Azeredo Lopes salienta que as "tragédias devem fazer-nos refletir"
O
ministro da Defesa disse hoje registar os passos dados pelo inquérito
criminal à morte de dois instruendos no curso de Comandos e recusou
ligações entre as condições de treino naquele regimento do Exército e na
Força Aérea.
"Não deixaria de se ir até às últimas
consequências", afirmou o ministro Azeredo Lopes, destacando o empenho
do ministério no objetivo de apurar o que se passou no 127.º curso de
Comandos e daí retirar "com calma e serenidade" as "lições devidas".
"As
tragédias devem-nos fazer refletir, devemos tomar todas as medidas para
avaliar todos os planos e devemos ver, com calma e serenidade, como é
que retiramos daqui as lições devidas para que não tornem a ocorrer",
considerou.
José Azeredo Lopes respondia aos jornalistas à margem
da reunião de ministros da Defesa da NATO, que termina hoje em Bruxelas,
no quartel-general da Aliança, após questionado sobre a constituição
como arguidos de dois enfermeiros militares.
Os dois enfermeiros
militares foram ouvidos na terça-feira como arguidos no inquérito às
circunstâncias do treino que levaram à morte de dois alunos do curso de
Comandos e ficaram com termo de identidade e residência.
Nesta
investigação, a decorrer no Departamento de Investigação e Ação Penal
(DIAP) de Lisboa, o Ministério Público é coadjuvado pela Polícia
Judiciária Militar.
"Se no decurso dessa investigação e da audição
de testemunhas foi entendido que aquelas duas pessoas deviam ser
constituídas arguidas, eu meramente registo", afirmou.
Azeredo
Lopes afirmou ainda que "há aparentemente uma articulação virtuosa com o
poder judicial porque a investigação decorreu de forma muito rápida".
Um
dia depois da divulgação do comunicado da Força Aérea sobre as
conclusões do acidente com o C-130, no dia 11 de julho, apontando para a
perda de controlo do C-130 durante um exercício de treino, Azeredo
Lopes recusou ligações entre as duas situações.
Questionado sobre
se considera que devem ser alteradas as condições de treino na Força
Aérea uma vez que dentro das Forças Armadas já houve outra situação de
treino em que ocorreram mortes, Azeredo Lopes recusou a ligação,
afirmando as diferenças entre os dois tipos de treino.
"Se se
refere à situação posterior que ocorre nos Comandos, não consigo ver
qual é a relação entre uma situação e a outra. Os pilotos de C-130 têm
de ser testados em situações que não sejam fáceis, porque tratando-se de
pilotos das Forças Armadas, que têm de estar preparados para todos os
teatros de operações, sejam eles quais forem, o que se trata não é de
violentar ou de exigir fisicamente para além daquilo que é aceitável, é
de testar dentro de padrões de que, tenho a certeza, a Força Aérea
estabelece de forma muito rigorosa, mas sem ser absurda", disse.
Referindo-se
ainda ao comunicado da Força Aérea sobre o acidente com o C-130, em
julho, na base do Montijo, Azeredo Lopes reiterou que o relatório não
faz "um juízo de censurabilidade" na atuação da tripulação que, segundo o
relatório, perdeu o controlo da aeronave.
"A circunstância da
perda de controlo resulta de, infelizmente naquela circunstância, e
perante a enorme dificuldade do exercício que é proposto de ter corrido
alguma coisa mal", disse.
copiado http://www.dn.pt/portugal/interior/m
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