FILHO X VICE Bolsonaro minimiza crise com Mourão e diz que a briga é por quem 'lava a louça' Quicando: Tuíte assinado de Bolsonaro intriga Tales: Carlos e aliados agora temem que Maia substitua Bolsonaro Sakamoto: Incapaz de dialogar, Bolsonaro abre espaço a vice



Sergio Lima/AFP
FILHO X VICE

Bolsonaro minimiza crise com Mourão e diz que a briga é por quem 'lava a louça'








O presidente Jair Bolsonaro minimizou nesta quinta-feira (25) os atritos com o vice-presidente, Hamilton Mourão, e disse que manterá a parceria com ele, no mínimo, até 2022.
A declaração foi dada em um café com jornalistas no Palácio do Planalto, para o qual a Folha não foi convidada.
Segundo relatos do jornal Valor Econômico, que participou do encontro, Bolsonaro comparou a crise envolvendo Mourão e seu filho Carlos, vereador no Rio, a um casamento.
"Estamos dormindo juntinhos a noite toda", afirmou o presidente, de acordo com o jornal. "Durante o dia, brigamos sobre quem lava a louça", disse. Mourão também esteve presente na conversa com a imprensa.
Mesmo após Jair Bolsonaro ter afirmado na terça-feira (23) que queria colocar um "ponto final" na briga entre seu filho e o vice, o vereador segue com publicações críticas a Mourão nas redes sociais.
Nesta quarta (24), por exemplo, em uma das postagens sobre Mourão, Carlos disse ser "estranhíssimo seu alinhamento com políticos que detestam o presidente", como o ex-deputado Jean Wyllys (PSOL). O filho do presidente ainda escreveu: "Lembro que não estou reclamando do vice só agora e tals... são apenas informações!".
Na terça-feira, ao deixar seu gabinete no Planalto, Mourão afirmou que adotaria uma postura de não criar confronto e exemplificou com um ditado popular: "Quando um não quer, dois não brigam".
Participaram do encontro com Bolsonaro: Ailton Nasser (Record News), Erick Klein e Franz Vazek (Rede TV), Ricardo Gandour (CBN), Rodrigo Rangel (Crusoé), Cláudia Safatle (Valor Econômico), Andreza Matais (O Estado de S. Paulo), André Lahóz Mendonça de Barros (Exame), Daniela Pinheiro (Época), André Petry (Veja), Carlos José Marques (IstoÉ), Felipe Moura Brasil (Jovem Pan), Sheila Magalhães (Rádio Band News), Marcelo D´Angelo (Band News), João Borges (GloboNews) e Leandro Cipoloni (CNN Brasil).




LUIZ LEAL
Há 27 min
Esses ataques ao vice partem invariavelmente das redes sociais do presidente. Sendo assim, tudo o que está lá partiu dele. Isso só vai se resolver quando ele mandar o moleque lavar a louça ao invés de se meter com gente grande.

Bolsonaro fica sem Twitter após briga com Carlos e tuíte assinado polemiza

Juliana Kataoka
25/04/2019 10h37

Na noite de quinta-feira (25), o jornalista Guilherme Amado, da Revista Época, deu uma nota dizendo que Jair Bolsonaro e Carlos Bolsonaro se desentenderam no domingo (07), depois do filho postar na conta de YouTube do pai um vídeo de Olavo de Carvalho atacando o vice-presidente Hamilton Mourão.
Em retaliação, Carlos teria restringido o acesso do presidente ao Twitter e esta seria a explicação de ele estar até então três dias sem postar na plataforma.
Menos de uma hora depois da publicação da matéria, o perfil do presidente se manifestou dizendo que a nota apurada por Guilherme Amado seria falsa.
Mas não sem antes postar um "tuíte com assinatura" que levantou a sobrancelha de muitos tuiteiros:



- Meu muito obrigado ao Apóstolo Renê Terra Nova.
- Parabéns pelos 20 anos do Congresso RESGATE DA NAÇÃO.
- Jair Bolsonaro.

Alguns recuperaram a história da Revista Época e se perguntaram como será que rolou a negociação para recuperar a senha com o filho.
Ou a quais recursos este presidente foi obrigado a apelar para conseguir seu acesso de volta.
Algumas pessoas não ficaram muito convencidas pela autoria do post.
Alguns estão querendo provas mais contundentes que seria o Bolsonaro pai postando – talvez como certos ministros da Justiça tentaram fazer.
E alguns atestaram o quão louco que é isso de precisar assinar seus próprios tuítes.
Carlos Bolsonaro e aliados temem que Rodrigo Maia substitua o presidente

Tales Faria
25/04/2019 11h11

Hoje Carlos Bolsonaro retuitou um vídeo longo de um dos seus aliados, Bernardo P. Küster. São 14m45s de ataques do youtuber e seguidor de Olavo de Carvalho ao vice-presidente, general da reserva Hamilton Mourão.
Na internet poucos, pouquíssimos internautas aguentam assistir mais de um ou dois minutos de peroração. Então o blog selecionou a parte final do vídeo, depois de 13m15s.


