Hoje é o Dia da Internet SeguraProteja-se!No Dia da Internet Segura, entenda como estamos cada vez mais vulneráveis
MÁRCIO
PADRÃODO UOL, EM SÃO PAULO
iStock
Getty
Images/iStockphoto
Estamos expostos
Você
já foi vítima de algum golpe na internet? Já tentaram invadir sua
conta? Roubaram seu login? Fizeram compras no seu nome? E seu
filho, já foi exposto a pessoas perigosas na rede?
Saiba
que não são apenas os links duvidosos que circulam em correntes no
WhatsApp que são uma ameaça. Tentativas de enganar usuários,
intimidar pessoas ou enviar conteúdo ilegal pelas redes sociais
estão cada vez mais frequentes.
O cyberbullying (intimidação
na internet) foi o crime virtual mais comum de 2016, com 312 casos
registrados no canal
de ajuda a vítimas da ONG SaferNet, que
monitora crimes na internet em parceria com Ministério Público e
Polícia Federal.
Foram
301 casos denunciados de sexting e exposição
íntima e 273 problemas com dados
pessoais.
Os conteúdos
de ódio e violentos (128) ganharam em número
de fraudes, golpes e e-mails falsos (109).
ThinkstockNúmeros alarmantes
Em
volume de páginas denunciadas, os crimes de ódio e violência
superaram os casos de pornografia infantil,
que, por si só, somam 17.645 páginas novas por ano.
Em
2016, a SaferNet registrou mais de 21 mil denúncias de
racismo, apologia ao crime, homofobia, xenofobia, intolerância
religiosa, tráfico de pessoas e neonazismoem páginas da
internet.
Ao
todo, a ONG recebeu 115.645 denúncias anônimas só no ano passado,
que envolviam 39.440 páginas novas. Dessas, 11.972 foram removidas
pelos provedores por conterem indícios de crimes graves contra os
direitos humanos.
As
ameaças não vêm só de criminosos brasileiros. Foram detectados
6.649 servidores diferentes, conectados à internet através de 4.230
números IPs distintos, atribuídos a 61 países em cinco
continentes. Mais da metade do conteúdo denunciado estava em inglês;
24,2% estava em português.
Getty
Images/iStockphoto
Tempos de ódio
A
internet hoje funciona como uma caixa de ressonância para aquilo que
esta acontecendo na sociedade, ressalta Thiago Tavares, presidente da
SaferNet no Brasil.
A
polarização política, as crises econômica e política e o
crescimento de grupos que promovem ódio contra minorias fizeram com
que as redes sociais fossem inundadas por mensagens de ódio e por
posts de parlamentares que gostam de dar declarações
polêmicas.
Acabou
aquela a teoria do 'brasileiro cordial'
Thiago Tavares
Thiago Tavares
Diante
deste cenário, o internauta precisa reagir, defende
Rodrigo Nejm, diretor de educação da ONG e
responsável pela coordenação do Dia da Internet Segura (7 de
fevereiro):
Há
quem diga: 'ah, mas não tem lei para a internet'. Tem sim: o
Marco Civil
"A
internet não é um mundo paralelo, mas um espaço coletivo em que
entram em todas as leis", afirma Nejm.
Segundo
ele, as vítimas de crimes virtuais devem fazer
denúncias --nos canais da ONG, elas são anônimas-- e
pressionar, para que o sistema jurídico abarque cada vez mais o
número crescente de casos.
Notei um crime, e agora?
-
Guarde a URL
-
Ignore os agressores
-
Registre em cartório
-
Tenha o BO em mãos
-
Registre o conteúdo efêmero
Para
investigar, a URL específica é necessária --no Facebook ou
Twitter, por exemplo, é só clicar na data e hora do post para
chegar no endereço certo. Se forem várias ofensas, guarde a URL do
perfil também. Tire prints (capturas de tela), mas a URL é
fundamental, porque as empresas guardam registros (logs) dos seus
usuários e poderão ser obrigadas pela Justiça a fornecê-los.
Não
alimente os agressores, os "haters" --eles costumam fazem
isso para ganhar audiência. Também não compartilhe o conteúdo,
mesmo se for para acrescentar um comentário indignado. Isso é
contraprodutivo, porque expõe mais a vítima.
Faça
uma ata notarial, um tipo de copia autenticada na qual você
registra o relato do crime com todos os detalhes. É um documento
que poderá ser útil à investigação.
Se
você for a vítima, junte todas as informações e registre um
boletim de ocorrência. Ele pode ser feito em qualquer delegacia. Se
preferir, faça isso nas delegacias especializadas de cibercrimes,
que estarão mais aptas a orientá-lo.
Em
apps com conteúdo efêmero, como Snapchat ou Instagram, tire um
print ou use um app que possa salvar o que acontece na tela.
