Malásia vai entregar corpo de irmão do líder da Coreia do Norte Bombardeio a velório deixa nove mortos no Iêmen

Malásia vai entregar corpo de irmão do líder da Coreia do Norte
A Malásia prometeu nesta quinta-feira entregar o corpo do meio-irmão do líder norte-coreano, Kim Jong-un, após a prisão de uma segunda suspeita, três dias após o assassinato, digno de um livro de espionagem.16/02/2017 - 14:57

AFP / Manan Vatsyayana (16 fev) Carro da polícia malaia em frente ao hospital de Kuala Lumpur onde está o corpo de Kim Jong-nam
A Malásia prometeu nesta quinta-feira entregar o corpo do meio-irmão do líder norte-coreano, Kim Jong-un, após a prisão de uma segunda suspeita, três dias após o assassinato, digno de um livro de espionagem.
Kim Jong-nam, de 45 anos, morreu na segunda-feira depois de ter sido atacado por duas mulheres que teriam lançado um líquido em seu rosto no aeroporto internacional de Kuala Lumpur.
A Coreia do Norte não emitiu nenhuma declaração sobre o homicídio, que Seul atribui a agentes de Pyongyang, mas diplomatas norte-coreanos se opuseram à necropsia, realizada por investigadores malaios, indicou a polícia deste país do sudeste asiático.
Uma mulher com passaporte da Indonésia foi detida na madrugada desta quinta-feira depois que seu namorado, Muhammad Farid Bin Jalaluddin, um malaio de 26 anos, foi preso, informou a polícia.
Ambos estavam sendo interrogados junto com a primeira suspeita, uma mulher de 28 anos com passaporte vietnamita que foi presa na quarta-feira.
Segundo responsáveis dos serviços de informação sul-coreanos, Kim Jong-nam foi envenenado por agentes norte-coreanas no aeroporto da capital malaia. Ele se preparava para embarcar para Macau, uma região administrativa da China onde viveu exilado durante anos.
- Contra a necropsia -
As imagens das câmeras de segurança publicadas pela imprensa malaia mostram uma asiática, apresentada como uma das suspeitas, vestida com uma camiseta branca com as letras "LOL" estampadas.
Os investigadores obtiveram uma ordem de detenção de sete dias para a primeira suspeita, Doan Thi Huong, e para a segunda, Siti Aishah.
O corpo de Kim Jong-nam permanece em um hospital de Kuala Lumpur, onde foi realizada uma necropsia. Os resultados da análise, no entanto, não foram divulgados.
A Coreia do Norte solicitou através da polícia e do hospital a restituição do cadáver, declarou o vice-primeiro-ministro malaio, que disse que seu país está disposto a enviar o corpo.
"Facilitamos o pedido de qualquer governo estrangeiro, embora seja necessário respeitar os procedimentos", declarou Ahmad Zahid Hamidi aos jornalistas.
"Nossa política consiste em honrar as relações bilaterais com qualquer país estrangeiro", explicou, acrescentando que o assassinato não afetará as relações bilaterais.
No entanto, Abdul Samah Mat, chefe da polícia do estado de Selangor, onde o aeroporto está localizado, disse não ter recebido nenhum pedido de restituição do corpo.
A Coreia do Norte havia se oposto à necropsia, declarou à AFP uma autoridade malaia próxima às investigações. "Mas dissemos ao país que a lei malaia era aplicada", acrescentou.
- O erro da Disneylândia -
Kim Jong-nam, considerado por algum tempo como o sucessor do regime, caiu em desgraça em 2001, quando protagonizou um incidente embaraçoso para o regime comunista. Foi detido no aeroporto de Tóquio com um passaporte falso da República Dominicana. Na época, afirmou que queria visitar o parque de diversões da Disneylândia.
Desde então, viveu no exílio com sua família em Macau, Cingapura e China. Viajou em diversas ocasiões a Bangcoc, Moscou e Europa.
No fim da presidência de seu pai, se mostrou crítico ao sistema dinástico do regime norte-coreano. Além disso, expressou suas dúvidas a respeito da capacidade de seu meio-irmão quando este assumiu o poder, no fim de 2011.
