Aos 3 anos, Lava Jato deixa histórias esquecidas em meio a escândalos
Um dos modelos apreendidos, um Rolex Oyster Yacht Master, é vendido por mais de R$ 28 mil. Um Carrera Calibre 16 é encontrado por R$ 18 mil. Um terceiro, um Rolex Oyster Perpetual Datejust, oscila de R$ 7,4 mil a R$ 8,9 mil.
O advogado de Delcídio, Antônio Figueiredo Basto, afirmou que até a sexta-feira (24) os relógios continuavam apreendidos no STF. "Só tem aquisição lícita. Ele tem outras rendas", afirmou. Indagado se o ex-senador tem como demonstrar a origem dos recursos, o advogado disse que o Ministério Público é que tem que apontar se houve algum crime.
"Ele não recebeu nenhuma propina, nunca recebeu, o dinheiro que entrou foi para caixa dois de campanha eleitoral", disse o advogado.
CARGOS ATENDIDOS
Em uma operação desencadeada com ordem do STF como desdobramento da Lava Jato em 2015, a Catilinárias, a PF apreendeu na sede da empresa do senador Fernando Coelho (PSB-PE), a Excelsus Participações, em Petrolina (PE), papéis que também só foram anexados tempos depois à investigação.
Havia um arquivo de computador intitulado "cargos atendidos" com 74 nomes e funções em órgãos públicos distribuídos por 12 municípios do Estado. Ao lado do nome e do cargo, há informações sobre quem pediu o cargo, como "indicação do prefeito". O arquivo de computador foi produzido em 2012.
Em outro papel apreendido na empresa, em um e-mail enviado em 2006, quando Coelho era prefeito de Petrolina (PE), um publicitário pediu R$ 30 mil para incluir o político como um dos agraciados do prêmio "Orgulho de Pernambuco" daquele ano, um evento então promovido pelo jornal "Diário de Pernambuco". Naquela época, segundo a atual direção do jornal, o veículo era gerido por outros empresários. O publicitário autor do e-mail também não trabalha mais com o jornal.
No e-mail, ele apresentou a Coelho uma saída engenhosa para emitir a nota fiscal. "Na papelada de faturamento não falaremos em 'prêmio ou troféu' e sim que você ou a Prefeitura paga essa importância", escreveu no e-mail. Pela proposta, em troca do pagamento o jornal iria publicar um "caderno especial" ("Essa página vai contar sua trajetória vitoriosa", escreveu o publicitário), além de deixar para Coelho um espaço reservado "quando for de seu interesse, em cores e no dia que for determinado".
A assessoria do senador disse que ele não pagou qualquer quantia relativa ao prêmio. "Tivemos inclusive o cuidado de pesquisar arquivos e confirmamos que Fernando Bezerra não foi homenageado naquele ano. Fernando Bezerra Coelho não se recorda de ter ido a algum evento (festa) relacionado ao referido encarte (de 2006)", informou a assessoria.
COMPRA DE VOTOS
Outra operação deflagrada com autorização do STF na Lava Jato, a Politeia, de julho de 2015, localizou uma série de anotações na casa de um ajudante parlamentar então lotado no gabinete do senador Fernando Collor (PTC-AL). Segundo a PF, os papéis "indicam compra de votos", com uma "relação de material de construção, quantidade de votos, nome, número de título eleitoral e seção".
A PF concluiu que a movimentação de recursos do assessor estava muito acima de sua capacidade financeira. A assessoria de Collor afirmou que o homem "faleceu no ano passado de causas naturais".
Disse ainda que o material apreendido na residência do assessor não tem qualquer relação com Collor e que, em 2016, o caso foi encaminhado pelo STF à Justiça Eleitoral.
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HISTÓRIAS PERDIDAS
Relatos das operações que passaram batido nos três anos da Lava Jato
RUBENS VALENTE
s
Entre milhares
de documentos produzidos pelas investigações nesses três anos de Operação Lava Jato, há histórias que acabaram esquecidas em meio a uma avalanche de revelações.
Uma delas é a coleção de 20 relógios de luxo das marcas Cartier, Rolex, Tissot e Bulgari do ex-senador Delcídio Amaral (ex-PT-MS), preso em 25 de novembro de 2015 por ordem do então ministro do STF Teori Zavascki.
