May apela a sócios para levar acordo do Brexit em frente
PRU/AFP / HOTheresa May, 10 de dezembro de 2018 antes da Câmara dos Comuns em Londres, quando anunciou o adiamento da votação do acordo Brexit
A primeira-ministra britânica, Theresa May, assegurou nesta quinta-feira (13) a seus sócios que seu Parlamento pode aprovar o acordo do Brexit com as "garantias corretas" por parte da União Europeia (UE), como uma eventual data para chegar a um acordo de livre-comércio.
"Há uma maioria no meu Parlamento que quer se retirar com um acordo. Com as garantias corretas, este acordo pode acontecer", disse May em uma reunião com seus 27 sócios, segundo uma fonte oficial britânica.
Theresa May chegou à cúpula de dois dias em Bruxelas após superar uma moção de censura entre suas fileiras do Partido Conservador e assegurando que vai expor seus pares às "garantias políticas e legais" que apaziguariam os deputados britânicos, salvando o acordo do Brexit.
Seus mandatários já o advertiram de sua oposição a reabrir o acordo de divórcio e a declaração política sobre a futura relação, negociados durante 17 meses e aos quais os mandatários deram aval em 25 de novembro. No entanto, eles se mostraram abertos a ajudá-la.
"Não acho que possamos mudar o acordo de divórcio outra vez. Claro, podemos falar sobre se existem garantias adicionais", disse a chefe do governo alemão, Angela Merkel. "Estamos dispostos a ajudá-la", assegurou seu colega de Luxemburgo, Xavier Bettel.
- "O que eles querem" -
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, informou que intensificará seus preparativos para um divórcio com o Reino Unido sem acordo.
"Nossos amigos britânicos devem nos dizer o que eles querem em vez de nos fazer dizer o que nós queremos", disse Juncker, antes de anunciar que a Comissão publicará na semana que vem "todas as informações geralmente úteis sobre os preparativos para uma ausência de acordo".
A reunião de cúpula de quinta-feira e sexta-feira da UE encerra uma semana de drama para o Brexit, na qual Theresa May conseguiu convencer os deputados de seu próprio partido (Conservador) a não a afastarem do poder nem das negociações com Bruxelas.
Apesar de sua vitória em Londres, a rejeição no Parlamento britânico ao acordo de divórcio permanece patente e o mecanismo de último recurso acordado para evitar uma fronteira para bens na ilha da Irlanda cristaliza a oposição.
Diante de uma possível derrota, a premier adiou a votação prevista para terça-feira passada ao mês de janeiro e viajou por vários países europeus para obter "garantias" de seus sócios de que o mecanismo, conhecido como 'backstop', não será utilizado.
Os defensores mais ferrenhos do Brexit temem que o país fique atrelado indefinidamente às redes de um "território alfandegário comum" com a UE, caso Londres e Bruxelas não alcancem uma solução melhor para sua futura relação, que deve começar no máximo em janeiro de 2023.
Os 27 sócios da Grã-Bretanha na União Europeia mantêm a posição de não modificar o acordo de divórcio nem a declaração política sobre a futura relação, negociados durante 17 meses e aprovados em 25 de novembro, mas afirmaram que desejam apoiar May.
AFP / Maria-Cecilia REZENDETheresa May
O projeto de declaração de seis parágrafos preparado pelos europeus afirma que que o 'backstop' "só seria implementado por um curto período e apenas pelo tempo necessário", segundo fontes diplomáticas europeias.
O acordo de divórcio já explicita que o 'backstop' seria aplicado apenas "temporariamente", até a obtenção de um acordo posterior, o que levou uma fonte diplomática a questionar se uma declaração jurídica sobre sua interpretação solucionaria "o problema do Reino Unido".
O Conselho está disposto, no entanto, a "estudar se pode oferecer novas garantias" em janeiro, que "não entrem em contradição com o acordo de retirada", segundo uma fonte europeia. Tal enfoque em duas etapas busca evitar que os defensores do Brexit "comecem a pedir mais após alguns dias".
O "melhor método para tornar 'backstop' supérfluo é chegara um acordo sobre a futura relação o mais rápido possível", afirmou uma fonte do governo alemão, em referência a um eventual futuro acordo comercial, político e de segurança entre UE e Reino Unido.
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