Do juiz ao delator: “dos outros, o senhor não pode falar nada”
Enquanto o juiz Sérgio Moro manda fuçarem até as gavetas do armário do ex-presidente Lula, , quando os personagens são outros, a Justiça age bem diferente. Veja só este relato, em O Globo, do...
3 MAR, 2017
POR FERNANDO BRITO · 03/03/2017
Enquanto o juiz Sérgio Moro manda fuçarem até as gavetas do armário do ex-presidente Lula, , quando os personagens são outros, a Justiça age bem diferente.
Veja só este relato, em O Globo, do depoimento – ou da tentativa de depoimento – de um dos diretores das empresas do Grupo Odebrecht, no TSE:
(…) no depoimento de Fernando Reis, ex-presidente da Odebrecht Ambiental, o empresário disse que tinha informações a prestar sobre as outras candidaturas presidenciais, que não apenas a chapa Dilma-Temer, mas não pode fazer o relato. O depoimento, neste momento, estava sendo conduzido pelo juiz auxiliar [Bruno ] c, pois o ministro Herman Benjamin, relator do processo, estava ausente.
“O senhor não pode falar nada”, disse o juiz auxiliar, segundo relato de uma fonte ao GLOBO, justificando que a peça principal em análise são as contas eleitorais de Dilma Rousseff e Michel Temer.
É realmente necessária muita hipocrisia para qie autoridades que estão “carecas” de saber como eram (e são) financiadas as campanhas políticas no Brasil e que compreendem perfeitamente que o julgamento tem impactos políticos que devem ser iguais para todos ajam desta maneira.
Se o depoimento é sigiloso (pausa para rir) qual é o problema de permitir que se fale e, apenas na hora da apreciação objetiva, seja considerado o que diz respeito diretamente ao processo?
Mas, como Sua Excelência e até meu flho de 12 anos sabem que vai tudo para os jornais do dia seguinte, manda-se fazer silêncio. Só pode vazar o que interessa que vaze…
Doações em caixa 2 pela Odebrecht em 2014 chegam a R$ 40 milhões
Recursos passaram por departamento que cuidava do pagamento de propinas
POR SIMONE IGLESIAS
03/03/2017 15:42 / atualizado
03/03/2017 23:07
A
sede da Odebrecht em São Paulo - Paulo Whitaker / Reuters /
21-12-2016
BRASÍLIA — Somente nas eleições de 2014, a Odebrecht doou
aos partidos cerca de R$ 40 milhões por meio de caixa 2. A cifra é
uma estimativa feita a partir do depoimento do ex-presidente da
Odebrecht Infraestrutura Benedicto Júnior. No interrogatório ao
Tribunal Superior Eleitoral na quinta-feira, o executivo foi
explícito quanto a origem desses recursos: todos seriam
provenientes do “Departamento de Operações Estruturadas” da
Odebrecht, área da empresa responsável pelo pagamento de
propinas.
Destes R$ 40 milhões, relatou o empresário, R$ 9 milhões foram para as campanhas dos tucanos Aécio Neves à Presidência da República, Pimenta da Veiga, ao governo de Minas Gerais, e de Antonio Anastasia, que concorreu e se elegeu ao Senado. Este dinheiro também foi partilhado com Dilmas Toledo Júnior (PP), eleito deputado federal. Ao menos R$ 3 milhões, segundo Benedicto Júnior, foi pago a Paulo Vasconcelos, que atuou como marqueteiro da campanha de Aécio.
Como o foco do depoimento de Benedicto Júnior ao TSE é a chapa Dilma-Temer, que está sob investigação da Justiça Eleitoral, o relato envolvendo o PSDB durou menos de um minuto, afirmou uma fonte que acompanhou a oitiva.
Benedicto Júnior disse, segundo relato de uma pessoa que acompanhou o depoimento, que não poderia ajudar em mais detalhes envolvendo as campanhas presidenciais por dois motivos — o primeiro, porque os grandes candidatos eram atendidos por Marcelo Odebrecht, dono da empresa; o segundo, porque não acompanhou os desdobramentos das negociações por alguns períodos já que sua mulher estava tratando um câncer em 2014.
Um desses momentos em que não atuou foi no acerto entre Marcelo e Paulo Skaf, então candidato ao governo de São Paulo pelo PMDB, de recebimento de R$ 6 milhões. Benedicto contou que, se tivesse sido consultado, teria orientado Marcelo a não doar recursos a Skaf porque ele não tinha chance de vencer. O empresário salientou, no entanto, que o acerto ocorreu porque Marcelo e Skaf têm relação de amizade. Ele não soube dizer se a doação foi realmente feita.
Já no depoimento de Fernando Reis, ex-presidente da Odebrecht Ambiental, o empresário disse que tinha informações a prestar sobre as outras candidaturas presidenciais, que não apenas a chapa Dilma-Temer, mas não pode fazer o relato. O depoimento, neste momento, estava sendo conduzido pelo juiz auxiliar Lorencini, pois o ministro Herman Benjamin, relator do processo, estava ausente.
“O senhor não pode falar nada”, disse o juiz auxiliar, segundo relato de uma fonte ao GLOBO, justificando que a peça principal em análise são as contas eleitorais de Dilma Rousseff e Michel Temer.
Em nota o PSDB contestou a informação de que recebeu caixa 2.
"O senador Aécio Neves solicitou, como dirigente partidário, apoio para inúmeros candidatos de Minas e do Brasil a diversos empresários, sempre de acordo com a lei. Como já foi divulgado pela imprensa, o empresário Marcelo Odebrecht, que dirigia a empresa, declarou, em depoimento ao TSE, que todas as doações feitasc à campanha presidencial do senador Aécio Neves em 2014 foram oficiais", diz a nota.
copiado http://oglobo.globo.com/brasil/doacoes-em-caixa-2-pela-odebrecht-em-2014-chegam-r-40-milhoes-21008204#ixzz4aInuFi94
Nenhum comentário:
Postar um comentário