01/02/2017 - 12:45
Israel anuncia ampliação da colonização na Cisjordânia
Israel
anunciou a construção de 3.000 casas adicionais de colonização na
Cisjordânia ocupada, a quarta medida deste tipo em menos de duas semanas
após a posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A decisão prolonga a dinâmica israelense adotada após a mudança de governo em Washington.
Também aparenta ser uma concessão adicional aos partidários da colonização, no momento em que as autoridades israelenses parecem não ter alternativa à aplicação de uma decisão da justiça do país e demolir Amona, uma colônia que é objeto de amplo debate en Israel.
Os preparativos aceleraram e a demolição de Amona, vigiada
desde terça-feira por dezenas de agentes das forças de segurança de
Israel, parece ser uma questão de dias ou horas. Os 200 a 300 habitantes
se negam a deixar o local.
Sobre a colina de Amona, um grupo de jovens ateou fogo a pneus e lançou pedras contra os jornalistas, em uma demonstração do desejo de resistir a uma operação de retirada.
Ao pé da colina, soldados instalaram um alambrado para impedir a entrada de jovens de colônias vizinhas.
Enquanto o destino de Amona deve ser definido, "o ministro da Defesa Avigdor Lieberman e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu decidiram autorizar a construção de 3.000 novas unidades de residência em Judeia-Samaria", como os israelenses chamam a Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel desde 1967, anunciou o ministério da Defesa na madrugada de quarta-feira.
Desde a posse de Trump em 20 de janeiro, Israel avança na construção de casas definitivas em três bairros de colonização de Jerusalém Oriental ocupada e anexada, além da construção de 2.502 residências na Cisjordânia.
Na semana passada em um terceiro anúncio, o município israelense de Jerusalém aprovou a construção de outras 153 novas unidades de residência, que segundo o governo da cidade haviam sido paralisadas por pressão do governo de Barack Obama.
As autoridades israelenses aproveitam o espaço aberto com a chegada de Trump à Casa Branca e se afastam da moderação registrada nas atividades de colonização durante as últimas semanas da presidência de Obama.
"Construímos e continuaremos construindo", prometeu Netanyahu. Ele disse que a presidência de Trump constitui uma "oportunidade formidável" após as "enormes pressões" do governo Obama.
"Entramos em um período de retorno à normalidade (na Cisjordânia) e damos a resposta pertinente às necessidades cotidianas da população", afirma um comunicado divulgado pelo ministério da Defesa, que exerce a autoridade sobre o território.
A comunidade internacional e os palestinos estão preocupados com os anúncios de Israel. Mas, enquanto o governo de Obama havia criticado e pressionado para conter a colonização, a administração Trump permanece em silêncio até o momento.
Quase 400.000 colonos israelenses vivem em meio a quase 2,6 milhões de palestinos na Cisjordânia.
A expansão das colônias, política sustentada por todos os governos israelenses desde 1967, avança progressivamente no território da Cisjordânia e ameaça tornar impossível a criação de um Estado palestino independente que coexistiria com Israel, a solução internacional defendida por muitos para acabar com o conflito.
Israel anuncia ampliação da colonização na Cisjordânia
AFP / MENAHEM KAHANA
Assentamento isaraelense de Beit El, próximo à cidade de Ramallah, na Cisjordânia, no dia 25 de janeiro de 2017
Israel anunciou a construção de 3.000 casas adicionais
de colonização na Cisjordânia ocupada, a quarta medida deste tipo em
menos de duas semanas após a posse do presidente dos Estados Unidos,
Donald Trump.A decisão prolonga a dinâmica israelense adotada após a mudança de governo em Washington.
Também aparenta ser uma concessão adicional aos partidários da colonização, no momento em que as autoridades israelenses parecem não ter alternativa à aplicação de uma decisão da justiça do país e demolir Amona, uma colônia que é objeto de amplo debate en Israel.
Sobre a colina de Amona, um grupo de jovens ateou fogo a pneus e lançou pedras contra os jornalistas, em uma demonstração do desejo de resistir a uma operação de retirada.
Ao pé da colina, soldados instalaram um alambrado para impedir a entrada de jovens de colônias vizinhas.
