Eficiência
Empresário foi ouvido por dois policiais e dois procuradores sobre pagamento de propina a políticos
Declaração.
Empresário Eike Batista chega à sede da Polícia Federal, na praça Mauá,
região portuária do Rio, para prestar depoimento
PUBLICADO EM 01/02/17 - 03h00
Rio de Janeiro. O empresário Eike Batista teria
confessado nessa terça-feira (31), em depoimento à Polícia Federal, que
repassou US$ 16,5 milhões para o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio
Cabral, por meio dos irmãos-doleiros Marcelo e Renato Chebar. O dinheiro
teria sido mascarado pela falsa venda de uma venda de ouro. A
informação foi divulgada pelo colunista Lauro Jardim, do jornal “O
Globo”.
Eike Batista terminou, às 17h15 dessa terça-feira (31), seu depoimento na Superintendência da Polícia Federal (PF) na Zona Portuária do Rio. Ele foi ouvido durante 2h15 por dois policiais e dois procuradores, embora tenha ficado por cerca de 4 horas no local. Às 18h47, ele foi transferido de volta para a prisão. O empresário deixou a PF em carro policial sem escolta.
Ele deixou a Penitenciária Bandeira Stampa, no complexo de Gericinó, zona Oeste do Rio, no início da tarde, em direção à Superintendência da Polícia Federal, na praça Mauá, onde falou sobre as acusações de pagamento de propina a políticos, reveladas pela operação Eficiência.
Imagens da Globonews mostraram Eike de cabeça raspada sendo levado para um carro da Polícia Federal. Ele chegou à PF às 14h45, aos gritos de “ladrão” por pessoas que estavam na porta da superintendência da corporação.
Pouco antes, o advogado de Eike, Fernando Martins, chegou à Superintendência da PF e disse a jornalistas que “a princípio não há a possibilidade” do empresário fazer uma delação. Ao sair da superintendência, ele não falou com a imprensa.
Segundo a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap), o empresário passou a noite tranquilo e se alimentou normalmente na manhã dessa terça-feira (31).
Eike Batista foi preso nessa segunda-feira (30), no Aeroporto Internacional, assim que desembarcou de um voo vindo de Nova York. Ele foi levado para o presídio Ary Franco, em Água Santa, na Zona Norte da cidade, e em seguida encaminhado para o Bandeira Stampa, conhecido como Bangu 9. O empresário teve a prisão preventiva decretada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal Federal.
Além de Eike, outro depoimento marcado para essa terça-feira (31) foi o Luiz Arthur Andrade Correia. Seus detalhes não foram divulgados.
Defesa abandona ex-governador
Rio de Janeiro. Oito advogados que representavam o
ex-governador do Rio Sérgio Cabral em ação penal na 7ª Vara Federal
Criminal do Estado renunciaram da defesa do peemedebista alegando
“conflito de interesses”. Os criminalistas também atuam na defesa do
empresário Eike Batista – outro alvo dos desdobramentos da Lava Jato no
Rio – em processos na Justiça.O documento no qual renunciam foi entregue nessa segunda-feira (30) à Justiça. A defesa de Cabral era encabeçada pelos criminalistas Ary Bergher e Raphael Mattos, sócios do escritório Bergher & Mattos. Os dois também representam Eike Batista em outros processos na Justiça, como a ação penal que tramita na 3ª Vara Federal Criminal do Rio.
Nessa ação, o empresário é acusado dos crimes de manipulação de mercado e uso de informações privilegiadas (insider trading) na negociação de ações da empresa de construção naval do Grupo X, a OSX. De acordo com publicação do blog do jornalista Fausto Macedo, na última sexta-feira, o peemedebista vinha conversando com seus advogados sobre a possibilidade de fechar um acordo de delação e havia definido a troca de Ary Bergher pelo criminalista Sérgio Riera.
Riera foi o responsável pela delação premiada na Lava Jato de Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB em contratos na Diretoria Internacional da Petrobras. À época, o advogado negou ter sido contratado por Cabral. Segundo ele, seu trabalho, atualmente, estava relacionado somente à defesa da ex-mulher de Cabral Susana Neves Cabral. Ela foi alvo de condução coercitiva na Operação Eficiência, assim como Eike.
Pedidos. As decisões sobre os dois pedidos de habeas corpus em favor de Eike Batista devem sair nesta quarta-feira (1). Eles foram distribuídos para a 1ª Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região.
Ostentação
Filhos mantiveram a mesma rotina de luxo
FOTO: Reprodução/Instagram |
Thor Batista e a namorada Lunara Campos em viagem internacional |
Já Olin, que criou campanha virtual em defesa do pai, esteve na Alemanha, Miami e Barcelona com a mãe, Luma de Oliveira. Enquanto Eike estava foragido em Nova York, Olin esquiava com amigos no Colorado e seguiu para Las Vegas.
Em fotos no Instagram e no Facebook, Lunara e Thor ostentaram uma rotina de luxo. Na virada do ano, estavam em Londres. Hospedaram-se na suíte presidencial do Hotel Shangri-la, no centro de cidade. A diária sai a R$ 33,5 mil. Lunara deslumbrou-se com o local: “Todos os dias nos mandavam frutas frescas para o quarto e, às vezes, alguns docinhos. Quarto com muita tecnologia, banheiro ótimo. A piscina fica no 52º andar”.
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