DELAÇÃO Cavendish vai implicar Maia Empresário negocia colaboração e promete revelar “agrados” à família do presidente da Câmara

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Empresário negocia colaboração e promete revelar “agrados” à família do presidente da Câmara





Rodrigo MaiaBrasília. Em negociação para fechar acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro, o empresário pernambucano Fernando Cavendish, ex-dono da Delta Engenharia, tem, entre suas revelações sobre corrupção envolvendo agentes públicos, uma carta na manga que pode atingir o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Segundo reportagem da revista “Veja” desta semana, o empresário diz ter repassado dinheiro ao deputado e que a Delta iniciou a trajetória em direção ao sucesso quando Cesar Maia, pai de Rodrigo, foi prefeito do Rio, nos anos 1990 e 2000. Nesse período, segundo a revista, a Delta conquistou contratos de obras de grande porte, como a construção do Estádio Olímpico do Engenhão. Fernando Cavendish disse que, em troca, topou fazer agrados à família Maia. Na delação, segundo a “Veja”, o empresário promete “abalar a rotina de governadores, prefeitos e parlamentares”.

Governo do Rio. O pagamento de propina a gestores em troca de contratos com o setor público continuou e ganhou espaço também junto ao governo do Rio de Janeiro, segundo investigações conduzidas pelo Ministério Público e pela Polícia Federal contra Cavendish. Em junho do ano passado, a PF deflagrou a operação Saqueador para investigar a lavagem de R$ 370 milhões. O esquema envolvia, além de Cavendish, o bicheiro Carlinhos Cachoeira, os lobistas Adir Assad e Marcelo José Abudd, além de outras 19 pessoas. Todos viraram réus e respondem por participação no esquema.

Quatro meses depois, o MPF ofereceu denúncia contra o ex-governador do Rio Sérgio Cabral por participação no esquema de lavagem de dinheiro. Entre 2007 e 2012, durante a gestão de Cabral, a Delta teve 96,3% de seu faturamento oriundo de verbas públicas em um montante de quase R$ 11 bilhões. Deste total, segundo o MPF, R$ 370 milhões teriam sido lavados por meio de 18 empresas localizadas em endereços onde funcionam consultório de dentista, loja de gesso e até um matagal na beira de uma estrada. Alguns endereços não existem. 

copiado http://www.otempo.com.br/

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