POR EDSON SARDINHA | 27/02/2017 08:00
Um dos principais nomes da história do PT, José Dirceu assumiu a chefia da Casa Civil, no início do primeiro governo Lula, na condição de superministro. Mas não resistiu a três anos no cargo. Conhecido pela habilidade política e também pelo estilo duro, logo virou vidraça para a oposição e protagonizou as duas primeiras crises do governo Lula.
Homem de confiança de Dirceu, a quem era subordinado, o então subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil, Waldomiro Diniz, protagonizou a primeira denúncia de corrupção na era petista. Ele foi exonerado em fevereiro de 2004, acusado de ter recebido dinheiro de bicheiros para a campanhas do PT em 2002. Waldomiro foi flagrado em vídeo pedindo propina ao bicheiro Carlinhos Cachoeira, autor da gravação. Pela primeira vez, a oposição pediu a cabeça do ministro. Também foi tentada a instalação de uma CPI, que acabou barrada pela base governista.
Mas foi em 2005 que Dirceu se viu emparedado de vez. Condição da qual não se livrou até hoje. Acusado pelo então deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) de ter idealizado e coordenado o mensalão, o petista se viu obrigado a deixar a Casa Civil. Prometeu se defender na “planície” como deputado. “Zé Dirceu, se você não sair rápido daí (do governo), você vai fazer réu um homem inocente, que é o presidente Lula”, havia dito na véspera Jefferson em depoimento no Conselho de Ética. A estratégia do petista não deu certo.
Depois do mensalão, a Lava Jato
Na Câmara, ele e Jefferson acabaram tendo os mandatos cassados. Alguns anos depois seriam condenados à prisão pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do mensalão. O ex-ministro foi condenado a 7 anos e 11 meses de prisão e passou a cumprir a pena em 15 de novembro de 2013, após se esgotarem todas as possibilidades de recurso.
Dirceu está preso em Curitiba desde agosto de 2015. Ele foi alvo da 17ª fase da Lava Jato. Na época, o ex-deputado estava em prisão domiciliar pela condenação da Ação Penal 470. Em maio do ano passado, o juiz Sérgio Moro o condenou a 23 anos e 3 meses de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. No mês seguinte, Moro reviu a punição, a pedido da defesa, para 20 anos e 10 meses de reclusão, por ele ter mais de 70 anos.
Segundo Moro, Dirceu recebeu cerca de R$ 15 milhões em propinas do esquema da Lava Jato. De acordo com a sentença, o custo da propina foi repassado à Petrobras, por meio da cobrança de preço superior à estimativa.
Em outubro do ano passado, o ministro do STF Roberto Barroso concedeu perdão da pena imposta a Dirceu no mensalão. Mas, por causa da Lava Jato, ele continua preso. Cabe recurso contra a sentença de Moro.
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