Portanto, há uma expectativa do Planalto de que o caso fique para maio, mês em que a ministra Luciana Lóssio também deixará o tribunal para dar lugar a Tarcísio Vieira. Aliados de Temer contam com os votos dos dois novos ministros para impedir a cassação do presidente, ou, pelo menos, com eventuais pedidos de vista dos novatos, o que poderia fazer o caso se arrastar até o segundo semestre de 2018, quando Temer já estaria perto do fim do mandato.
Recursos. A equipe de Temer também começou a esboçar estratégia jurídica para arrastar o desfecho do caso para o ano que vem. Se o peemedebista for cassado pelo TSE, a ideia é ingressar com recursos tanto na Corte Eleitoral como no Supremo Tribunal Federal (STF), empurrando uma decisão final para a véspera da sucessão eleitoral, em 2018.
Nas palavras de um assessor presidencial, com a proximidade de uma campanha eleitoral, “crescerá a pressão sobre o Poder Judiciário para que não casse o presidente”, reforçando a tese de que a saída de Temer causaria uma nova instabilidade política no país.
Preocupação
Lista de Janot. Temer quer evitar que o julgamento ocorra na mesma semana em que o Supremo vai decidir sobre os 83 pedidos de inquérito contra políticos, inclusive ministros de Estado.
INÍCIO
Julgamento terá quatro sessões
BRASÍLIA. O ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), marcou para a próxima terça-feira, dia 4, pela manhã, o início do julgamento da ação que pode cassar a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer. O ministro marcou, ao todo, quatro sessões para o julgamento na próxima semana.
Ele convocou duas reuniões extraordinárias – terça-feira pela manhã e quarta-feira à noite –, além de reservar as duas sessões semanais da Corte – terça-feira à noite e quinta-feira pela manhã – para o caso.
Pouco depois de Mendes anunciar as datas, o TSE informou que o Ministério Público Eleitoral entregou sua manifestação sobre o processo. O documento está em sigilo. O prazo para a apresentação da manifestação vencia nesta quarta-feira (29), mas o MP decidiu se adiantar.
As defesas de Dilma e Temer já haviam entregado suas alegações finais na última sexta-feira, e o ministro Herman Benjamin, responsável pela condução da ação no TSE, entregou aos colegas seu relatório final do processo nessa segunda-feira (27). A peça tem 1.086 páginas que resumem os principais pontos da ação. Fontes que acompanham as investigações dão como certo que o relator vai se posicionar a favor da cassação da chapa Dilma-Temer.
O cronograma do julgamento foi definido pelo presidente do TSE em reunião com os demais integrantes da Corte Eleitoral nessa terça-feira (28), antes da sessão plenária. Nos bastidores, Herman Benjamin vinha manifestando o desejo de que o julgamento ocorresse antes da saída do ministro Henrique Neves, que deixará a Corte Eleitoral no dia 16 de abril.
A ação foi apresentada pelo PSDB após a vitória da chapa na eleição de 2014. O partido argumenta que houve abuso de poder político e econômico da candidatura vitoriosa. Uma das principais linhas dos advogados de Temer é a de pedir a separação das responsabilidades sobre as contas da campanha. Eles argumentam que, como Temer optou pela abertura de uma conta separada como candidato a vice-presidente, “tem o direito de ter sua conduta individualizada”. Tanto a petista quanto o peemedebista pediram a anulação dos depoimentos prestados por ex-executivos da Odebrecht à Justiça Eleitoral.
Vazamentos
Sindicância. Mendes lembrou publicamente e informou os ministros do TSE que foi aberta na semana passada uma sindicância para apurar o vazamento de dados sigilosos do processo
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