Nós, os brasileiros deveríamos rir também e não chorar com o nosso congresso!
O riso como antídoto contra a crise na Catalunha
Madri, 23 Out 2017 (AFP) - Diante das ameaças e ações empreendidas pelos políticos espanhóis e catalães, os humoristas têm a difícil tarefa de tentar curar por meio do riso as fissuras sociais que são produto da crise na Catalunha.
Há um mês, nas redes sociais e nos grupos de WhatsApp espanhóis proliferam as paródias e as piadas, em meio ao clima de ansiedade entre os espanhóis, afundados na pior crise política do país em décadas pelas ambições separatistas dos dirigentes catalães.
Assim, quando o presidente catalão, Carles Puigdemont, pronunciou um ambíguo discurso ao invés da contundente proclamação unilateral de independência que toda a Espanha esperava, uma montagem o mostrava como participante de um reality-show de encontros: "Carlos, 54 anos, independente, mas não muito".
Outro meme o mostrava disposto a dialogar com o chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, mas do outro lado do vidro em uma prisão, para onde alguns conservadores sonham em mandá-lo.
Um anúncio intitulado "Help Catalonia", publicado nas redes por uma associação separatista no qual uma catalã com o rosto desesperado clama pela ajuda da Europa, foi objeto de dezenas de paródias.
Os internautas compararam a expressão de seu rosto com o que teria a protagonista de uma propaganda sobre problemas gástricos, ou imaginam um "Help Andaluzia" denunciando a "repressão climática" na região, onde as temperaturas frequentemente ultrapassam os 40ºC no verão.
"As pessoas usam isso como um escape desta realidade tão dura", considera Edu Galán, fundador da revista satírica Mongolia.
- Catarse -Antes de 1º de outubro, quando ocorreu o referendo de autodeterminação na Catalunha apesar da proibição da Justiça, as piadas apareciam facilmente.
Os internautas riam de um ferry decorado com imensas imagens de personagens de desenhos animados, como Piolín, que acolheu os reforços policiais enviados pelo governo central para impedir a votação.
Quando a polícia entrou em gráficas em busca de cédulas de votação, os independentistas se concentraram em frente aos locais e cantavam debochando: "onde estão as cédulas?".
Mas desde o dia do referendo, o ambiente mudou radicalmente.
As imagens de violentas ações policiais deram a volta ao mundo e impactaram a Catalunha.
A equipe do Polonia, famoso programa satírico da televisão pública catalã, chegou a se questionar "se valia a pena fazer o programa" nos dias que sucederam a votação, o que nunca havia acontecido em 12 anos, indicou à AFP um de seus roteiristas, Albert Martorell.
"Foi o programa mais difícil de escrever porque a maioria de nós viveu em primeira pessoa nas seções eleitorais", recorda.
Em sua primeira transmissão depois do referendo, o Polonia mostrou um grupo de policiais espanhóis que acreditavam estar dentro de um filme de guerra chamado "Salvar o soldado Espanha", e que acabavam batendo em idosas em frente a uma seção eleitoral.
"Serviu como catarse", afirma Martorell. As pessoas "disseram 'recebi um golpe de cassetete, mas pelo menos pude rir'", assinalou
- Divisão -"A violência é que mudou tudo", concorda o humorista catalão Txabi Franquesa, que diz evitar o tema - que chegou a dividir famílias - em seu monólogos.
"Há um bloqueio, não apenas para falar do tema humoristicamente, mas para falar em geral", diz. "É como se estivesse em um discussão de trânsito. Se eu tento te responder como humor, é possível que te atinja mais, porque vai achar que estou debochando de você", justifica.
"Nada fere mais do que a identidade nacional", afirma Galán.
Em sua edição de outubro, a revista Mongolia mostrou em sua capa Mariano Rajoy fazendo uma selfie em frente a Barcelona, atingida por uma bomba atômica.
"Se tudo continuar assim, é muito provável que Rajoy e Puigdemont concordem em acabar com isso pela via mais razoável", escreveu a revista ironicamente.
