Governo libera R$ 223,8 milhões para assistência emergencial e acolhimento de venezuelanos Medida provisória foi publicada nesta terça (30) e não especifica como dinheiro deve ser utilizado. Venezuela enfrenta crise política, econômica e social, e cidadãos têm fugido para outros países.




Governo libera R$ 223,8 milhões para assistência emergencial e acolhimento de venezuelanos
Medida provisória foi publicada nesta terça (30) e não especifica como dinheiro deve ser utilizado. Venezuela enfrenta crise política, econômica e social, e cidadãos têm fugido para outros países.
Por G1 — Brasília
30/04/2019 20h37  Atualizado há 15 minutos


O presidente Jair Bolsonaro editou nesta terça-feira (30) uma medida provisória (MP) para liberar R$ 223,8 milhões para assistência emergencial e acolhimento de cidadãos da Venezuela.
Por se tratar de MP, a liberação dos recursos tem força de lei por já ter sido publicada no "Diário Oficial". A partir de agora, o Congresso Nacional tem até 120 dias para aprovar a medida. Se o texto não for aprovado no período, perderá validade.
Pelo texto da MP, o dinheiro servirá para "assistência emergencial e acolhimento humanitário de pessoas advindas da República Bolivariana da Venezuela".
No texto, não há detalhes sobre como o dinheiro deve ser utilizado.
A Venezuela enfrenta uma profunda crise política, econômica e social, e cidadãos têm fugido para outros países da região.
Conforme o Fundo Monetário Internacional (FMI), a inflação no país, por exemplo, ultrapassará 10.000.000% neste ano. Ainda segundo o FMI, o desemprego na Venezuela pode atingir metade da população.
Operação Acolhida
Mais cedo, nesta terça-feira, o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, informou que a liberação dos recursos faz parte da Operação Acolhida.
A operação foi criada no governo Michel Temer com o objetivo de cuidar do fluxo migratório de venezuelanos em Roraima.
Intervenção descartada
Na mesma entrevista, Rêgo Barros afirmou que o governo brasileiro "descarta completamente" uma intervenção na Venezuela.
O Brasil está entre os países que não reconhecem a legitimidade de Nicolás Maduro com presidente e consideram o líder oposicionista Juan Guaidó como presidente interino do país.
"O nosso governo descarta completamente uma intervenção", declarou Rêgo Barros. Segundo ele, Bolsonaro e Guaidó conversaram nesta terça por telefone. O conteúdo da conversa não foi divulgado.
Venezuela vive dia de confrontos entre forças do governo e da oposição
Jornal Nacional
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Novo episódio da crise
Nesta terça, o autoproclamado presidente da Venezuela Juan Guaidó anunciou pela manhã ter apoio dos militares e convocou a população venezuelana a ir para as ruas protestar contra o governo.
Depois, Maduro afirmou contar com a lealdade dos militares e também convocou a população a ir para as ruas.
Com isso, houve confrontos em Caracas e, segundo a GloboNews, pelo menos 50 pessoas ficaram feridas.
Íntegra
Leia abaixo a íntegra do texto da medida provisória:
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 62, combinado com o art. 167, § 3º, da Constituição, adota a seguinte Medida Provisória, com força de lei:
Art. 1º Fica aberto crédito extraordinário, em favor do Ministério da Defesa, no valor de R$ 223.853.000,00 (duzentos e vinte e três milhões, oitocentos e cinquenta e três mil reais), na forma do Anexo.
Art. 2º Esta Medida Provisória entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 30 de abril de 2019; 198º da Independência e 131º da República.
JAIR MESSIAS BOLSONARO
Paulo Guedes
OPOSIÇÃO TENTA DERRUBAR MADURO
·         ENTENDA: o colapso econômico
·         PERFIL: quem é Juan Guaidó
·         REPERCUSSÃO
copiado https://g1.globo.com/politica/no

ARTES Músicas da Ditadura Militar A música popular brasileira foi um dos principais instrumentos da arte utilizados para contestar a ditadura militar que vigorou por 21 anos no País. As letras dos compositores indicavam a insatisfação com o regime e quem tentou burlar foi alvo de censura e perseguição.

