FMI reafirma pessimismo envolvendo crescimento da América Latina Previsões do FMI para América Latina e Caribe em 2016 e 2017

04/10/2016 - 19:46 FMI reafirma pessimismo envolvendo crescimento da América Latina


AFP/Arquivos / Juan Barreto Notas de bolívar e dólar em Caracas
O Fundo Monetário Internacional (FMI) confirmou seu pessimismo em relação à América Latina ao ajustar nesta terça-feira para baixo sua previsão de crescimento em 2016 da região, arrastada pela crise do Brasil e da Venezuela.
O FMI, que realiza nesta semana sua reunião anual em Washington, projetou uma contração de 0,6% do Produto Interno Bruto do conjunto de países latino-americanos e caribenhos. Isso significa uma queda maior que o 0,4% previsto em julho.
"A atividade econômica na América Latina e no Caribe continua diminuindo de velocidade", afirmou o FMI em seu relatório Panorama Econômico Mundial.
O mau cenário deve começar a melhorar em 2017, quando o FMI espera (como em julho) uma recuperação a 1,6% nas economias dessa região de exportadores de matérias-primas.
Apenas dois décimos de ponto a menos do que em sua avaliação de julho, a estimativa do FMI para 2016 revela o pessimismo da instituição sobre o desempenho da economia da América Latina, que encerrará o ano no negativo após uma estagnação de 0,0% em 2015.
O organismo mantém suas perspectivas negativas para o Brasil, que se contrairá 3,3%, e para a Venezuela, protagonista da pior crise na região, que terá uma grande queda de 10%.
"No Brasil, a economia continua se contraindo, embora a um passo mais moderado, a inflação ultrapassa a margem de tolerância do Banco Central e a credibilidade das políticas foi abalada", disse o FMI.
O relatório sobre a economia mundial do Fundo Monetário Internacional (FMI) destaca que a queda do índice de confiança parece ter chegado ao fim, graças a "menores incertezas políticas" e à absorção dos choques econômicos passados e prevê uma recuperação para o Brasil, com crescimento de 0,5% em 2017.
Na Venezuela, o organismo financeiro estima que a crise "se profunde" em 2016 e 2017, agravada pela prolongada queda dps preços do petróleo, que tem causado uma seca divisas no país que importa a maior parte do que consome.
O organismo reconhece que prever o desempenho da economia venezuelana é "complicado" após mais de uma década sem poder avaliar o país .
- Pequenos potentes -
O FMI elogiou na Argentina "a importante e muito necessária transição a políticas econômicas mais consistentes e sustentáveis".
O Fundo, que realizou sua primeira missão no país sul-americano desde 2006, advertiu que a transformação impulsionada pelo novo governo do presidente Mauricio Macri "provou ser mais custosa do que o previsto", motivo pelo qual rebaixou sua projeção de 0,3 ponto, para uma contração da economia argentina de 1,8% em 2016.
Enquanto isso, o fraco desempenho das exportações no México causará um crescimento mais fraco de 2,1%, mas acelerará a 2,3% em 2017 com a recuperação do setor externo.
Alám da Venezuela, os países exportadores de matérias-primas continuarão em desaceleração em 2016.
A Colômbia, quarto produtora de petróleo na América Latina, crescerá 2,2% (-0,3% em relação a julho), e o Chile, exportador de cobre, se manterá com 1,7%.
O Equador enfrenta uma "perspectiva desafiadora devido ao reduzido valor de suas exportações petrolíferas e sua economia dolarizada" e terá uma contração em 2016 e 2017, afirmou o FMI.
Embora as principais economias estejam com problemas, a maioria continuará se expandindo, demonstrando a heterogeneidade da região, ressaltou o FMI.
Os pequenos Peru, Bolívia e Paraguai seguirão em seu ritmo moderado, com taxas de crescimento igual ou superiores a 3,5%.
04/10/2016 - 16:56 Previsões do FMI para América Latina e Caribe em 2016 e 2017

Previsões do FMI para América Latina e Caribe em 2016 e 2017

AFP / Ronaldo Schemidt (Setembro) Padaria em Caracas
Seguem abaixo as previsões econômicas para a América Latina e o Caribe do Fundo Monetário Internacional (FMI) para 2016 e 2017, publicadas nesta terça-feira.
Crescimento do Produto Interno Bruto:
- 2016 2017
- ----- ------
América Latina e Caribe**
-0,6% (-0,2) 1,6% (=)
Argentina** -1,8% (-0,3) 2,7% (+0,1)
Bolívia* 3,7% (-0,1) 3,9% (+0,4)
Brasil** -3,3% (=) 0,5% (=)
Chile** 1,7% (=) 2,0% (=)
Colômbia** 2,2% (-0,3) 2,7% (-0,3)
Equador* -2,3% (+2,2) -2,7% (+1,6)
México** 2,1% (-0,4) 2,3% (-0,3)
Paraguai* 3,5% (+0,6) 3,6% (+0,4)
Peru** 3,7% (=) 4,1% (=)
Uruguai* 0,1% (-1,3) 1,2% (-1,4)
Venezuela** -10,0% (=) -4,5% (=)
América Central** 3,9% (-0,2) 4,1% (=)
Caribe** 3,4% (=) 3,6% (+0,1)
* Dados entre parênteses mostram a variação em relação às estimativas de abril do FMI.
** Dados entre parênteses se referem à variação em relação às estimativas de julho do FMI.
Inflação:
América Latina e Caribe 5,8% 4,2%
Argentina * N/D 23,2%
Bolívia 3,9% 5,1%
Brasil 9,0% 5,4%
Chile 4,0% 3,0%
Colômbia 7,6% 4,1%
Equador 2,4% 1,1%
México 2,8% 3,3%
Paraguai 4,1% 4,1%
Peru 3,6% 2,5%
Uruguai 10,2% 8,7%
Venezuela 475,8% 1.660,1%
América Central 2,5% 3,0%
Caribe 3,5% 4,5%
* Argentina passa por ajustes no mecanismo que mede a inflação, que foi estabelecido em 2014 pelo governo anterior, depois de receber críticas do FMI. O FMI não publica a inflação argentina entre 2014 e 2016, e da mesma maneira não calcula o índice inflacionário da América Latina e Caribe em seu conjunto.
copiado  https://www.afp.com/pt/noticia/

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem em destaque

Ao Planalto, deputados criticam proposta de Guedes e veem drible no teto com mudança no Fundeb Governo quer que parte do aumento na participação da União no Fundeb seja destinada à transferência direta de renda para famílias pobres

Para ajudar a educação, Políticos e quem recebe salários altos irão doar 30% do soldo que recebem mensalmente, até o Governo Federal ter f...