Estudantes exigem investigação sobre mortes em protestos na Nicarágua Disparos contra vigília pró-Lula deixam dois feridos em Curitiba Governo inicia fechamento de UPPs nas comunidades do Rio

Estudantes exigem investigação sobre mortes em protestos na Nicarágua

AFP / RODRIGO ARANGUAManifestantes contra o governo cantam hino nacional da Nicarágua em Manágua, capital do país, em 25 de abril de 2018
Os estudantes nicaraguenses exigiram neste sábado (30) a criação de uma comissão internacional para investigar e punir os responsáveis pelas 43 mortes em protestos contra o governo na última semana. A comissão é uma condição para iniciarem um diálogo, informaram seus representantes.
"Esta comissão deverá investigar, condenar e sancionar todos os responsáveis intelectuais e materiais dos crimes contra a humanidade cometidos no contexto da repressão", afirmaram os estudantes universitários em uma declaração pública.
Os jovens propõe que a comissão seja integrada por representantes do não governamental Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (Cenidh), a Corte Internacional de Justiça (CIJ), a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e as Nações Unidas (ONU).
"Não aceitamos que os assassinos investiguem a si mesmos", repudiaram os estudantes pedindo a dissolução de uma Comissão da Verdade formada por pessoas notáveis anunciada pelo Parlamento.
Os estudantes pedem que o diálogo comece em meados de maio com a participação de diversos setores, "incluindo uma representação das famílias das pessoas assassinadas".
Demandam também que as conversas sejam realizadas "de maneira pública e [com] a cobertura dos meios nacionais e internacionais".
"Não aceitamos um diálogo fechado e de costas para a cidadania", concluíram.
Uma reforma na Previdência que elevava a contribuição de empregados e patrões e reduzia o valor dos benefícios deflagrou a onda de protestos, no dia 18 de abril, liderada por estudantes universitários.
O governo suspendeu a reforma no dia 22 de abril e apelou ao diálogo para se chegar a um novo projeto, convidando a Igreja católica e setores privados, que solicitaram a inclusão dos estudantes nas negociações.

AFP / Heuler AndreyApoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em acampamento próximo à sede da Polícia Federal de Curitiba, em 9 de abril de 2018
Duas pessoas ficaram feridas na madrugada deste sábado (28) durante um tiroteio contra participantes da vigília a favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, detido em Curitiba, no Paraná, denunciou o Partido dos Trabalhadores (PT).
Em nota oficial divulgada pelo partido, integrantes da vigília e de outras organizações repudiaram "o ataque a tiros contra o acampamento Marisa Letícia [...] que resultou em duas pessoas feridas, uma delas de forma grave, com um tiro no pescoço".
O homem ferido, identificado como militante de São Paulo, está na UTI de um hospital em Curitiba, informou o PT, qualificando o incidente como "atentado".
A vigília para Lula, preso desde 7 de abril, conta com a presença de altos quadros do PT e está localizada a 800 metros da sede da Polícia Federal de Curitiba.
"É uma barbaridade", tuitou a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, sábado pela manhã.
"Esperamos providências rigorosas por parte das autoridades de segurança", afirmou.
Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública do Paraná, um pedestre realizou vários disparos. Alguns deles atingiram um banheiro químico, provocando estilhaços que feriram levemente o ombro de uma mulher.
O comunicado oficial informou também que foram coletados cartuchos 9 mm no local.
Após o incidente deste sábado, a Prefeitura de Curitiba oficializou na justiça regional um novo pedido para que Lula seja tranferido. O ex-presidente está em uma cela especial de 15 m2 no quatro piso da sede da Polícia Federal.

Governo inicia fechamento de UPPs nas comunidades do Rio

AFP/Arquivos / VANDERLEI ALMEIDAPoliciais examinam prédio da UPP na comunidade Nova Brasília, alvo de tiros na véspera, em 24 de julho de 2012
O governo anunciou nesta sexta-feira (27) o fechamento de metade das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) nas comunidades do Rio de Janeiro, um projeto que gerou grandes esperanças no combate à violência, mas que há anos agonizava.
O programa começou em 2008, visando a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, quando o governo do Rio decidiu rever sua estratégia na luta contra os traficantes de drogas instalando UPPs nessas comunidades.
No início, os índices de violência diminuíram nessas áreas, mas desde 2013, as UPPs começaram a acumular denúncias de ações arbitrárias e corrupção, e, segundo um estudo da própria Polícia Militar, "perderam o controle" em boa parte das comunidades, que sofriam com tiroteios e confrontos entre traficantes e agentes.
"Ninguém fecha UPP porque quer. Essas unidades estavam de fato cumprindo seus objetivos? Vamos ser realistas, não estavam", declarou nesta sexta-feira o ministro de Segurança Pública, Raul Jungmann, ao apontar que esse fechamento permitirá que mais agentes patrulhem as ruas da cidade.
"Fazer uma reformulação, reduzir, melhorar as unidades que estão em condições para tal, trazer mais policiamento para as ruas e colocar grupamentos ou destacamentos que vão permanecer dentro da comunidade", acrescentou.
Perto da bancarrota e afundado em uma espiral de violência, o estado do Rio está sob intervenção militar desde fevereiro por decreto do presidente Michel Temer.
A decisão de fechar 12 das 38 UPPs e de fazer uma fusão com outras sete era segredo e foi tomada pelo gabinete desta intervenção, baseado no estudo elaborado pela Polícia Militar.
"Houve uma expansão maior do que o estado podia manter com os recursos que tinham (...) Isso piorou grande parte das UPPs", argumentou Jungmman, ressaltando que os investimentos em Saúde e Educação que deveriam ter acompanhado a ida da Polícia não chegaram.
A imprensa assegura que entre as unidades afetadas pela reforma estão a da Rocinha e da Cidade de Deus.
Embora as UPPs estejam em estado crítico há anos, seu fechamento parcial gera muitas dúvidas nas comunidades, onde vive um quarto da população do Rio.
Uma pesquisa realizada em 2016 pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), da Universidade Cândido Mendes, concluiu que, embora quase 70% dos habitantes de comunidades com UPPs as considerassem falidas, 60% queriam que elas permanecessem.

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