Músicas da Ditadura Militar


A música popular brasileira foi um dos principais instrumentos da arte utilizados para contestar a ditadura militar que vigorou por 21 anos no País. As letras dos compositores indicavam a insatisfação com o regime e quem tentou burlar foi alvo de censura e perseguição.
Apontando insatisfação direta ou usando metáforas, a maioria dos artistas buscou refúgio no exterior. O autoexílio foi a medida tomada para evitar as sucessivas convocações para depoimentos e a possibilidade de prisão.
Entre os compositores de maior destaque no período ditatorial estão:
  • Chico Buarque
  • Geraldo Vandré
  • Aldir Blanc, em companhia de João Bosco
  • Gilberto Gil
  • Caetano Veloso
  • Roberto Carlos e Erasmo Carlos

Chico Buarque

Músicas da Ditadura MilitarChico usou grande parte de sua produção musical para criticar a ditadura
O compositor, cantor, dramaturgo e escritor carioca tem uma das maiores produções voltadas para a crítica à ditadura militar. Seu trabalho recebe influências do samba e do lirismo do cotidiano. Ao fim da década de 60, foi criticado por não se posicionar politicamente. Quando o fez, precisou buscar o autoexílio em Roma em 1968, e só retornou ao Brasil em 1970.
No mesmo ano, lança o disco "Apesar de Você", com letras de embate direto ao regime. Vigiado mais de perto pela ditadura, Chico Buarque é obrigado a criar um heterônimo, "Julinho de Adelaide". A manobra dura até 1975. Nesse período, consegue lançar outras músicas também com letras diretamente indicativas da insatisfação popular com o regime.
As letras de Chico foram interpretadas pela maioria dos cantores da época, entre eles Elis Regina (1945 - 1982), Gal Gosta e Caetano Veloso.
"Apesar de Você" (Composição: Chico Buarque, 1970)
Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão
(.....)
Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia





Geraldo Vandré

É do paraibano Geraldo Vandré uma das músicas mais entoadas nas passeatas que criticaram o regime ditatorial. A canção conclamava a população a reagir contra os atos dos militares, venceu o festival de 1967, mas foi censurada.
Geraldo Vandré fugiu do Brasil naquele ano e só voltaria em 1973. Ele abandonou o cenário artístico.
"Pra não dizer que não falei das flores" (Composição: Geraldo Vandré, 1967)
Pelos campos há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Aldir Blanc e João Bosco

Os parceiros criativos Aldir Blanc e João Bosco apresentaram diversas canções em protesto à ditadura. A mais marcante, ainda hoje é "O bêbado e o equilibrista", interpretado pela gaúcha Elis Regina.
A canção resume o sentimento daqueles que clamavam pela anistia a quem perdeu os direitos políticos. Foi gravada em 1979, no mesmo ano em que é assinada a Lei da Anistia.
"O bêbado e o equilibrista" (Compositores: Aldir Blanc e João Bosco, 1975)
E nuvens lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas
Que sufoco!
Louco!
O bêbado com chapéu-coco
Fazia irreverências mil
Pra noite do Brasil

Meu Brasil!
Que sonha com a volta do irmão do Henfil
Com tanta gente que partiu
Num rabo de foguete
Chora
A nossa Pátria mãe gentil
Choram Marias e Clarisses
No solo do Brasil
Leia tambémVladimir Herzog.

Gilberto Gil

O cantor e compositor Gilberto Gil escreveu em parceria com Chico Buarque uma das mais marcantes canções em oposição ao período da ditadura. "Cálice" foi escrita em 1973, mas só foi liberada pela censura em 1975.
A canção é uma metáfora ao momento de súplica de Jesus Cristo que pede, consciente de que será morto, que o Pai afaste dele o cálice (sina). A letra induz, contudo, que seja afastado do povo o "cale-se" imposto pelos ditadores.
Na história bíblica, Jesus Cristo sabe que será torturado e que a morte será marcada por sangue. Da mesma maneira, a canção denuncia o sangue derramado pelos torturados nos porões da ditadura.
Cálice (Compositores: Gilberto Gil e Chico Buarque, 1973)
Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Caetano Veloso

