Por
Bernardo Caram e Laís Lis, G1, Brasília
26/06/2017
11h51
Temer
afirma em discurso que não há plano B: 'Nada nos destruirá'
O
presidente Michel
Temer disse
nesta segunda-feira (26) que o governo está implementando uma
"agenda de modernização no país" para a qual, segundo
ele, não há um "plano B". Logo em seguida, Temer afirmou
que "nada nos destruirá, nem a mim nem a nossos ministros".
Ele
deu a declaração ao final de um discurso em evento no Palácio do
Planalto para sancionar a lei
que permite aos comerciantes cobrarem preços diferentes para um
mesmo produto,
dependendo da forma como o cliente paga.
O
presidente é alvo de investigações autorizadas pelo Supremo
Tribunal Federal (STF) após as delações
de executivos da JBS.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve apresentar
uma denúncia contra
Temer até terça-feira (27).
"O
Brasil está nos trilhos, no caminho da responsabilidade e na rota da
superação. Portanto, meus amigos, que ninguém duvide. Nossa agenda
de modernização do Brasil é a mais ambiciosa em muito tempo. Tem
sido implementada com disciplina, com sentido de missão. Não há
plano B, há que seguir adiante. E nada nos destruirá, nem a mim,
nem aos nossos ministros", afirmou Temer.
Suspeitas
Segundo
o Ministério Público, o ex-assessor de Temer, Rodrigo Rocha Loures,
recebeu dinheiro de propina da JBS em troca de o governo favorecer a
empresa no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão
federal que arbitra disputas entre companhias concorrentes. Loures
foi filmado, em março, com uma mala contendo R$ 500 mil.
Também
pesam contra o presidente, que foi gravado em uma conversa por
Joesley Batista, dono da JBS, outras suspeitas, como a de ter dado
aval a pagamento de propina da empresa para comprar o silêncio o
ex-deputado Eduardo Cunha.
Desde
que vieram à tona as delações, em maio, o governo Temer tem tido
que lidar diariamente com a crise política. O foco de Temer vem
sendo garantir apoio para que a denúncia da PGR não seja aceita
pela Câmara dos Deputados, responsável por autorizar o andamento do
processo. Com isso, propostas consideradas até então prioritárias
pelo governo, como a da Previdência, ficaram paradas no Congresso.
Temer
chegou a mencionar a reforma da Previdência no discurso desta
segunda. Ele disse que "houve uma parada" na análise da
matéria no Congresso, mas que em breve será "retomada".
Atualmente, a reforma tramita na Câmara. Para virar lei, deve ser
aprovada pelos deputados e, depois, no Senado.
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