Na época, ninguém soube, com exceção dos investigadores e outras pessoas diretamente envolvidas na investigação, que a Polícia Federal apreendeu o material na casa do então senador, no bairro Bela Vista, em Campo Grande (MS). O auto de apreensão com a descrição dos objetos só foi anexado ao inquérito após mais de um ano.
Um dos modelos apreendidos, um Rolex Oyster Yacht Master, é vendido por mais de R$ 28 mil. Um Carrera Calibre 16 é encontrado por R$ 18 mil. Um terceiro, um Rolex Oyster Perpetual Datejust, oscila de R$ 7,4 mil a R$ 8,9 mil.
O advogado de Delcídio, Antônio Figueiredo Basto, afirmou que até a sexta-feira (24) os relógios continuavam apreendidos no STF. "Só tem aquisição lícita. Ele tem outras rendas", afirmou. Indagado se o ex-senador tem como demonstrar a origem dos recursos, o advogado disse que o Ministério Público é que tem que apontar se houve algum crime.
"Ele não recebeu nenhuma propina, nunca recebeu, o dinheiro que entrou foi para caixa dois de campanha eleitoral", disse o advogado.
CARGOS ATENDIDOS
Em uma operação desencadeada com ordem do STF como desdobramento da Lava Jato em 2015, a Catilinárias, a PF apreendeu na sede da empresa do senador Fernando Coelho (PSB-PE), a Excelsus Participações, em Petrolina (PE), papéis que também só foram anexados tempos depois à investigação.
Havia um arquivo de computador intitulado "cargos atendidos" com 74 nomes e funções em órgãos públicos distribuídos por 12 municípios do Estado. Ao lado do nome e do cargo, há informações sobre quem pediu o cargo, como "indicação do prefeito". O arquivo de computador foi produzido em 2012.
Em outro papel apreendido na empresa, em um e-mail enviado em 2006, quando Coelho era prefeito de Petrolina (PE), um publicitário pediu R$ 30 mil para incluir o político como um dos agraciados do prêmio "Orgulho de Pernambuco" daquele ano, um evento então promovido pelo jornal "Diário de Pernambuco". Naquela época, segundo a atual direção do jornal, o veículo era gerido por outros empresários. O publicitário autor do e-mail também não trabalha mais com o jornal.
No e-mail, ele apresentou a Coelho uma saída engenhosa para emitir a nota fiscal. "Na papelada de faturamento não falaremos em 'prêmio ou troféu' e sim que você ou a Prefeitura paga essa importância", escreveu no e-mail. Pela proposta, em troca do pagamento o jornal iria publicar um "caderno especial" ("Essa página vai contar sua trajetória vitoriosa", escreveu o publicitário), além de deixar para Coelho um espaço reservado "quando for de seu interesse, em cores e no dia que for determinado".
A assessoria do senador disse que ele não pagou qualquer quantia relativa ao prêmio. "Tivemos inclusive o cuidado de pesquisar arquivos e confirmamos que Fernando Bezerra não foi homenageado naquele ano. Fernando Bezerra Coelho não se recorda de ter ido a algum evento (festa) relacionado ao referido encarte (de 2006)", informou a assessoria.
COMPRA DE VOTOS
Outra operação deflagrada com autorização do STF na Lava Jato, a Politeia, de julho de 2015, localizou uma série de anotações na casa de um ajudante parlamentar então lotado no gabinete do senador Fernando Collor (PTC-AL). Segundo a PF, os papéis "indicam compra de votos", com uma "relação de material de construção, quantidade de votos, nome, número de título eleitoral e seção".
A PF concluiu que a movimentação de recursos do assessor estava muito acima de sua capacidade financeira. A assessoria de Collor afirmou que o homem "faleceu no ano passado de causas naturais".
Disse ainda que o material apreendido na residência do assessor não tem qualquer relação com Collor e que, em 2016, o caso foi encaminhado pelo STF à Justiça Eleitoral.
Pedro Ladeira - 14.jul.2015/Folhapress | ||
Apreensão de carros de luxo na casa de Fernando Collor, na Operação Politeia, no DF, em 2015HISTÓRIAS PERDIDASRelatos das operações que passaram batido nos três anos da Lava JatoCompra de votosHISTÓRIAS PERDIDASRelatos das operações que passaram batido nos três anos da Lava JatoOs relógios de luxo de DelcídioHISTÓRIAS PERDIDASRelatos das operações que passaram batido nos três anos da Lava JatoLista de apadrinhados |
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