As canções do baiano Caetano Veloso também marcaram a crítica contra a ditadura. Caetano permaneceu em autoexílio entre 1969 e 1971, em Londres. Entre as mais importantes está "Alegria, alegria", que inaugura o movimento tropicalismo no Brasil.
A música critica diretamente a direita seduzida pela cultura norte-americana (coca-cola e Brigitte Bardot). Demonstra alguém sem responsabilidade (sem lenço e sem documento), indiferente à pressão militar.
"Alegria, alegria" (Composição: Caetano Veloso, 1967)
Ela pensa em casamento
E eu nunca mais fui à escola
Sem lenço, sem documento
Eu vou
Eu tomo uma coca-cola
Ela pensa em casamento
E uma canção consola
Eu vou
Por entre fotos e nomes
Sem livros e sem fuzil
Sem fome sem telefone
No coração do Brasil

Roberto Carlos

Ícone da música romântica, Roberto Carlos comportou-se com simpatia à ditadura militar. Essa condição aparece em relatórios militares. Era uma forma de colaboração em que não contestava o regime.
O rei, como foi batizado pelos fãs, encontra uma brecha e consegue lançar uma das músicas de maior sucesso, "Debaixo dos caracóis dos seus cabelos". A música escrita em parceria com Erasmo Carlos é uma clara homenagem a Caetano Veloso, exilado em Londres.
O protesto não foi notado pelos ditadores, acostumados às letras que tratavam amor e paixão de maneira rocambolesca.



"Debaixo dos caracóis de seus cabelos" (Compositores: Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1971)
Uma história pra contar
De um mundo tão distante
Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Um soluço e a vontade
De ficar mais um instante
Você anda pela tarde
E o seu olhar tristonho
Deixa sangrar no peito
Uma saudade, um sonho
Um dia vou ver você
Chegando num sorriso
Pisando a areia branca
Que é seu paraíso
Saiba tudo sobre a Ditadura Militar no Brasil:

Ditadura Militar no Brasil (1964-1985) A Ditadura Militar no Brasil foi um regime autoritário que teve início com o golpe militar, em 31 de março de 1964, com a deposição do presidente João Goulart. O regime militar durou 21 anos (1964-1985), e estabeleceu a censura à imprensa, restrição aos direitos políticos e perseguição policial aos opositores do regime.

Ditadura Militar no Brasil (1964-1985)

Juliana Bezerra
Professora de História 
A Ditadura Militar no Brasil foi um regime autoritário que teve início com o golpe militar, em 31 de março de 1964, com a deposição do presidente João Goulart.
O regime militar durou 21 anos (1964-1985), e estabeleceu a censura à imprensa, restrição aos direitos políticos e perseguição policial aos opositores do regime.

O Golpe de 31 de Março de 1964

O golpe militar de 31 de março de 1964 tinha como objetivo evitar o avanço das organizações populares do Governo de João Goulart, acusado de comunista.
O ponto de partida foi a renúncia do presidente Jânio Quadros, em 25 de agosto de 1961. O Congresso Nacional empossou temporariamente o presidente da Câmara, o deputado Ranieri Mazzili, pois o vice-presidente encontrava-se em viagem à China.
Ditadura Militar no Brasil O Globo
Primeira página do jornal O Globo de 2 de abril de 1964
Enquanto João Goulart iniciava sua viagem de volta, os ministros militares expediram um veto à posse de Jango, pois sustentavam que ele defendia ideias de esquerda.
O impedimento violava a Constituição, e não foi aceito por vários seguimentos da nação, que passou a se mobilizar. Manifestações e greves se espalharam pelo país.
Diante da ameaça de guerra civil, foi feita no Congresso a proposta de Emenda Constitucional nº4, estabelecendo o regime parlamentarista no Brasil.
Dessa forma, Goulart seria presidente, mas com poderes limitados. Jango aceitou a redução de seus poderes, esperando recuperá-lo em momento oportuno.
O Congresso votou a favor da medida e Goulart tomou posse no dia 7 de setembro de 1961. Para ocupar o cargo de primeiro-ministro foi indicado o deputado Tancredo Neves.
O parlamentarismo durou até janeiro de 1963, quando um plebiscito pôs fim ao curto período parlamentarista republicano.

