PREVENÇÃO Mais drogas apreendidas em dois meses do que em 2016 Resultado é reflexo do aumento no efetivo da PF, instalação de canil e de tecnologia em Confins

PREVENÇÃO

Mais drogas apreendidas em dois meses do que em 2016

Resultado é reflexo do aumento no efetivo da PF, instalação de canil e de tecnologia em Confins1

PUBLICADO EM 27/03/17 - 03h00
Em menos de três meses, o volume de drogas apreendidas no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, na região metropolitana, já ultrapassou o total confiscado no ano passado pela Polícia Federal (PF). Em 2016, foram retirados de circulação 23,1 kg de cocaína. Neste ano, considerando-se apenas janeiro e fevereiro, já foram 24,8 kg – sendo 17,3 kg de cocaína e 7,5 kg de haxixe, derivado da resina da maconha –, que resultaram em sete prisões.
O aperto para quem tenta viajar com drogas foi motivado principalmente pela inauguração, no fim do ano passado, das obras do novo terminal, que dobrou a capacidade do aeroporto e reintegrou o embarque e o desembarque de voos internacionais ao edifício principal. Com a ampliação, chegaram três novidades: um aumento no efetivo da PF no aeroporto, que passou a ter com agentes dedicados à repressão do narcotráfico; a instalação de um canil com cães farejadores; e um incremento na tecnologia do local.
Só de câmeras de monitoramento, o número triplicou: saiu de 320 para 970. Já a inspeção de bagagens despachadas recebeu um investimento de R$ 20 milhões, com a chegada de novos aparelhos de raios X de alta definição, que identificam materiais orgânicos com mais facilidade, além de espectômetros, equipamentos que analisam a presença de moléculas de drogas, explosivos ou produtos químicos. Na área internacional, podem ser inspecionadas 1.200 bagagens por hora. “Todos esse fatores somados têm resultado nesse aumento no volume de apreensão de drogas”, avaliou o delegado Fábio Braga, responsável pela unidade da PF no aeroporto.
Segundo ele, os traficantes usam a criatividade para tentar embarcar com a cocaína, que costuma ser misturada em bebidas e cosméticos industrializados (como xampu), oculta no corpo ou dentro de outros objetos na bagagem. Um dos casos que mais chamou atenção dos policiais neste ano foi o do jovem preso no início de fevereiro com 10 kg de cocaína. Ele vinha de Belém, no Pará, e tentava embarcar para Portugal com a droga escondida dentro de pratos de cerâmica quando um dos cães deu o sinal de que havia algo suspeito na bagagem. “Eles são muito ousados, criativos. Esse caso dos pratos teve um sinal discreto do cão farejador, mas o suficiente para despertar nossa suspeita”, afirmou Braga.
Ainda que boa parte dos processos que envolvem a apreensão de drogas seja invisível para os passageiros, eles garantem que, agora, se sentem mais seguros. Ademilson Costa, 38, de São Paulo, voa pelo menos uma vez por mês para Confins e diz que sentiu mudanças até no trato da equipe de segurança. “Aqui, depois da reforma, ficou sem comparação, está muito bom”, disse.
Cães
Treino. Os cães farejadores não ingerem drogas como parte do treinamento. Eles são adestrados para sentarem-se próximo às malas assim que sentem
odores suspeitos.


NÚMEROS

7 pessoas foram presas neste ano por tráfico em Confins.
7,5 kg de haxixe foram apreendidosem 2017 no aeroporto.
17,3 kg de cocaína foram confiscados pela Polícia Federal em 2017 com passageiros.


PERCEPÇÃO

Para especialista, segurança era falha até a Copa do Mundo

Na avaliação da coordenadora da escola de aviação civil Esaer, Michelle Moterane, a nova estrutura coloca o aeroporto de Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte, em pé de igualdade com outros do mesmo porte no mundo e mostra uma mudança de comportamento por parte da gestão dos aeródromos pelo país nos últimos anos. Para ela, até a Copa do Mundo de 2014, a fiscalização era pouco rigorosa.
“Há cinco anos, não existia 10% da estrutura que se tem hoje. Não havia muita atenção com a bagagem despachada, e eram pouquíssimos os aeroportos que tinham uma exigência maior”, afirmou. “Felizmente, tomamos vergonha na cara”, disse.
Moterane destacou ainda que a revista por sorteio, outra medida implantada recentemente em Confins, é o fator que mais impacta na rotina do passageiro. “Para o usuário do aeroporto, a estrutura de inspeção é, de certo modo, ‘invisível’, acontece nos bastidores do aeroporto. Quem pega um avião percebe mesmo é o rigor na hora do embarque, com a fiscalização por sorteio”, afirmou.
Segundo o delegado Fábio Braga, o sorteio é automatizado. “Quando a pessoa passa no raio X, ela pode ser selecionada para uma revista mais completa. Nós não temos como interferir, é completamente automatizado”, afirmou Braga. (JRF)


NOVIDADES AINDA EM TESTE

Reforço. Além de toda a nova estrutura já em operação, a BH Airport e a Polícia Federal estão testando novos equipamentos de segurança, que deverão entrar em operação já no primeiro semestre.
Detector. Um deles é o espectômetro de massa, uma versão portátil do equipamento que detecta partículas de explosivos, produtos químicos e drogas. Em vez de amostras, ele usa vapor d’água para analisar os resíduos.
Escaneamento. Outra novidade que está em teste é o escâner corporal, conhecido como “body scan”, uma espécie de portal que cria uma imagem tridimensional da pessoa, permitindo a visualização de drogas ou armas que estejam escondidas junto ao corpo do suspeito. 
copiado http://www.otempo.com.br/c

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