Temer. A enorme nulidade
Irresistível reproduzir o texto de Paulo Nogueira no Diário do
Centro do Mundo. Nem o ótimo Paulo Betti, que representou o canastrão no
cinema, lembra tanto: A incrível semelhança entre Temer e o Ed...
Irresistível reproduzir o texto de Paulo Nogueira no Diário do Centro do Mundo. Nem o ótimo Paulo Betti, que representou o canastrão no cinema, lembra tanto:
copiado http://www.tijolaco.com.br/blog/
Temer. A enorme nulidade
Irresistível reproduzir o texto de Paulo Nogueira no Diário do Centro do Mundo. Nem o ótimo Paulo Betti, que representou o canastrão no cinema, lembra tanto:
A incrível semelhança entre Temer e o Ed Mort de Veríssimo. Por Paulo Nogueira
Verissimo tem um personagem chamado Mort. Ed Mort. É um detetive particular extremamente atrapalhado.
Mort trabalha num cubículo no Rio tão
pequeno que decide tratá-lo como cubi. Cubículo é uma palavra grande
demais para o tamanho do aposento.
Me veio à cabeça Temer. Michel Temer.
Temer é hoje uma figura tão diminuta que poderíamos chamar de Te. Pre
Te. Presidente Temer.
Pensei em várias coisas relativas a isso. Por exemplo: que aconteceria se seus seguidores convocassem uma manifestação pró-Te?
Quantas pessoas compareceriam?
Nem ele. Porque Te não vai a lugares públicos. Ele se esgueira e se esconde, com pavor das vaias.
Me pergunto, também, se os garçons do Planalto ainda lhe servem o tradicional café.
Não há nada mais melancólico do que
final de governo. O alarido festivo dos primeiros dias é substituído
pelo silêncio mórbido da era que se encerra.
Pior ainda é quando você pula uma casa. Mal começa e já vive o clima dos últimos tempos, como Te.
Certas pessoas públicas despertam
admiração e paixão à primeira vista. Com Te se deu o oposto. Os
brasileiros não conheciam Te. Ficara nas sombras da paixa política a
carreira toda. Quando o conheceram, imediatamente o desprezaram.
Uma nova pesquisa Ipsos mostrou, hoje, que apenas 9% dos ouvidos o acham ótimo ou bom.
É uma irrelevância estatística, mas se você observar Te vai ver que 9% francamente é demais.
No noticiário político, ele
rapidamente passou a figurante, ainda que no Planalto. As pessoas falam
em Carmen Lúcia, em Renam, em Eduardo Cunha, mas não nele.
É como aquele convidado numa festa
que ninguém quer ouvir, mesmo sendo pretensamente o dono. Num
determinado momento o descaso é tão grande que ninguém sequer finge
interesse no homem deixado num canto.
Parece evidente, a alta altura, que
ele não chegará ao final da festa. 2018 é longe demais para alguém com
as características de Te.
Quem ocupará seu lugar até lá?
É uma questão tão complexa que até o nome de FHC foi ventilado.
Uma coisa é certa: o substituto não pode ser tão insignicante que tenha o mesmo destino do cubículo de Mort. Ed Mort.
Igualdade não é ideologia. Igualdade é humanidade. Viva o Rio de Janeiro! video
É evidente que vou votar em Marcelo Freixo neste domingo. E é
também evidente a quem acompanha este blog, que o farei sem um grama da
paixão vibrante que, a cada eleição, sempre me...
É evidente que vou votar em Marcelo Freixo neste domingo.
E é também evidente a quem acompanha este blog, que o farei sem um grama da paixão vibrante que, a cada eleição, sempre me acompanhou.
Dói-me ver o Rio submetido a uma disputa tão medíocre e, sobretudo, com a eleição transformada numa guerra religiosa.
Quem está aqui e assiste as peças de propaganda na TV e no rádio verifica isso. Quem não está, não pode imaginar.
Mas aí, em meio a este horror para quem ver quem é o mais “correto”, o mais certinho, o mais bem cuidado, eis que me surge uma luz, um retrato do Rio que ainda é (que ironia!) desenhado ao som de “Sampa” de Caetano Veloso.
Aquele pobre homem, homem pobre, largado, andrajoso, possivelmente com chagas pelo corpo, certamente com chagas de desilusão sobre a alma, olhando as delicadas moças que dançam, é, essencialmente, um homem como eu.
Não assim, como da mesma espécie animal, como fosse vínculo longínquo de cromossomos, um parentesco distante como – alguns nem isso, rejeitando Darwin – o de um símio.
Tudo o que me veio, ao ver a cena, preciosamente registrada por meu amigo Hayle Gadelha, foi só uma coisa: vontade de me sentar no chão ali, ao lado dele, e viver o mesmo encantamento.
Simples, gratuito, humano, gentil.
Mais ainda.
Sentar-me ao lado de alguém que tenha tido dificuldades maiores que as que tive, sortes menores, carinhos ínfimos, amores mais escassos, revezes mais terríveis.
E ainda assim tão igual a mim ao olhar uma linda cena.
