Brasil cresce 2,7% em 2011 e vira 6ª economia do mundo

País ultrapassou o Reino Unido com resultado positivo do ano passado; em valores correntes, o valor do PIB alcançou R$ 4,1 trilhões


Carla Falcão, iG Rio de Janeiro | 06/03/2012 09:01 - Atualizada às 10:41
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro apresentou um crescimento de 2,7% em 2011, segundo dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com esse resultado, o Brasil passou a ser a sexta economia mundial ultrapassando o Reino Unido.

O resultado não surpreendeu os especialistas e o mercado financeiro, que projetavam um crescimento entre 2,6% e 3% para o ano passado.



PIB 2011

Comparação entre o Brasil e países desenvolvidos e emergentes - resultado em %
Fonte: IBGE



Esse desempenho é inferior ao registrado em 2010, quando a economia apresentou um crescimento robusto de 7,5%, após um recuo de -0,33 em 2009, reflexo a crise financeira que estourou em setembro de 2008 nos Estados Unidos e afetou drasticamente a economia mundial.

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Em valores correntes, a soma das riquezas produzidas no País chegou a R$ 4,143 trilhões no ano passado, um crescimento de cerca de 14% sobre os R$ 3,6 trilhões em 2010.

Em função deste crescimento, o PIB per capita alcançou R$ 21.252 (em valores correntes), após ter registrado variação, em volume, de 1,8% em relação a 2010. O PIB per capita é definido como a divisão do valor corrente do PIB pela população residente no meio do ano.

De acordo com dados divulgados pelo IBGE, no quarto trimestre de 2011 o PIB cresceu 0,3% em relação ao terceiro trimestre do ano passado. O setor agropecuário, com alta de 0,9% e o de  serviços, com avanço de 0,6%, foram os detaques positivos, enquanto a indústria apresentou retração de -0,5%.





Desempenho da economia do Brasil

Variação anual do Produto Interno Bruto do País
Fonte: IBGE



Pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), Fernando Holanda Barbosa Filho avalia que o desempenho da economia brasileira em 2011 não foi ruim, embora tenha vindo abaixo das expectativas iniciais do mercado.

“A verdade é que os economistas estavam eufóricos e ainda sob os efeitos do ‘Pibão’ de 2010 quando projetaram um crescimento de 5,5%. Mas, o fato é que o produto potencial da economia brasileira está muito mais próximo de 3,5% do que de 4,5%”, avaliou.

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Visão semelhante tem o economista-chefe da corretora Prosper, Eduardo Velho. “Os resultados de 2011 obviamente estão abaixo do que o governo gostaria de apresentar. Por outro lado, um crescimento de 2,7%, em um ano complicado como 2011, demonstra que o Brasil enfrentou uma crise mundial, mais uma vez, sem sofrer grandes turbulências. Os números refletem apenas uma desaceleração suave e rápida, se consideramos os fatores de contenção de demanda interna e externa verificados no ano passado”, disse.

Já o professor de economia do Ibmec Rio, Mauro Rochlin, não credita o desempenho de 2011 à conjuntura internacional. Ele atribui o “crescimento pífio do PIB” à decisão do Banco Central de manter uma alta taxa de juros durante boa parte do último ano. O economista lembra ainda que as previsões do boletim Focus apontavam, em janeiro do ano passado, para uma elevação do PIB entre 5% e 5,5%.

“O BC errou na medida e não obteve os resultados esperados, já que a Selic não conseguiu segurar a inflação e ainda prejudicou o crescimento do País. O que vimos foi um duplo efeito nefasto sobre a economia”,  afirmou.

Cenário para a economia em 2012

Para 2012, as projeções convergem para um número próximo, mas abaixo de 4%. Na opinião de Barbosa Filho, a previsão do governo de um crescimento da economia da ordem de 4,5% é inacreditavelmente otimista. “Eu apostaria em números mais modestos, entre 3,5% e 4%”, disse.

Mais otimista, Rochlin, do Ibmec Rio, considera os sinais de recuperação da economia americana, que surpreendeu o mercado na semana que passou, e a momentânea melhora do clima na zona do euro como fatores capazes de impulsionar um melhor resultado da economia brasileira em 2012. “O quadro internacional está um pouco melhor e ainda há perspectiva de que a Selic caia um pouco mais em 2012”, afirmou o especialista.

Já o economista-chefe da Prosper, avaliou que ainda existem fatores de risco que podem reduzir as previsões de crescimento da economia brasileira. Além das incertezas relacionadas à zona do euro, existe ainda a preocupação com a trajetória do preço do petróleo, segundo Velho.

(Colaborou Ilton Caldeira, iG São Paulo)   Copiado : http://economia.ig.com.br/
 

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