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NELSON ALMEIDA/AFP
Com Tite, seleção conquistou 24 pontos em oito jogos e já está na Rússia
Eliminatórias Sul-Americanas
Oito vitórias consecutivas, algo inédito na história da seleção
brasileira nas Eliminatórias, asseguraram o que parecia impossível
quando Dunga deixou o cargo na sexta posição. Ratificado com vitória
sobre o Paraguai por 3 a 0, na terça-feira na Arena Corinthians, o
crescimento pelas mãos de Tite foi premiado
com a vaga para o Mundial da Rússia.
Os resultados não vieram por acaso, mas sim a partir de decisões
importantes e o trabalho obstinado do treinador e sua comissão técnica
que pensam em cada pequeno detalhe. Os acertos capitais da era Tite vão
desde a definição de um time base às relações pessoais, e desde uma
evolução nítida de Neymar e as apostas certeiras em nomes como Gabriel
Jesus e Paulinho.
Confira a lista abaixo:
Um time base rapidamente escolhido e mantido
É verdade que as vitórias deram contribuição e Tite segue o lema de
"time que ganha não se mexe". Mas a equipe base escolhida para o
primeiro jogo, ainda no Equador, teve 10 titulares mantidos ao longo nos
oito jogos. A exceção foi Coutinho na vaga de Willian, uma decisão que
já havia se desenhado no segundo tempo da vitória em Quito e foi tomada
pelo treinador em sua terceira partida. Os reservas ajudaram, como
Filipe Luís e Fernandinho, mas os titulares já se sabe de cor.
O goleador foi encontrado
Pedro Martins/Mowa Press
Se ainda era cru para assumir um papel na era Dunga, Gabriel Jesus deu
um salto de patamar muito grande com o treinador seguinte. Tite
aproveitou o viés de alta do atacante na Olimpíada e também no Palmeiras
e apostou nele como seu centroavante. Jesus não poderia ter dado melhor
resposta, com cinco gols nos seis primeiros jogos, o que ajudou também a
chegar à Inglaterra com personalidade para fazer gols importantes logo
de cara no Manchester City.
A recuperação do melhor Neymar
Neymar foi o principal nome da Olimpíada, mas teve uma relação
conturbada com jornalistas e deu sinais de descontrole nos Jogos. Tite
assumiu a missão de fazer o jogador evoluir em aspectos pessoais, em
conduta dentro de campo e em se inserir em um contexto mais coletivo
dentro de campo. A dependência ao atacante diminuiu e ele só recebeu um
cartão amarelo em sete jogos. De quebra, topou ser capitão contra o
Paraguai e lidou bem com a liderança.
Resgate de jogadores e nova relação com os atletas
Se Thiago Silva e Marcelo eram nomes descartados por Dunga, Tite
imediatamente enviou o recado aos atletas: o passado estava zerado e ele
iria trabalhar para ter sempre os melhores. O retorno dos dois atletas
experientes foi uma mensagem importante ao vestiário de que a relação,
tradicionalmente difícil com Dunga, mudaria com a nova comissão técnica.
Essa conduta também se aplica a funcionários da CBF e jornalistas, de
modo geral muito satisfeitos com o atual treinador pelas relações
pessoais.
A defesa quase não sofre mais gols e o time leva poucos cartões
Pedro Martins/ MoWa Press
Com Dunga, oito gols sofridos em seis jogos. Com Tite, seis em oito
jogos. A estabilidade (só quebrada por um pênalti sofrido em lance
infantil de Marcelo, no Uruguai, e por gol contra de Marquinhos, contra a
Colômbia) foi vital para o Brasil construir suas oito vitórias. Tamanha
a qualidade dos jogadores de frente, a mecânica de jogo e os gols
naturalmente marcados, a seleção se tornou um adversário muito duro de
ser batido. A organização tática também ajuda, entre outros motivos, a
sofrer poucos cartões. Miranda, Marcelo, Casemiro, Paulinho e Renato
Augusto estão pendurados, mas não receberam amarelos em São Paulo. As
suspensões têm sido poucas.
Comissão técnica mais robusta e que observa tudo
Em relação a Dunga, Tite buscou a qualificação de sua equipe de
trabalho. O antecessor só tinha um auxiliar, o atual treinador tem por
perto Sylvinho e Cléber Xavier, sempre encorajados por ele a participar
das decisões e a ter voz de escolha dentro do time. Fábio Mahseredjian,
preparador que era dividido com o Corinthians, virou peça integral.
Analista de desempenho, Fernando Lázaro deixou a comissão corintiana
para liderar o trabalho de observação da CBF. O grupo tem viajado à
Europa, China e pelo Brasil para assistir ao maior número de jogos
possíveis.
O crescimento da turma chinesa
O trabalho para que Paulinho, Gil e Renato Augusto se tornassem figuras
importantes dentro do grupo é outro ponto em destaque. Com o
fisioterapeuta Bruno Mazziotti na China, trabalhos físicos específicos
são realizados no dia a dia, seja por ele próprio ou em consultoria.
Agora, todos também se apresentam normalmente quatro dias antes dos
demais para iniciar treinos e ganhar ritmo. Com Paulinho e Renato, em
especial, os resultados têm sido evidentes. O volante brilhou
intensamente nos jogos contra Argentina (gol), Uruguai (três gols) e
Paraguai (duas assistências)
copiado https://esporte.uol.com.br/
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