Internacional
Peres: ataque contra Irã é mais provável que ação diplomática
"A possibilidade de um ataque militar contra o Irã parece mais próxima que a opção diplomática", afirmou o presidente em declarações ao jornal Israel Hayom.
Peres fez estas declarações antes da divulgação, na próxima terça-feira, do informe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre o programa nuclear iraniano, que os especialistas israelenses consideram "alarmante".
Segundo o jornal israelense Haaretz, o informe da AIEA terá uma "influência decisiva" no Governo.
O Irã rejeitou de antemão as supostas acusações do informe da AIEA sobre a dimensão militar de seu programa nuclear, disse o chanceler iraninao Ali Akbar Salehi, citado pela imprensa neste domingo.
"A propaganda (ocidental) começa a dizer que o próximo informe da AIEA apresentará documentos sobre uma atividade do Irã na questão de mísseis, mas a agência já havia dito antes ao apresentar os documentos e nós já contestamos", disse Salehi, segundo a agência Isna.
Teerã sempre desmentiu que esteja buscando construir uma bomba nuclear.
Já o chanceler francês, Alain Juppé, defendeu neste domingo o endurecimento das sanções internacionais aplicadas ao Irã e considerou, no entanto, que um ataque israelense contra o país "poderia criar uma situação totalmente desestabilizadora para a região".
A hipótese de um ataque de Israel contra as instalações nucleares do Irã ganhou força nos últimos dias, alimentada por informações da imprensa sobre um debate que divide o Governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
O ministro da Defesa, Ehud Barak, desmentiu na segunda-feira informações de que teria decidido com Netanyahu atacar o Irã. Mas logo em seguida acrescentou que "podem ser criadas situações no Oriente Médio nas quais Israel deverá defender seus interesses vitais de maneira independente, sem ter que se apoiar em outras forças regionais ou de outros lugares".
Segundo o jornal Haaretz, a maioria dos 15 membros do gabinete israelense de segurança se opõe por enquanto a um ataque contra o Irã e é a única instância que pode tomar uma decisão desta gravidade.
Muitas autoridades israelenses destacam que Israel não pode lançar uma operação como esta sem coordená-la previamente com os Estados Unidos e sem a aprovação deste país.
Israel é considerado uma potência nuclear regional, mas nunca confirmou nem desmentiu dispor de armamento atômico. Segundo fontes estrangeiras, teria um arsenal de 200 ogivas nucleares e de vetores adequados para fazer uso delas.
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