Marcha por paz e justiça reúne milhares na Nicarágua Maduro avalia 'premiar' voto 'na pátria' em carnê social

Marcha por paz e justiça reúne milhares na Nicarágua

AFP / INTI OCONMultidão participa do protesto pela "paz" e a "justiça" em Manágua em 28 de abril de 2018.
Milhares de nicaraguenses participaram neste sábado de uma passeata para exigir paz e justiça após os protestos que deixaram 43 mortos, em um ambiente de reconciliação promovido pela Igreja católica.
Uma multidão vestida de azul e branco - as cores da Nicarágua - e integrada por jovens e adultos, estudantes e camponeses, convergiu de três pontos de Manágua em direção à catedral, convocados pela Conferência Episcopal.
Durante o protesto, os bispos deram o prazo de um mês para que se cheguem aos acordos visando o diálogo nacional, que será mediado pela Igreja.
"Peregrinamos como um só povo, irmanados na fé do senhor Jesus, irmãos na dor por tantas vidas perdidas (...). Um só povo peregrino irmão em busca de justiça, paz e reconciliação", disse o cardeal Leopoldo Brenes durante a homilia no encerramento da mobilização.
Brenes, em nome da Conferência Episcopal, disse que aceitou ser testemunha e mediador do diálogo convocado pelo presidente Ortega, mas deu o prazo de um mês para que provem "se há um compromisso real de se cumprir os acordos".
"Se observamos que não estão dando estes passos, vamos suspender tudo e dizer ao povo de Deus que não podemos prosseguir", advertiu Brenes.
Uma reforma da Previdência que elevava a contribuição de empregados e patrões e reduzia o valor dos benefícios deflagrou a onda de protestos, no dia 18 de abril, liderada por estudantes universitários.
O governo suspendeu a reforma no dia 22 de abril e apelou ao diálogo para se chegar a um novo projeto, convidando a Igreja católica e setores privados, que solicitaram a inclusão dos estudantes nas negociações.
Os estudantes exigiram neste sábado a criação de uma comissão internacional para investigar e punir os responsáveis pelas 43 mortes nos protestos como condição para participar do diálogo.
"Esta comissão deverá investigar, condenar e sancionar todos os responsáveis intelectuais e materiais dos crimes contra a humanidade cometidos no contexto da repressão", afirmaram estudantes universitários em uma declaração pública.
Os jovens propõe que a comissão seja integrada por representantes do não governamental Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (Cenidh), a Corte Internacional de Justiça (CIJ), a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e as Nações Unidas (ONU).
"Não aceitamos que os assassinos investiguem a si mesmos", repudiaram os estudantes pedindo a dissolução de uma Comissão da Verdade formada por pessoas notáveis anunciada pelo Parlamento.
Os estudantes pedem que o diálogo comece em meados de maio com a participação de diversos setores, "incluindo uma representação das famílias das pessoas assassinadas".
Demandam também que as conversas sejam realizadas "de maneira pública e [com] a cobertura dos meios nacionais e internacionais". "Não aceitamos um diálogo fechado e de costas para a cidadania".

Maduro avalia 'premiar' voto 'na pátria' em carnê social

Venezuelan Presidency/AFP/Arquivos / Feliciano SEQUERAO presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e sua esposa, Cilia Flores, durante comício em Puerto Ordaz, estado de Bolivar, no dia 23 de abril de 2018.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, revelou neste sábado que avalia premiar os beneficiários do carnê da pátria - programa de auxílio do governo - que votem nas eleições presidenciais de 20 de maio.
"Todos que tiverem o carnê da pátria devem votar (...). Estou pensando em dar um prêmio ao povo da Venezuela que vá votar neste dia, com o carnê da pátria", disse Maduro em um comício no estado de Anzoátegui (nordeste).
"Pela democracia, pela liberdade, dando e dando: recebo meu direito social ao trabalho, ao estudo, à pensão, mas dou meu voto à pátria", declarou Maduro.
Os principais adversários de Maduro nas eleições, o ex-governador Henri Falcón e o pastor evangélico Javier Bertucci, têm denunciado o uso da máquina estatal por parte do presidente, especialmente de verbas públicas.
Apenas neste sábado, o canal estatal VTV transmitiu três comícios de Maduro. Na segunda-feira passada, o presidente apareceu seis vezes no mesmo canal, entregando 36 casas.
Em suas mensagens na TV, Maduro oferece novos bônus - que entrega mensalmente desde dezembro - e a melhora nos programas de distribuição de cestas básicas e alimentos subsidiados, em meio a um desabastecimento generalizado e uma inflação que deve atingir os 13.800% em 2018, segundo o FMI.
Na quarta-feira, Falcón entregou uma lista de exigências ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE), incluindo o fim da propaganda nos meios estatais.
A maioria dos partidos de oposição decidiu boicotar as eleições presidenciais diante da falta de garantias e transparência.

copiado https://www.afp.com/pt/

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