índice das principais ações europeias FTSEurofirst 300 fechou com queda de 3,4%, a 1.239,68 pontos, menor nível desde outubro de 2013. O índice do setor bancário STOXX Europe 600 caiu 5,6%.
Em Frankfurt, o índice DAX caiu 3,3%, a 8.979 pontos. Em Londres, o índice Financial Times recuou 2,71%, a 5.689 pontos. Em Paris, o índice CAC-40 perdeu 3,2%, a 4.066 pontos. Em Milão, o índice Ftse/Mib teve baixa de 4,69%, a 16.441 pontos. Em Madri, o índice Ibex-35 registrou queda de 4,44%, a 8.122 pontos. Em Lisboa, o índice PSI20 caiu 2,8%, a 4.771 pontos.
Os preços de petróleo caíram para menos de US$ 30 o barril, após uma recuperação na semana passada. O preço do WTI recuava 3,4%, a US$ 29,84. O Brent perdia 2%, a US$ 33,39.
Os temores com relação aos bancos fizeram disparar os custos de empréstimos em Portugal, Espanha e Itália. A taxa dos títulos de dez anos da dívida de Portugal subiu para 3,14%, o maior nível desde julho de 2015
A Bolsa de Atenas, na Grécia, caiu ao menor nível em 25 anos, puxada pelas ações dos bancos. Os papéis do Eurobank perdiam 27%, enquanto os do Banco Nacional da Grécia recuavam 25% e os do Piraeus tinham queda de 20%.
Já na Ásia, Bolsa do Japão avançou 1,1%, recuperando perdas. Enquanto isso, na Índia a bolsa caiu 0,6%. Na China, Hong Kong, Taiwan, Coreia do Sul, Cingapura, Indonésia, Malásia e nas Filipinas, os mercados ficaram fechados por causa do feriado do Ano Novo Chinês.
Agência de Energia descarta aumento dos preços do petróleo a curto prazo
A Agência Internacional de Energia (AIE) rejeitou nesta terça-feira (9) as previsões que apontam para uma desaceleração da queda do preço do petróleo, realçando que não vislumbra um aumento dos preços a curto prazo.No seu relatório mensal sobre o mercado do petróleo em fevereiro, a AIE desmontou as principais suposições sobre o excesso da oferta global, que foi responsável por uma queda de mais de 70% dos preços no último ano e meio.Segundo a organização, a especulação sobre a existência de um acordo entre a Organização dos Países Exportadores (OPEP) e os principais produtores que não pertencem à organização para reduzir a produção não é mais do que “uma mera conjectura”.
O documento acrescenta que, apesar da crença de que a produção não vai aumentar tanto em 2016 como em 2015, a produção no Iraque atingiu um novo recorde em janeiro, com indícios de que a Arábia Saudita aumentou as ordens de produção e que no Irã também acelerou sua produção, depois do levantamento das sanções.
A AIE também tem dúvidas sobre a possibilidade de a queda dos preços do petróleo levar a um aumento da procura, estimando mesmo uma desaceleração do crescimento do consumo para este ano.
O organismo alerta que o excedente da oferta face à procura no início de 2016 ainda é maior do que o previsto no relatório anterior. “Se estes valores se confirmarem, num mercado inundado de petróleo, é difícil perceber como é que os preços de petróleo poderiam aumentar significativamente a curto prazo”, concluiu.
copiado http://www.jb.com.br/economia/
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