Santos abre novo diálogo de paz com Farc na Colômbia
"Designei o doutor Humberto de la Calle – que ratifiquei como chefe negociador – a chanceler María Ángela Holguín e o ministro da Defesa, Luis Carlos Villegas, para que, na maior brevidade, iniciem os diálogos que nos permitam abordar todos os temas necessários para obter um acordo e culminar com sucesso o sonho de toda a Colômbia de acabar com a guerra com as Farc", disse Santos em mensagem à Nação.
O presidente agradeceu o apoio de representantes políticos, com quem se reuniu mais cedo, "para continuar buscando a paz e para estabelecer os diálogos necessários para não jogar fora os quase seis anos de grandes esforços que culminaram com o acordo com as Farc".
A reunião, na presidencial Casa de Nariño, terminou com
uma declaração de apoio ao chefe de Estado. "Respaldamos a decisão de
conformar uma comissão ampla e inclusiva que abra um diálogo nacional
com todos os setores do 'Não'", afirmou o presidente do Senado, Mauricio
Lizcano.
O encontro não contou com a participação do Centro Democrático, liderado pelo ex-presidente Álvaro Uribe, feroz opositor do acordo com as Farc.
O pacto selado há uma semana em Cartagena com as Farc foi o resultado de negociações iniciadas quando Santos assumiu seu primeiro governo, em 2010, mandato para o qual foi reeleito em 2014.
A fase pública das negociações começou em novembro de 2012, por meio diálogos formais em Havana, mediados por Cuba e Noruega, e com acompanhamento de Venezuela e Chile.
"O país precisa de unidade. Temos que deixar para trás os rancores, os ódios e a polarização que tanto nos faz mal", afirmou após a vitória do "Não" por 50,21% dos votos.
Santos saudou a indicação de três porta-vozes do Centro Democrático liderado pelo ex-presidente Álvaro Uribe, grande impulsionador da campanha contra o acordo de paz com as Farc, "para sentar-se para dialogar e levar o processo de paz ao final feliz".
"Teremos que atuar com prontidão e colocar limites de tempo, pois a incerteza e a falta de clareza sobre o que acontecerá colocam em risco tudo o que foi construído até agora", afirmou.
Apoio internacional
Santos agradeceu "as manifestações de apoio e de estímulo para não enfraquecer na busca da paz" que recebeu nas últimas horas por parte da comunidade internacional.
Os Estados Unidos anunciaram seu respaldo à "proposta do presidente Santos para a união de esforços em apoio a um diálogo amplo como o próximo passo para alcançar uma paz justa e duradoura", em nota do departamento de Estado.
O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, expressou a esperança do governo americano de que as partes cheguem a uma "paz negociada" e destacou que os "Estados Unidos estão prontos, inclusive através de nosso enviado especial, para apoiar todas as partes a chegar a um acordo que seja consistente com a vontade e ambição dos colombianos".
Os chanceleres de Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai e México manifestaram, em comunicado conjunto, que o referendo na Colômbia "não deve significar uma rejeição à paz".
Os chanceleres "manifestam sua convicção de que o resultado não deve significar uma rejeição à paz ou o regresso ao conflito", e destacam que "a paz é um valor que se constrói com esforço e perseverança".
Os ministros aplaudiram a convocação de todas as forças políticas colombianas anunciada pelo presidente Santos, "e sua vocação por buscar pontos comuns e unidade para seguir construindo, entre todos os colombianos, caminhos para que a paz seja possível e saia fortalecida".
Dúvida sobre os próximos passos
A grande pergunta é o que acontecerá com o acordo que levou quatro anos de negociações em Cuba e que foi assinado há uma semana, em uma cerimônia solene em Cartagena, entre Santos e o chefe máximo das Farc, Rodrigo Londoño (Timoleón Jiménez ou Timochenko).
Apesar do revés, o cessar-fogo vigente no país desde 29 de agosto continua firme, confirmou Santos.
Em uma declaração em Havana, Timochenko ratificou que as "frentes guerrilheiras em todo o país permanecerão com o cessar-fogo bilateral e definitivo como uma medida necessária de alívio às vítimas do conflito e em respeito ao que foi acertado com o governo".
O líder rebelde também falou mais cedo sobre a possibilidade de "retificar" o acordo. Esse resultado "nos enche de entusiasmo, nos comprometemos muito mais, porque de todas as formas há leituras diversas e devemos analisá-las para ver o que deve ser retificado", indicou à emissora colombiana La W Radio.
"Estamos analisando com calma os resultados para continuar, porque isso não significa que a batalha pela paz foi perdida", acrescentou, ao afirmas que as Farc "projetarão iniciativas" para levar "esse processo adiante".