Enquanto o destino de Amona deve ser definido, "o ministro da Defesa Avigdor Lieberman e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu decidiram autorizar a construção de 3.000 novas unidades de residência em Judeia-Samaria", como os israelenses chamam a Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel desde 1967, anunciou o ministério da Defesa na madrugada de quarta-feira.
Desde a posse de Trump em 20 de janeiro, Israel avança na construção de casas definitivas em três bairros de colonização de Jerusalém Oriental ocupada e anexada, além da construção de 2.502 residências na Cisjordânia.
Na semana passada em um terceiro anúncio, o município israelense de Jerusalém aprovou a construção de outras 153 novas unidades de residência, que segundo o governo da cidade haviam sido paralisadas por pressão do governo de Barack Obama.
As autoridades israelenses aproveitam o espaço aberto com a chegada de Trump à Casa Branca e se afastam da moderação registrada nas atividades de colonização durante as últimas semanas da presidência de Obama.
"Construímos e continuaremos construindo", prometeu Netanyahu. Ele disse que a presidência de Trump constitui uma "oportunidade formidável" após as "enormes pressões" do governo Obama.
"Entramos em um período de retorno à normalidade (na Cisjordânia) e damos a resposta pertinente às necessidades cotidianas da população", afirma um comunicado divulgado pelo ministério da Defesa, que exerce a autoridade sobre o território.
A comunidade internacional e os palestinos estão preocupados com os anúncios de Israel. Mas, enquanto o governo de Obama havia criticado e pressionado para conter a colonização, a administração Trump permanece em silêncio até o momento.
POOL/AFP / ABIR SULTAN
O primeiro ministro israelense Benjamin Netanyahu em Jerusalém, no dia 29 de janeiro de 2017
As colônias, assentamentos civis israelenses nos
territórios palestinos ocupados, são ilegais do ponto de vista do
direito internacional. Grande parte da comunidade internacional as
considera o maior obstáculo para paz entre israelenses e palestinos,
meta distante há décadas.Quase 400.000 colonos israelenses vivem em meio a quase 2,6 milhões de palestinos na Cisjordânia.
A expansão das colônias, política sustentada por todos os governos israelenses desde 1967, avança progressivamente no território da Cisjordânia e ameaça tornar impossível a criação de um Estado palestino independente que coexistiria com Israel, a solução internacional defendida por muitos para acabar com o conflito.
São Francisco processa Trump por discriminar 'cidades santuário'
São
Francisco apresentou nesta terça-feira (31) uma ação contra o
presidente Donald Trump por sua decisão de barrar recursos federais para
as "cidades santuário", assim chamadas por serem receptivas a
imigrantes.
"O decreto do presidente não é apenas inconstitucional, é antiamericano", criticou o advogado que representa a cidade californiana, Dennis Herrera, ao anunciar a ação movida em um tribunal federal.
"Temos de enfrentar e nos opor a esse decreto. Somos uma nação de imigrantes e um país de leis. Temos de ser os 'guardiães da nossa democracia', como instou o presidente (Barack) Obama em seu discurso de despedida", acrescentou.
A inédita ação desafia a ordem executiva emitida por Trump
na semana passada, ordenando a contenção dos recursos federais para
cidades americanas que protegem imigrantes em situação ilegal.
As "cidades santuário" se negam a cooperar com as forças federais na aplicação das leis de imigração. Em todo o país, são cerca de 300.
Segundo Herrera, com pelo menos 30 mil moradores em situação ilegal, São Francisco recebe mais de US$ 1,2 bilhão ao ano em verba do governo federal. A maioria é destinada à Saúde e a outros programas sociais federais.
"Essa ação não é um passo que damos de forma leviana", afirmou.
"É necessário para defender as pessoas dessa cidade, desse estado e desse país da extrapolação selvagem de um presidente, cujas palavras e ações até agora demonstraram muito pouco respeito por nossa Constituição, ou pelo estado de direito", avaliou.
Em Miami, líderes comunitários e representantes de organizações de direitos humanos foram às ruas nesta terça desafiar a decisão do prefeito local, o republicano Carlos Giménez, de obedecer ao decreto de Trump e deixar de proteger os imigrantes.
No centro da cidade, pelo menos 200 manifestantes exigiram de Giménez que devolva ao condado de Miami-Dade o status de "santuário". Também protestaram contra a decisão de Trump de limitar o ingresso de refugiados muçulmanos no país.