Retuite de Carlos Bolsonaro: impeachment de Mourão beneficia Rodrigo Maia
UOL Notícias

Pois é. O youtuber aliado de Carlos, Olavo de Carvalho & Cia diz que só o que o grupo quer é que Hamilton Mourão fique calado: pare de se colocar como uma opção moderada ao presidente Jair Bolsonaro.
Afirma, com todas as letras, que eles não querem o impeachment do vice. Por quê? Porque com a vacância do cargo, em caso de viagens (ou outra coisa), quem assumiria o comando do Planalto seria o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). É ele o segundo na linha de substituição.
Vale lembrar que, em sua recente entrevista à GloboNews, Rodrigo Maia declarou que sua relação com o presidente da República está pior do que na época em que Jair Bolsonaro era deputado. E olha que ali já não era grande coisa.
No tuíte seguinte, Carlos Bolsonaro disse:
"Dou gargalhadas quando algum ser [sic] tenta induzir que busco IMPEACHMENT de quem quer que seja! Informar e mostrar a verdade de POSICIONAMENTOS INADEQUADOS e ANTERIORES a qualquer crítica por mim revelada virou motivo para distorções e fake news. Palavra acima ["impeachment"] jamais citada por mim."    *(em negrito e entre chaves, intervenções do blog)
Bem, quem falou que Carlos Bolsonaro usou os argumentos do pedido de impeachment apresentado à Câmara foi o próprio autor do requerimento, o deputado e pastor Marco Feliciano (e Rodrigo arquivou):
 Incapaz de dialogar sem guerra, Bolsonaro abriu espaço para general Mourão

 Leonardo Sakamoto
25/04/2019 04h19

Foto: Sergio Lima/AFP
Um vice hostil não é a novidade. Para ser bem honesto, é um clichê horrível. Se a cúpula do governo se interessasse por livros de História, veria que bons presidentes, em todo o mundo, gastaram energia para garantir que essa figura jogasse pelo time e não contra ele, aproveitando o que ela tinha de melhor.
O que tem espantado, porém, é a insegurança com a qual Bolsonaro e família têm reagido diante da busca de Hamilton Mourão por protagonismo. Devemos dar um desconto ao presidente, claro, pois é um novato nesse negócio de política – afinal, foram apenas 28 anos no Congresso Nacional, pouco tempo para aprender a dialogar e construir coletivamente. Mesmo assim, a falta de confiança na própria capacidade de se manter no poder é surpreendente.
O que não deixa de ser uma forma involuntária de autocrítica.
Quem lê este blog já há alguns anos sabe que tratei de forma dura o hoje vice-presidente por declarações golpistas, preconceituosas e excludentes que ele proferiu quando ainda era general da ativa e, depois, durante a campanha eleitoral do ano passado. Mas, agora, seja por estratégia, marketing ou sabedoria, ele tem demonstrado mais equilíbrio, racionalidade e maturidade.
Coisa que os mais otimistas afirmaram que aconteceria com Bolsonaro ao assumir a Presidência da República. Aquela conversa para boi dormir, de que a liturgia do cargo mudaria o homem [sobe som de risos]. Esses mesmos sonhadores devem ter ficado decepcionados ao constatar que o coelho não chegou com uma cesta de ovos no domingo passado.
Não digo que concordo com o que pensa Mourão. Mas é natural que acabe preenchendo um vácuo deixado pelo próprio presidente da República. Por se mostrar mais aberto a conversas que não girem em torno de "golden shower", "nazismo de esquerda" e "ideologia de gênero" e por não chamar a imprensa de "fake news" dia sim, dia também, ele vê gente cair por gravidade para perto dele.
A Maior Crise do Governo de Todos os Tempos da Última Semana deve ser computada na incapacidade da família Bolsonaro de fazer política sem entrar em guerra. Acostumada a sobreviver do conflito e não no diálogo, ela tenta mostrar a seus fãs que o mundo é caótico e só uma liderança populista, carismática e conservadora garantirá a travessia em meio ao tumulto. O problema é que o custo humano e material desse processo é impagável no longo prazo.
A origem da insegurança e do medo diante do vice reside, portanto, no próprio presidente da República e em sua família. Não por conta de uma paranoia não-medicada, mas pela incapacidade de Bolsonaro em fazer o que foi eleito pata fazer: governar um país, articulando diferentes interesses e diferenças, organizando a equipe para lançar projetos para enfrentar os problemas nacionais. E não tocar um Ministério da Verdade, como no livro 1984, de George Orwell, responsável por, entre outras coisas, ressignificar os registros históricos.
O Brasil sofre com um desemprego de 13,1 milhões de pessoas. Já passou do momento de Bolsonaro apresentar um programa para fomentar a geração de postos de trabalho. Garanto que se ele implementar ações eficazes voltadas ao aquecimento da economia, ao invés de apostar todas as fichas na Reforma da Previdência, terá um país menos insatisfeito diante de si. E ele e sua família não precisarão ficar inseguros diante de ninguém.
Em tempo: Nesse caldo, Olavo de Carvalho não apenas como porta-voz, mas também como um totem a ser cultuado, agregando e dando sentido às coisas. Mas é um totem descartável, que seguirá reverenciado pelo governo enquanto for útil.


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