A pedido de Santos, Humberto de la Calle e o Alto Comissário de Paz, Sergio Jaramillo, viajarão a Havana "para manter os negociadores das Farc informados" sobre o resultado do diálogo com as forças políticas.
copiado https://www.afp.com/pt/noticia/
Colombian Presidency/AFP / Cesar CARRION
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, participa de coletiva de imprensa, em Bogotá, no dia 3 de outubro de 2016
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, reabriu
nesta segunda-feira o diálogo em busca da paz com as Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia (Farc), e confirmou no cargo seu chefe
negociador, Humberto de la Calle, após o referendo que rejeitou o acordo
com a guerrilha."Designei o doutor Humberto de la Calle – que ratifiquei como chefe negociador – a chanceler María Ángela Holguín e o ministro da Defesa, Luis Carlos Villegas, para que, na maior brevidade, iniciem os diálogos que nos permitam abordar todos os temas necessários para obter um acordo e culminar com sucesso o sonho de toda a Colômbia de acabar com a guerra com as Farc", disse Santos em mensagem à Nação.
O presidente agradeceu o apoio de representantes políticos, com quem se reuniu mais cedo, "para continuar buscando a paz e para estabelecer os diálogos necessários para não jogar fora os quase seis anos de grandes esforços que culminaram com o acordo com as Farc".
O encontro não contou com a participação do Centro Democrático, liderado pelo ex-presidente Álvaro Uribe, feroz opositor do acordo com as Farc.
O pacto selado há uma semana em Cartagena com as Farc foi o resultado de negociações iniciadas quando Santos assumiu seu primeiro governo, em 2010, mandato para o qual foi reeleito em 2014.
A fase pública das negociações começou em novembro de 2012, por meio diálogos formais em Havana, mediados por Cuba e Noruega, e com acompanhamento de Venezuela e Chile.
"O país precisa de unidade. Temos que deixar para trás os rancores, os ódios e a polarização que tanto nos faz mal", afirmou após a vitória do "Não" por 50,21% dos votos.
Santos saudou a indicação de três porta-vozes do Centro Democrático liderado pelo ex-presidente Álvaro Uribe, grande impulsionador da campanha contra o acordo de paz com as Farc, "para sentar-se para dialogar e levar o processo de paz ao final feliz".
"Teremos que atuar com prontidão e colocar limites de tempo, pois a incerteza e a falta de clareza sobre o que acontecerá colocam em risco tudo o que foi construído até agora", afirmou.
Apoio internacional
Santos agradeceu "as manifestações de apoio e de estímulo para não enfraquecer na busca da paz" que recebeu nas últimas horas por parte da comunidade internacional.
Os Estados Unidos anunciaram seu respaldo à "proposta do presidente Santos para a união de esforços em apoio a um diálogo amplo como o próximo passo para alcançar uma paz justa e duradoura", em nota do departamento de Estado.
O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, expressou a esperança do governo americano de que as partes cheguem a uma "paz negociada" e destacou que os "Estados Unidos estão prontos, inclusive através de nosso enviado especial, para apoiar todas as partes a chegar a um acordo que seja consistente com a vontade e ambição dos colombianos".
Os chanceleres de Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai e México manifestaram, em comunicado conjunto, que o referendo na Colômbia "não deve significar uma rejeição à paz".
Os chanceleres "manifestam sua convicção de que o resultado não deve significar uma rejeição à paz ou o regresso ao conflito", e destacam que "a paz é um valor que se constrói com esforço e perseverança".
Os ministros aplaudiram a convocação de todas as forças políticas colombianas anunciada pelo presidente Santos, "e sua vocação por buscar pontos comuns e unidade para seguir construindo, entre todos os colombianos, caminhos para que a paz seja possível e saia fortalecida".
Dúvida sobre os próximos passos
A grande pergunta é o que acontecerá com o acordo que levou quatro anos de negociações em Cuba e que foi assinado há uma semana, em uma cerimônia solene em Cartagena, entre Santos e o chefe máximo das Farc, Rodrigo Londoño (Timoleón Jiménez ou Timochenko).
Apesar do revés, o cessar-fogo vigente no país desde 29 de agosto continua firme, confirmou Santos.
Em uma declaração em Havana, Timochenko ratificou que as "frentes guerrilheiras em todo o país permanecerão com o cessar-fogo bilateral e definitivo como uma medida necessária de alívio às vítimas do conflito e em respeito ao que foi acertado com o governo".
O líder rebelde também falou mais cedo sobre a possibilidade de "retificar" o acordo. Esse resultado "nos enche de entusiasmo, nos comprometemos muito mais, porque de todas as formas há leituras diversas e devemos analisá-las para ver o que deve ser retificado", indicou à emissora colombiana La W Radio.
"Estamos analisando com calma os resultados para continuar, porque isso não significa que a batalha pela paz foi perdida", acrescentou, ao afirmas que as Farc "projetarão iniciativas" para levar "esse processo adiante".
A pedido de Santos, Humberto de la Calle e o Alto Comissário de Paz, Sergio Jaramillo, viajarão a Havana "para manter os negociadores das Farc informados" sobre o resultado do diálogo com as forças políticas.
copiado https://www.afp.com/pt/noticia/
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