Membros de uma coalizão de sindicatos e de organizações de defesa de imigrantes, hispânicos, muçulmanos e judeus levavam cartazes com frases como "Giménez você é uma desgraça" e "Nenhum ser humano é ilegal".
O advogado Khurrum Wahid, que copreside a ONG de defesa dos muçulmanos Emerge USA, disse à AFP que cerca de dez organizações entrarão na Justiça contra a decisão anunciada pelo prefeito na última quinta-feira (26). Entre os demandantes, estão instituições de envergadura nacional, como a gigante ACLU e a Southern Poverty Law Center, que monitora a emergência de grupos de ódio no país.
A maioria das grandes "cidades santuário" - como Los Angeles e Nova York - desafiou Trump, enquanto Miami acatou rapidamente a ordem executiva presidencial.
Segundo o Migration Policy Institute, a Flórida conta com algo em torno de 650 mil imigrantes em situação clandestina. É o quarto estado com maior número de pessoas nessa situação, atrás de Califórnia (mais de 3 milhões), Texas (1,5 milhão) e Nova York (870 mil).
copiado https://www.afp.com/pt/
São Francisco processa Trump por discriminar 'cidades santuário'
AFP / Josh Edelson
Protesto no aeroporto internacional de San Francisco, Califórnia, em 29 de janeiro
São Francisco apresentou nesta terça-feira (31) uma
ação contra o presidente Donald Trump por sua decisão de barrar recursos
federais para as "cidades santuário", assim chamadas por serem
receptivas a imigrantes."O decreto do presidente não é apenas inconstitucional, é antiamericano", criticou o advogado que representa a cidade californiana, Dennis Herrera, ao anunciar a ação movida em um tribunal federal.
"Temos de enfrentar e nos opor a esse decreto. Somos uma nação de imigrantes e um país de leis. Temos de ser os 'guardiães da nossa democracia', como instou o presidente (Barack) Obama em seu discurso de despedida", acrescentou.
As "cidades santuário" se negam a cooperar com as forças federais na aplicação das leis de imigração. Em todo o país, são cerca de 300.
Segundo Herrera, com pelo menos 30 mil moradores em situação ilegal, São Francisco recebe mais de US$ 1,2 bilhão ao ano em verba do governo federal. A maioria é destinada à Saúde e a outros programas sociais federais.
"Essa ação não é um passo que damos de forma leviana", afirmou.
"É necessário para defender as pessoas dessa cidade, desse estado e desse país da extrapolação selvagem de um presidente, cujas palavras e ações até agora demonstraram muito pouco respeito por nossa Constituição, ou pelo estado de direito", avaliou.
Em Miami, líderes comunitários e representantes de organizações de direitos humanos foram às ruas nesta terça desafiar a decisão do prefeito local, o republicano Carlos Giménez, de obedecer ao decreto de Trump e deixar de proteger os imigrantes.
No centro da cidade, pelo menos 200 manifestantes exigiram de Giménez que devolva ao condado de Miami-Dade o status de "santuário". Também protestaram contra a decisão de Trump de limitar o ingresso de refugiados muçulmanos no país.
Membros de uma coalizão de sindicatos e de organizações de defesa de imigrantes, hispânicos, muçulmanos e judeus levavam cartazes com frases como "Giménez você é uma desgraça" e "Nenhum ser humano é ilegal".
O advogado Khurrum Wahid, que copreside a ONG de defesa dos muçulmanos Emerge USA, disse à AFP que cerca de dez organizações entrarão na Justiça contra a decisão anunciada pelo prefeito na última quinta-feira (26). Entre os demandantes, estão instituições de envergadura nacional, como a gigante ACLU e a Southern Poverty Law Center, que monitora a emergência de grupos de ódio no país.
A maioria das grandes "cidades santuário" - como Los Angeles e Nova York - desafiou Trump, enquanto Miami acatou rapidamente a ordem executiva presidencial.
Segundo o Migration Policy Institute, a Flórida conta com algo em torno de 650 mil imigrantes em situação clandestina. É o quarto estado com maior número de pessoas nessa situação, atrás de Califórnia (mais de 3 milhões), Texas (1,5 milhão) e Nova York (870 mil).
copiado https://www.afp.com/pt/
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