Se
for no WhatsApp, é importante não apagar o conteúdo no desespero.
No app, você tem uma função de enviar a conversa por e-mail, na
qual pode anexar as mídias (fotos e vídeos).
No fundo, a maioria das pessoas sabe que corre perigo...
Metade
dos entrevistados numa pesquisa da Microsoft em 14 países, inclusive
no Brasil, se diz "extremamente ou muito" preocupados com a
vida online em geral, sendo que 71% dos brasileiros contaram que já
foram expostos a pelo menos um risco online.
Além
disso, 22% das crianças acessam a internet em pelo menos dois
aparelhos e, em média, elas ganham seu próprio dispositivo aos nove
anos, segundo dados do Google. Mas apenas 38% dos pais usam perfis de
usuários supervisionados na internet.
Será
que estamos realmente comprometidos com medidas de segurança?
10 dicas para se proteger
-
1Muitos programas já têm ferramentas que preveem dois passos (a senha e outro dado que assegure que apenas o dono da conta consiga acessá-la, como SMS ou ligação por voz com código de verificação). O WhatsApp, por exemplo, pede senha e código enviado na hora de logar. Dá para habilitar a função em outros serviços populares como Facebook, Google e Twitter.
-
2Se você ainda usa senhas fáceis, pare agora. O melhor é combinar letras, números e caracteres especiais. Evite usar seu nome, aniversários ou informações óbvias e fáceis de conseguir. Veja o jogo da Safernet para criar uma.
-
3O ideal é ter uma senha diferente para cada perfil que você cria. Mas, como essa é uma precaução bem difícil de seguir, tente não usar a mesma combinação para tudo. A dica é criar combinações por grupo: uma para redes sociais, outra para bancos, outra para sites de e-commerce, etc. Ou opte por programa ou aplicativo gerenciador de senhas para cuidar de todas elas para você.
-
4
Lembre-se do logout
Muita gente ainda usa computadores ou celulares de forma compartilhada e costuma cometer um grande erro: deixar contas de Facebook, Google e afins logadas. Não adianta apenas fechar o navegador, pois muitos deles estão configurados para memorizar a conta. O jeito é sempre sair da conta (logout) e configurar o navegador para que não memorize logins e senhas. Assim, o logout é automático. -
5
Cuidado com ciúmes
Se você acha tranquilo deixar outra pessoa ter acesso aos seus perfis, só tenha consciência do que está fazendo. Se um dia o relacionamento com seu par acabar, por exemplo, saiba que sentimentos como vingança e ciúme podem motivar maldades. Antes disso acontecer, que tal impor limites? -
6Em aparelhos novos, instale imediatamente programas antivírus, anti-spyware (que detecta programas que "espiam" o que o usuário faz) e firewall (tipo de "muralha" digital que permite somente o envio e recepção de dados autorizados pelo usuário). Mantenha todos esses programas sempre atualizados. Um site fala se o seu login em alguma rede social já foi invadido de alguma forma; vale pesquisar suas contas por lá.
-
7Sites com conteúdo ilegal e/ou 'subversivo', como os de pornografia e pirataria, abrigam anúncios ou janelas pop-up com chamadas tentadora (ofertas, conteúdo grátis, etc). E-mails ou mensagens no WhatsApp também costumam vir com esses conteúdos. Não clique. Na maioria dos casos, é golpe. No navegador, instale plugins que bloqueiam pop-ups e indexam "malwares" (programas nocivos).
-
8
Backup em dia
Uma dica pouco seguida é fazer o backup dos arquivos pessoais com frequência, não só por falta de memória nos aparelhos. Existe um golpe chamado "ransomware" que encripta (bloqueia) os seus arquivos e pede resgate em dinheiro para desbloqueá-los. Um backup atualizado, seja em HD externo ou serviços na nuvem, como Google Drive, evita que você caia nessa. -
9Você publica toda a sua vida nas redes sociais? Suas postagens são públicas? Atenção: você é uma potencial vítima de golpistas. É importante revisar configurações de segurança e privacidade para que suas postagens sejam, por padrão, apenas para amigos. Quando você compartilha tudo publicamente, você está mostrando sua vida a desconhecidos. Se você anuncia que viajará por um mês, por exemplo, deixa sua casa exposta a assaltos.
-
10
Cuidado com o nude
Em mãos erradas, nudes podem ser usados para humilhar pessoas, e costumam se propagar com uma rapidez muito difícil de rastrear. Prefira fazer a imagem de nudez em câmeras offline e apague a foto pouco depois de tirá-la. Tome cuidado também com novas amizades nas redes sociais, evite usar webcam com estranhos e não divulgue dados pessoais, como endereço físico, telefone ou que bens possui, para pessoas que acabou de conhecer ou só conhece online.
Nenhum comentário:
Postar um comentário