Os anúncios de expurgos, execuções e desaparecimentos - alguns confirmados, outro não - são frequentes desde então.
Kim Jong-nam escreveu em 2012 a Kim Jong-un para implorar que ele perdoasse sua vida e a de sua família, afirmaram na quarta-feira deputados sul-coreanos após uma reunião com o diretor dos serviços de espionagem sul-coreanos.
Bombardeio a velório deixa nove mortos no Iêmen
Oito mulheres e uma criança morreram em um bombardeio aéreo contra um velório perto da capital do Iêmen, Sanaa, ocorrido na noite desta quarta-feira, agravando o balanço de civis mortos na guerra civil.
AFP / Mohammed HUWAIS Iemenitas no local do bombardeio, a 40 km da capital, Sanaa
Oito mulheres e uma criança morreram em um bombardeio aéreo contra um velório perto da capital do Iêmen, Sanaa, ocorrido na noite desta quarta-feira, agravando o balanço de civis mortos na guerra civil.
O ataque ocorreu em Sharah, no distrito de Arhab, 40 km ao norte de Sanaa, nas mãos dos rebeldes xiitas huthis.
Estes últimos, que controlam Sanaa e boa parte do norte do Iêmen, acusaram a coalizão árabe dirigida por Riad de estar por trás do ataque.
A coalizão árabe afirmou em um comunicado que estava investigando o incidente e informou que rebeldes e partidários do governo haviam combatido no setor atingido pelo bombardeio.
Fontes médicas informaram sobre nove mortos, oito mulheres e uma criança, e outras dez mulheres feridas.
Estas fontes e a agência Sabanews.net, controlada pelos rebeldes, indicaram que o bombardeio atingiu a casa de Mohammed al Nakai.
Al Nakai explicou a um fotógrafo da AFP que o ataque ocorreu durante uma cerimônia de luto em homenagem ao seu irmão e que sua casa ficou totalmente destruída.
"O míssil atingiu (a casa) (...) retiramos quatro corpos enquanto outros seguiam nos escombros", disse, denunciando uma "agressão bárbara".
Na guerra no Iêmen os rebeldes huthis, aliados dos simpatizantes do ex-presidente Ali Abdullah Saleh, enfrentam as forças leais ao presidente Abd Rabo Mansur Hadi, apoiadas pela coalizão árabe.
Esta coalizão, que intervém militarmente desde março de 2015 no Iêmen, foi acusada em várias ocasiões de cometer abusos que custaram a vida de civis e prometeu tomar medidas para evitar este tipo de incidentes.
Desde que a coalizão se envolveu no conflito, mais de 7.400 pessoas morreram e 40.000 ficaram feridas, grande parte delas civis, em um contexto de grave crise humanitária.
- 'Erros' -
Por outro lado, a Human Right Watch (HRW) indicou nesta quinta-feira que dois estudantes e um responsável escolar faleceram no dia 10 de fevereiro em um bombardeio aéreo da coalizão árabe no distrito de Nihm, perto de Sanaa.
A ONG voltou a convocar a coalizão e os rebeldes a "proteger melhor as crianças (das consequências) dos combates".
Em outubro, a coalizão reconheceu ter matado por engano mais de 140 pessoas após a investigação de bombardeios aéreos registrados no dia 8 de outubro contra uma cerimônia de luto em Sanaa.
Em dezembro, também admitiu ter cometido um "erro" no dia 15 de agosto, em um bombardeio perto de um hospital administrado pela ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) em uma província do norte controlada pelos rebeldes, onde 19 pessoas morreram, segundo a ONG.
Além disso, a defesa antiaérea saudita interceptou na noite de quarta-feira um míssil lançado pelos huthis contra a cidade saudita de Jamis Mushait, que abriga uma base aérea utilizada nas operações contra os huthis, sem que tenham sido registrados danos, informou a agência oficial saudita SPA citando um comunicado da coalizão.
Por outro lado, 15 insurgentes morreram e 20 ficaram feridos em bombardeios da coalizão contra posições rebeldes ao norte da cidade de Moca (oeste) na noite de quarta-feira, segundo fontes médicas e militares.
copiado  https://www.afp.com/pt/n

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