"Os humoristas não têm que ter medo que nos odeiem, como os árbitros de futebol", acrescenta Darío Adanti, ilustrador da Mongolia.
copiado https://www.uol.com.br/
Há um mês, nas redes sociais e nos grupos de WhatsApp espanhóis proliferam as paródias e as piadas, em meio ao clima de ansiedade entre os espanhóis, afundados na pior crise política do país em décadas pelas ambições separatistas dos dirigentes catalães.
Assim, quando o presidente catalão, Carles Puigdemont, pronunciou um ambíguo discurso ao invés da contundente proclamação unilateral de independência que toda a Espanha esperava, uma montagem o mostrava como participante de um reality-show de encontros: "Carlos, 54 anos, independente, mas não muito".
Outro meme o mostrava disposto a dialogar com o chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, mas do outro lado do vidro em uma prisão, para onde alguns conservadores sonham em mandá-lo.
Um anúncio intitulado "Help Catalonia", publicado nas redes por uma associação separatista no qual uma catalã com o rosto desesperado clama pela ajuda da Europa, foi objeto de dezenas de paródias.
Os internautas compararam a expressão de seu rosto com o que teria a protagonista de uma propaganda sobre problemas gástricos, ou imaginam um "Help Andaluzia" denunciando a "repressão climática" na região, onde as temperaturas frequentemente ultrapassam os 40ºC no verão.
"As pessoas usam isso como um escape desta realidade tão dura", considera Edu Galán, fundador da revista satírica Mongolia.
- Catarse -Antes de 1º de outubro, quando ocorreu o referendo de autodeterminação na Catalunha apesar da proibição da Justiça, as piadas apareciam facilmente.
Os internautas riam de um ferry decorado com imensas imagens de personagens de desenhos animados, como Piolín, que acolheu os reforços policiais enviados pelo governo central para impedir a votação.
Quando a polícia entrou em gráficas em busca de cédulas de votação, os independentistas se concentraram em frente aos locais e cantavam debochando: "onde estão as cédulas?".
Mas desde o dia do referendo, o ambiente mudou radicalmente.
As imagens de violentas ações policiais deram a volta ao mundo e impactaram a Catalunha.
A equipe do Polonia, famoso programa satírico da televisão pública catalã, chegou a se questionar "se valia a pena fazer o programa" nos dias que sucederam a votação, o que nunca havia acontecido em 12 anos, indicou à AFP um de seus roteiristas, Albert Martorell.
"Foi o programa mais difícil de escrever porque a maioria de nós viveu em primeira pessoa nas seções eleitorais", recorda.
Em sua primeira transmissão depois do referendo, o Polonia mostrou um grupo de policiais espanhóis que acreditavam estar dentro de um filme de guerra chamado "Salvar o soldado Espanha", e que acabavam batendo em idosas em frente a uma seção eleitoral.
"Serviu como catarse", afirma Martorell. As pessoas "disseram 'recebi um golpe de cassetete, mas pelo menos pude rir'", assinalou
- Divisão -"A violência é que mudou tudo", concorda o humorista catalão Txabi Franquesa, que diz evitar o tema - que chegou a dividir famílias - em seu monólogos.
"Há um bloqueio, não apenas para falar do tema humoristicamente, mas para falar em geral", diz. "É como se estivesse em um discussão de trânsito. Se eu tento te responder como humor, é possível que te atinja mais, porque vai achar que estou debochando de você", justifica.
"Nada fere mais do que a identidade nacional", afirma Galán.
Em sua edição de outubro, a revista Mongolia mostrou em sua capa Mariano Rajoy fazendo uma selfie em frente a Barcelona, atingida por uma bomba atômica.
"Se tudo continuar assim, é muito provável que Rajoy e Puigdemont concordem em acabar com isso pela via mais razoável", escreveu a revista ironicamente.
"Os humoristas não têm que ter medo que nos odeiem, como os árbitros de futebol", acrescenta Darío Adanti, ilustrador da Mongolia.
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