Governo João Goulart

Em 1964, Jango resolve lançar reformas de base a fim de mudar o país. Assim, o presidente anunciou:
  • Desapropriações de terras;
  • nacionalização das refinarias de petróleo;
  • reforma eleitoral garantindo o voto para analfabetos;
  • reforma universitária, entre outras.
A inflação chegou a atingir em 1963, o índice de 73,5%. O presidente exigia uma nova constituição que acabasse com as "estruturas arcaicas" da sociedade brasileira.
Os universitários atuavam por meio de suas organizações e uma das principais era a União Nacional dos Estudantes (UNE).
Os comunistas de várias tendências, desenvolviam intenso trabalho de organização e mobilização popular, apesar de atuarem na ilegalidade. Diante do quadro de crescente agitação, os adversários do governo aceleraram a realização do golpe.
No dia 31 de março de 1964, o presidente foi deposto, e as forças que tentaram resistir ao golpe sofreram dura repressão. Jango refugiou-se no Uruguai e uma junta militar assumiu o controle do país.
No dia 9 de abril foi decretado o Ato Institucional nº 1, dando poderes ao Congresso para eleger o novo presidente. O escolhido foi o general Humberto de Alencar Castelo Branco, que havia sido chefe do estado-maior do Exército.
Era apenas o início da interferência militar na gestão política da sociedade brasileira.


A Concentração do Poder

Depois do golpe de 1964, o modelo político visava fortalecer o poder executivo. Dezessete atos institucionais e cerca de mil leis excepcionais foram impostas à sociedade brasileira.
Com o Ato Institucional nº 2, os antigos partidos políticos foram fechados e foi adotado o bipartidarismo.Desta forma surgiram:
  • a Aliança Renovadora Nacional (Arena), que apoiava o governo;
  • o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), representando os opositores, mas cercado por estreitos limites de atuação.
O governo montou um forte sistema de controle que dificultava a resistência ao regime, através da criação do Serviço Nacional de Informação (SNI). Este era chefiado pelo general Golbery do Couto e Silva.
Em termos econômicos, os militares trataram de recuperar a credibilidade do país junto ao capital estrangeiro. Assim foram tomadas as seguintes medidas:
  • contenção dos salários e dos direitos trabalhistas;
  • aumento das tarifas dos serviços públicos;
  • restrição ao crédito;
  • corte das despesa do governo;
  • diminuição da inflação, que estava em torno de 90% ao ano.
Entre os militares, porém, havia discordância. O grupo mais radical, conhecido como "linha dura", pressionava o grupo de Castelo Branco, para que não admitisse atitudes de insatisfação e afastasse os civis do núcleo de decisões políticas.
As divergências internas entre os militares influenciaram na escolha do novo general presidente.
No dia 15 de março de 1967, assumiu o poder o general Artur da Costa e Silva, ligado aos radicais. A nova Constituição de 1967 já havia sido aprovada pelo Congresso Nacional.
Apesar de toda repressão, o novo presidente enfrentou dificuldades. Formou-se a Frente Ampla para fazer oposição ao governo, tendo como líderes o jornalista Carlos Lacerda e o ex-presidente Juscelino Kubitschek.