Eu é quem devo procurar em mim o que é igual a ele e não ver se acho nele algo que seja igual a mim.
Também eu não vivo na praça, dizendo minhas sandices, coisas que fogem ao senso comum e, mesmo razoavelmente articuladas, chamadas de loucuras pelos “homens bem-sucedidos”?
Também eu não estendo o meu chapéu roto – embora cibernético – para viver do que me dão os que me ouve e acham sentido no que digo?
Também eu não sou fruto do amor, da solidariedade, da capacidade humana – mais, da inevitabilidade – de sermos diferentes e amarmos igualmente o belo, o bom, o justo?
Por isso é que a vontade que me vem é a de sentar ali, nas pedras portuguesas do largo que tem o nome de um mulato, Machado de Assis, ao lado do meu irmão negro e olhar encantado o que é bonito.
Não sei se ele reza,ou para quem reza, embora duvide de que aqueles a quem reza lhes retribuam em graças pequenas.
Uma bem grande, porém, ele nos dá igual, a de sermos seres humanos, de reconhecermos nossa semelhança, onde um não é – apenas está , e olhe lá – melhor que o outro
Minha falta de fé não me faz melhor que a fé alheia, nem a fé – ainda que torta – alheia não faz ninguém melhor que eu.
O que faço, o que sou, o que tenho só me vale se eu continuar, até o último dos dias, tendo mais prazer de sentar ali, ao lado daquele homem, olhando as moças, e puder como o Chico Buarque, cantar minha cidade:
Viva o Rio de Janeiro, a mui leal e heroica cidade de São Sebastião da Liberdade!
É evidente que vou votar em Marcelo Freixo neste domingo.
E é também evidente a quem acompanha este blog, que o farei sem um grama da paixão vibrante que, a cada eleição, sempre me acompanhou.
Dói-me ver o Rio submetido a uma disputa tão medíocre e, sobretudo, com a eleição transformada numa guerra religiosa.
Quem está aqui e assiste as peças de propaganda na TV e no rádio verifica isso. Quem não está, não pode imaginar.
Mas aí, em meio a este horror para quem ver quem é o mais “correto”, o mais certinho, o mais bem cuidado, eis que me surge uma luz, um retrato do Rio que ainda é (que ironia!) desenhado ao som de “Sampa” de Caetano Veloso.
Aquele pobre homem, homem pobre, largado, andrajoso, possivelmente com chagas pelo corpo, certamente com chagas de desilusão sobre a alma, olhando as delicadas moças que dançam, é, essencialmente, um homem como eu.
Não assim, como da mesma espécie animal, como fosse vínculo longínquo de cromossomos, um parentesco distante como – alguns nem isso, rejeitando Darwin – o de um símio.
Tudo o que me veio, ao ver a cena, preciosamente registrada por meu amigo Hayle Gadelha, foi só uma coisa: vontade de me sentar no chão ali, ao lado dele, e viver o mesmo encantamento.
Simples, gratuito, humano, gentil.
Mais ainda.
Sentar-me ao lado de alguém que tenha tido dificuldades maiores que as que tive, sortes menores, carinhos ínfimos, amores mais escassos, revezes mais terríveis.
E ainda assim tão igual a mim ao olhar uma linda cena.
Eu é quem devo procurar em mim o que é igual a ele e não ver se acho nele algo que seja igual a mim.
Também eu não vivo na praça, dizendo minhas sandices, coisas que fogem ao senso comum e, mesmo razoavelmente articuladas, chamadas de loucuras pelos “homens bem-sucedidos”?
Também eu não estendo o meu chapéu roto – embora cibernético – para viver do que me dão os que me ouve e acham sentido no que digo?
Também eu não sou fruto do amor, da solidariedade, da capacidade humana – mais, da inevitabilidade – de sermos diferentes e amarmos igualmente o belo, o bom, o justo?
Por isso é que a vontade que me vem é a de sentar ali, nas pedras portuguesas do largo que tem o nome de um mulato, Machado de Assis, ao lado do meu irmão negro e olhar encantado o que é bonito.
Não sei se ele reza,ou para quem reza, embora duvide de que aqueles a quem reza lhes retribuam em graças pequenas.
Uma bem grande, porém, ele nos dá igual, a de sermos seres humanos, de reconhecermos nossa semelhança, onde um não é – apenas está , e olhe lá – melhor que o outro
Minha falta de fé não me faz melhor que a fé alheia, nem a fé – ainda que torta – alheia não faz ninguém melhor que eu.
O que faço, o que sou, o que tenho só me vale se eu continuar, até o último dos dias, tendo mais prazer de sentar ali, ao lado daquele homem, olhando as moças, e puder como o Chico Buarque, cantar minha cidade:
Rio do lado sem beira/Cidadãos
Inteiramente loucos/Com carradas de razão/À sua maneira/De calção/ Com
bandeiras/sem explicação/ Carreiras de paixão danada
Mas o que vejo são homens frios e mesquinharias, a disputar – como se
pudessem ter – uma cidade que já foi, e será de novo, tão quente quanto
é generosa.Viva o Rio de Janeiro, a mui leal e heroica cidade de São Sebastião da Liberdade!
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