Rajoy quer governar a dialogar e negociar com todos os partidos
Dez meses depois, Espanha volta a ter Governo. Rajoy já foi investido
EPA/JUAN CARLOS HIDALGO
Apesar da orientação dada no sentido da abstenção, alguns deputados socialistas voltaram a votar contra a investidura de Rajoy O
conservador Mariano Rajoy do Partido Popular foi hoje, em Madrid,
investido presidente do Governo pelo parlamento espanhol, depois do PSOE
ter decidido abster-se para evitar a realização de novas eleições.
Acabam assim os 314 dias que Espanha passou sem governo.
A
investidura do chefe do atual Governo de gestão foi aprovada por 170
votos a favor dos deputados do Partido Popular (PP, direita), do
Cidadãos (centro) e da Coligação Canárias (regional), tendo votado
contra 111 deputados da coligação Unidos Podemos (extrema-esquerda) e
todos os partidos regionais, nacionalistas e independentistas.
Apesar
da orientação dada no sentido da abstenção, 15 deputados socialistas
não respeitaram a disciplina de voto e voltaram a votar hoje contra a
investidura de Rajoy, não se sabendo ainda se serão sancionados pela
direção do partido.
"Os últimos quatro anos foram muito difíceis
[...] há ainda muitas tarefas para realizar [...] vamos tentar encontrar
acordos com todos" os partidos, disse Rajoy logo a seguir à votação no
Congresso de Deputados.
Rajoy vai anunciar na próxima quinta-feira
a composição do novo executivo, que deverá tomar posse na sexta-feira
numa cerimónia presidida pelo rei Felipe VI. Segundo a agência EFE, o
anúncio foi feito pelo próprio nos corredores do Congresso dos Deputados
(parlamento).
Mariano Rajoy tem 61 anos, é presidente do Governo
desde 2011, quando foi eleito depois de ganhar com uma maioria absoluta
as eleições ao PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), e deverá
tomar posse na tarde de domingo.
O candidato de direita vai agora
governar apoiado por uma minoria no Congresso dos Deputados (parlamento)
tendo-se já manifestado "consciente do que isso significa" e disposto a
pedir a colaboração de outros partidos, principalmente ao Cidadãos e ao
PSOE.
Mariano Rajoy assegurou antes da votação dos deputados que
iria "corrigir tudo o que mereça correção, a melhorar tudo o que for
melhorável e a ceder em tudo o que seja razoável", mas não a "derrubar
tudo o que foi construído".
O chefe do grupo parlamentar do PSOE,
António Hernando, avisou hoje Mariano Rajoy de que os socialistas irão
"vigiar cada passo" que este der e que irão "aprovar iniciativas" que
considerem necessárias.
Ao início da tarde, o ex-líder do PSOE,
Pedro Sánchez, renunciou ao lugar de deputado para evitar a obrigação de
respeitar a disciplina de voto do seu partido e abster-se na votação.
A
mudança de posição do PSOE foi muito criticada por toda a
extrema-esquerda reunida na coligação Unidos Podemos que, apesar de ter
menos deputados do que os socialistas, quer liderar a oposição a Rajoy a
partir de agora.
Os socialistas estão muito divididos, tendo-se
Pedro Sánchez demitido em 01 de outubro por não concordar com a maioria
do seu partido que decidiu que o PSOE se deveria abster para evitar umas
terceiras eleições no espaço de um ano.
Na primeira votação de
investidura, na quinta-feira, a candidatura de Mariano Rajoy foi
chumbada pelos mesmos 170 votos a favor contra 180 contra de toda a
esquerda (incluído o PSOE) e partidos regionais.
O líder do PP já
tinha falhado uma primeira tentativa de investidura em setembro último
quando apenas contou com o apoio do Cidadãos e da deputada da Coligação
Canária, tanto na primeira como na segunda votação e a oposição de todos
os outros partidos.
O PP foi o partido mais votado, mas sem
conseguir a maioria absoluta, tanto nas eleições que se realizaram a 20
de dezembro de 2015 como nas eleições de 26 de junho em que aumentou a
percentagem de votantes e o número de deputados.
O PP teve em
junho 33,0% dos votos e 137 deputados, seguido pelo PSOE com 22,7% e 85
deputados, Unidos Podemos com 21,1% e 71 deputados e Cidadãos com 13,0% e
32 deputados.
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