A Resistência da Sociedade

A sociedade reagia às arbitrariedades do governo. Em 1965 foi encenada a peça "Liberdade, Liberdade", de Millôr Fernandes e Flavio Rangel, que criticava o governo militar.
Os festivais de música brasileira foram cenários importantes para atuação dos compositores, que compunham canções de protesto.
A Igreja Católica estava dividida: os grupos mais tradicionais apoiavam o governo, porém os mais progressistas criticavam a doutrina da segurança nacional.
As greves operárias reivindicavam o fim do arrocho salarial e queriam liberdade para estruturar seus sindicatos. Os estudantes realizavam passeatas reclamando da falta de liberdade política.
Com o aumento da repressão e a dificuldade de mobilizar a população, alguns líderes de esquerda organizaram grupos armados para lutar contra a ditadura.
Entre as diversas organizações de esquerda estavam a Aliança de Libertação Nacional (ALN) e o Movimento Revolucionário 8 de outubro (MR-8).
O forte clima de tensão foi agravado com o discurso do deputado Márcio Moreira Alves, que pediu ao povo que não comparecesse às comemorações do dia 7 de setembro.
Para conter as manifestações de oposição, o general Costa e Silva decretou em dezembro de 1968, o Ato Institucional nº 5. Este suspendia as atividades do Congresso e autorizava à perseguição de opositores.
Em agosto de 1969, o presidente Costa e Silva sofreu um derrame cerebral e assumiu o vice-presidente Pedro Aleixo, político civil mineiro.
Em outubro de 1969, 240 oficiais generais indicam para presidente o general Emílio Garrastazu Médici (1969-1974), ex-chefe do SNI. Em janeiro de 1970, um decreto-lei tornou mais rígida a censura prévia à imprensa.
Na luta contra os grupos de esquerda, o exército criou o Departamento de Operações Internas (DOI) e o Centro de Operações da Defesa Interna (CODI).
A atividade dos órgãos repressivos desarticularam as organizações de guerrilhas urbana e rural, que levaram à morte dezenas de militantes de esquerda.
Leia mais sobre a Guerrilha do Araguaia.

O Crescimento Econômico

Com um forte esquema repressivo montado, Médici governou procurando passar a imagem de que o país encontrara o caminho do desenvolvimento econômico. Somado à conquista da Copa de 70, isso acabou criando um clima de euforia no país.
A perda das liberdades políticas era compensada pela modernização crescente. O petróleo, o trigo e os fertilizantes, que o Brasil importava em grandes quantidades, estavam baratos, eram incorporados à pauta das exportação, soja, minérios e frutas.

O setor que mais cresceu foi o de bens duráveis, eletrodomésticos, carros, caminhões e ônibus. A indústria da construção cresceu.
Mais de 1 milhão de novas moradias, financiadas pelo Banco Nacional de Habitação (BNH), foram construídas em dez anos de governo militar. Falava-se em "milagre brasileiro" ou "milagre econômico".
Ditadura Militar no Brasil Conjunto Habitacional Santos 1979 BNH
Vista aérea do conjunto habitacional general Dale Coutinho construído através do financiamento do BNH, em Santos, em 1979.
Em 1973, o "milagre" sofreu sua primeira dificuldade, pois a crise internacional elevou abruptamente o preço do petróleo, encarecendo as exportações.
O aumento do juros no sistema financeiro internacional, elevou o juros da dívida externa brasileira. Isto obrigou o governo a tomar novos empréstimos aumentando ainda mais a dívida.

