Em uma ofensiva contra a indústria nacional, a Petrobras, sob o
comando de Pedro Parente, ignorou a regra em vigor sobre a quantidade
mínima de conteúdo local nas licitações e decidiu contratar
na China os sistemas de ancoragem para as plataformas da cessão
onerosa do pré-sal, que envolve o conjunto de campos concedidos pelo
governo em 2010 em troca de ações da estatal; segundo o contrato,
esse segmento precisa cumprir percentual mínimo de 65% de conteúdo
local; no entanto, a empresa chinesa vai usar 100% de material
importado; a concorrente brasileira Brasil Amarras entrou na Justiça
para tentar reverter o resultado da licitação; a acusação é que
a vencedora praticou preços abaixo dos de mercado; o governo discute
os termos de uma nova política de conteúdo local, processo que opõe
as petroleiras que operam no país a fabricantes nacionais
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DE FEVEREIRO DE 2017 ÀS 05:30
As
informações são de reportagem de Lucas
Vetorazzo e Nicola Pamplona na Folha de S.Paulo.
"O
contrato, no valor de US$ 50 milhões, compreende o fornecimento de
correntes de aço usadas para a ancoragem de seis navios-plataforma.
A
Asac foi declarada vencedora ao apresentar preço de US$ 1,57 por
tonelada do produto, incluindo o frete. Segundo a Folha apurou, todo
o seu produto será importado.
Única
empresa nacional do ramo, a Brasil Amarras apresentou proposta mais
cara, de US$ 1,86. Em recurso apresentado à comissão de licitação,
ela argumenta que, em seu balanço de 2015, a chinesa informou que o
custo de produção era de US$ 1,45.
Em
setembro de 2015, a Asac ofereceu em licitação com a Petrobras o
preço de US$ 1,96 por tonelada.
Diante
da negativa do recurso, a Brasil Amarras entrou com pedido de liminar
na Justiça Federal do Rio para anular o resultado da licitação.
Na
carta-convite, a Petrobras menciona que as empresas terão de
informar o conteúdo local máximo para o projeto, e não o mínimo,
como prevê a regra vigente.
Pessoas
ligadas ao setor citam duas hipóteses para a Petrobras aceitar
preços muito abaixo dos de mercado: estaria contando ou com a multa
da ANP ou com que, na mudança das regras, o percentual seria
reduzido ou extinto.
Em
comunicado às empresas que disputaram a licitação, a comissão de
licitação negou que estivesse considerando a multa no cálculo de
custos do projeto.
As
petroleiras defendem que os compromissos de conteúdo local sejam
avaliados de forma global, incluindo todos os gastos de cada projeto.
Já a indústria quer a manutenção da exigência de uma lista de
equipamentos que precisem ter conteúdo local."
copiado http://www.brasil247.com/pt/247/e
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