Carlos Bolsonaro ataca Mourão e sugere traição: “Se não visse, não acreditaria”



Carlos Bolsonaro ataca Mourão e sugere traição: “Se não visse, não acreditaria”



vereador carioca Carlos Bolsonaro (PSC) atacou o vice-presidente Hamilton Mourão e sugeriu que ele é desleal ao seu pai, o presidente Jair Bolsonaro. Carlos reproduziu trecho de um convite para uma palestra com Mourão na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. No texto, o vice é apontado como "voz da razão e moderação" de um governo mergulhado em crise. "Se não visse, não acreditaria que aceitou com tais termos. Este jogo está muito claro", escreveu o vereador no Twitter.
Ele também destacou um comentário crítico a Bolsonaro, feito nas redes sociais pela jornalista Rachel Sheherazade, curtido pelo vice-presidente. "Tirem suas conclusões", afirmou o filho do presidente. Na publicação, a jornalista elogia a participação de Mourão no debate na universidade norte-americana. "O vice mostrou como ele e o presidente são diferentes: um é o vinho, o outro, vinagre". A curtida, assim como o próprio convite, é um dos pontos que embasam o pedido de impeachment do vice, apresentado pelo deputado Pastor Marco Feliciano (Podemos-SP), vice-líder do governo no Congresso.
Ainda ontem à noite, horas após Jair Bolsonaro divulgar uma nota, por meio de seu porta-voz, afirmando que esse tipo de crítica de Olavo não contribuía para os interesses do governo, Carlos chamou o escritor de "gigantesca referência do que vem acontecendo há tempos no Brasil". "Desprezar isto só têm três motivos: total desconhecimento, se lixando para os reais problemas do Brasil ou acha que o mundo gira em torno de seu umbigo por motivos que prefiro que reflitam", escreveu no Twitter.
O escritor também negou estar por trás do pedido de impeachment apresentado por Feliciano: "Não tenho BOSTA NENHUMA a ver com o pedido de impeachment do Mourão. Se tivesse, diria com todas as letras. O que eu faço, assumo, Não me escondo por trás de políticos. Apenas, esses homens de isopor da esfera federal nem acreditam que exista alguém assim. Acham impossível, porque nunca viram um nos ambientes que frequentam".
Em nota lida pelo porta-voz ontem no fim da tarde, Bolsonaro tentou se afastar da polêmica envolvendo Olavo e os militares. “O professor Olavo de Carvalho teve um papel considerável na exposição das ideias conservadoras que se contrapuseram à mensagem anacrônica cultuada pela esquerda e que tanto mal fizeram ao nosso País. Entretanto, sua recentes declarações contra integrantes dos poderes da República não contribuem para a unicidade de esforços e consequente atingimento dos objetivos propostos em nosso projeto de governo, que visam ao fim e ao cabo ao bem estar da sociedade brasileira e ao soerguimento do Brasil no contexto das nações”, disse o presidente, segundo o general Fernando Rêgo Barros.
Olavetes e militares
O Ministério da Educação é o principal foco de atrito entre os chamados olavetes, seguidores do escritor, e o núcleo militar. Indicado por Olavo para o cargo, Ricardo Vélez Rodríguez deixou a pasta no início do mês após cerca de três meses de paralisia gerencial e trocas constantes em cargos importantes do ministério.
O seu substituto, o economista Abraham Weintraub, também é adepto das ideias do polemista gaúcho e tem trazido de volta ao governo outros nomes ligados a Olavo de Carvalho. Outro ministro que chegou ao cargo sob as bênçãos dele é o titular das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Bolsonaro, Ernesto e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, ofereceram um jantar em homenagem a Olavo durante a passagem da comitiva presidencial pelos Estados Unidos em março.
No mesmo mês o escritor chamou Mourão de “um cara idiota”. O vice-presidente respondeu, ao ser questionado sobre a declaração por jornalistas, mandando um “beijinho” para o polêmico influenciador intelectual dos filhos de Bolsonaro.

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