A Redemocratização

No dia 15 de março de 1974, Médici foi substituído na Presidência pelo general Ernesto Geisel (1974-1979). Ele assumiu prometendo retomar o crescimento econômico e restabelecer a democracia.
Mesmo lenta e controlada a abertura política começava, o que permitiu o crescimento das oposições.
O governo Geisel aumentou a participação do Estado na economia. Vários projetos de infraestrutura tiveram continuidade, entre elas, a Ferrovia do Aço, em Minas Gerais, a construção da hidrelétrica de Tucuruí, no Rio Tocantins e o Projeto Carajás.
Diversificou as relações diplomáticas comerciais e diplomáticas do Brasil, procurando atrair novos investimentos.
Nas eleições de 1974, a oposição aglutinada no MDB, obteve ampla vitória. Ao mesmo tempo, Geisel procurava conter este o avanço. Em 1976, limitou a propaganda eleitoral.
No ano seguinte, diante da recusa do MDB em aprovar a reforma da Constituição, o Congresso foi fechado e o mandato do presidente foi aumentado para seis anos.
A oposição começou a pressionar o governo, junto com a sociedade civil. Com a crescente pressão, o Congresso já reaberto aprovou, em 1979, a revogação do AI-5. O Congresso não podia mais ser fechado, nem ser cassados os direitos políticos dos cidadãos.
Geisel escolheu como seu sucessor o general João Batista Figueiredo, eleito de forma indireta. Figueiredo assumiu o cargo em 15 março de 1979, com o compromisso de aprofundar o processo de abertura política.
No entanto, a crise econômica seguia adiante, e a dívida externa atingia mais de 100 bilhões de dólares, e a inflação, chegava a 200% ao ano.
As reformas políticas continuaram sendo realizadas, mas a linha dura continuava com o terrorismo. Surgiram vários partidos, entre eles o Partido Democrático Social (PDS) e o Partido dos Trabalhadores (PT). Foi fundada a Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Os espaços de luta pelo fim da presença dos militares no poder central foram se multiplicando.
Nos últimos meses de 1983, teve início em todo o país uma campanha pelas eleições diretas para presidente, as "Diretas Já", que uniram várias lideranças políticas como Fernando Henrique Cardoso, Lula, Ulysses Guimarães, entre outros.
O movimento que chegou ao auge em 1984, quando seria votada a Emenda Dante de Oliveira, que pretendia restabelecer as eleições diretas para presidente.
No dia 25 de abril, a emenda apesar de obter a maioria dos votos, não conseguiu os 2/3 necessários para sua aprovação.
Logo depois da derrota de 25 de abril, grande parte das forças de oposição resolveu participar das eleições indiretas para presidente. O PMDB lançou Tancredo Neves, para presidente e José Sarney, para vice-presidente.
Reunido o Colégio Eleitoral, a maioria dos votos foi para Tancredo Neves, que derrotou Paulo Maluf, candidato do PDS. Desse modo encerrava-se os dias da ditadura militar.

Presidentes durante a Ditadura Militar no Brasil

Castelo Branco

Mandato15/04/1964 a 15/03/1967
Política InternaCriação do Serviço Nacional de Informação.
EconomiaCriação do Cruzeiro e do Banco Nacional de Habitação (BNH)
Política externaRompimento de relações diplomáticas com Cuba e aproximação com os EUA.

Arthur da Costa e Silva

Mandato15/3/1967 a 31/8/1969
Política InternaEntrou em vigor a Constituição de 1967 e promulgação do AI-5. Criação da Embraer.
EconomiaExpansão do crédito e da industrialização pesada.
Política ExternaAproximação aos países africanos e asiáticos nos fóruns internacionais. Visita da rainha Elizabeth II ao Brasil.

Junta Governativa Provisória

  • Aurélio de Lira Tavares, ministro do Exército;
  • Augusto Rademaker, ministro da Marinha;
  • Márcio de Souza e Melo, ministro da Aeronáutica.
Mandato31/08/1969 a 30 de outubro de 1969
Política InternaA Junta Governativa apenas ocupou a presidência em decorrência da morte de Costa e Silva. Assim, apenas prepararam a eleição quando seria escolhido Médici como presidente.

Emílio Garrastazu Médici

Mandato30/10/1969 a 15/3/1974
Política InternaDerrotou a Guerrilha do Araguaia e criou o Departamentos de Operação de Informação
EconomiaCriação da Embrapa, e início da construção de grandes obras como a Hidrelétrica de Itaipu
Política ExternaAcordo com o Paraguai e Argentina para a construção da usina. Visita aos Estados Unidos.

Ernesto Geisel

Mandato15/03/1974 a 15/03/1979
Política InternaCriação do estado do Mato-Grosso do Sul, fusão do estado da Guanabara ao Rio de Janeiro e fim do AI-5.
EconomiaAumento da dívida externa e estímulo ao capital estrangeiro.
Política ExternaReconhecimento da independência da Angola, acordos sobre energia nuclear com a Alemanha Ocidental e reatadas as relações diplomáticas com a China.

João Baptista Figueiredo

Mandato15/03/1979 a 15/03/1985
Política InternaCriação do estado de Rondônia e Reabertura política com a lei da Anistia
EconomiaModernização da agricultura, aumento da inflação e empréstimo do FMI.
Política ExternaVisita aos Estados Unidos.
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