Médicos fluminenses reagirão? Marcelo Auler O governo ilegítimo de Michel Temer e sua corriola tem provocado, de forma indesejada, a reativação dos movimentos sociais e sindicais. Trata-se, no fundo

Médicos fluminenses reagirão?

Marcelo Auler

As chapas que disputarão o SindMedO governo ilegítimo de Michel Temer e sua corriola tem provocado, de forma indesejada, a reativação dos movimentos sociais e sindicais. Trata-se, no fundo, de um movimento de autodefesa, no momento em que direitos trabalhistas e previdenciários estão sendo ameaçados.
Esta semana (20 a 24 de março), os médicos do município do Rio de Janeiro – categoria composta por 80 mil profissionais no Estado, dos quais pelo menos, 17 mil profissionais da capital estão aptos a decidirem futuro do Sindicado dos Médicos do Município do Rio SindMed-RJ.
Há nada menos do que 18 anos, este sindicato, está sob a administração de Jorge Darze. Por falta de sindicatos na maioria das cidades do interior, a entidade acaba representando a categoria também em outros municípios, com exceção de quatro que têm sindicato próprio. São seis mandatos consecutivos e Darze ainda tenta se reeleger para um sétimo.
Na última disputa, sua reeleição foi conquistada com a participação de apenas 200 sindicalistas que compareceram às urnas. Um número bastante nada significativo para uma carreira que sofre ameaça de todos os lados, principalmente dos poderes públicos – municípios, estado e União.
São duas, as chapas de oposição. O Blog torce pela de número 2, Médicos Unidos, presidida por Jorge Luís do Amaral, o Bigú, que tem como vice-presidente Leôncio Feitosa, a quem conhecemos de longa data e aprendemos a respeitar como profissional e pelos seus posicionamentos políticos em defesa de uma medicina pública para todos, notadamente os mais necessitados. Movimento que surgiu em oposição à gestão de Darze.
Independentemente de posições políticas, não é possível entender como uma categoria – teoricamente esclarecida – convive com um mesmo presidente no sindicato por 18 anos (1999 a 2016). Ao longo deste tempo, uma geração nova se criou. As faculdades de Medicina formaram milhares de profissionais. No setor público foram, pelo menos, três governantes distintos: prefeitura (Eduardo Paes -2009/16; César Maia – 2001/2008; Luiz Paulo Conde – 1997/2000); Estado (Luiz Fernando Pezão/Francisco Dornelles – desde 04/2014; Sérgio Cabral – 2007/14; Rosinha Garotinho – 2003/07; Benedita da Silva – o4/2002/2003; Anthony Garotinho – 1999 a 04/2002;  Marcello Alencar – 1995/99); e União (o ilegítimo Michel Temer – 08/2016; Dilma Rousseff – 2011 a 08/2016; Luiz Inácio Lula da Silva – 2003/2015; Fernando Henrique Cardoso – 1995/2002). E Darze sobreviveu a todas essas mudanças político-partidárias.
Leôncio Feitosa explica porque o voto na Chapa 2 – Médicos Unidos
Desde dezembro o SindMed-RJ está sendo governado por uma Junta eleita em assembleia. Ela é resultado daquilo que opositores acham que seria uma manobra de Darze cujo mandato venceu em outubro. Ele chegou a convocar duas eleições, mas elas foram suspensas pela Justiça do Trabalho. Darze acabou afastado por liminares em ações impetradas pelo Movimento Médicos Unidos que entendeu que a demora na convocação do pleito era manobra para a sua permanência no cargo. Coube à juíza auxiliar da 74ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, Elisabeth Manhães Borges, em novembro passado, anular os editais para as eleições e determinar a convocação de assembleia para eleger uma Junta Governativa. Ela ocorreu no início de dezembro quando, cerca de 100 médicos elegeram a Junta de cinco médicos – Marlene Santiago, Adailton Batista, Mário Bianco, José Carlos Diniz e Mauro Brandão, que já presidiu o sindicato – encarregada de organizar a eleição desta semana. Darze não conseguiu prorrogar o mandato, mas pode conseguir se reeleger agora, dependendo do posicionamento da categoria.
Na verdade, o que está em jogo é a mobilização da categoria, bastante mal vista pelo público – principalmente aqueles que atendem em hospitais públicos – ainda que se registrem honrosas exceções -, em um momento que o próprio atendimento público na saúde corre sérios riscos, com este governo ilegítimo e pró-privatizações. Não se trata apenas de lutar por melhorias de uma categoria, reconhecidamente mal paga pelos órgãos públicos, embora em situação melhor que a de outros segmentos, como o magistério. Mas de uma luta pela ampliação do atendimento público na saúde, dando-lhe a qualidade que precisa.

Jorge Luís do Amaral, o Bigú, promete acabar com o marasmo do SidMed-RJ

A chapa 2, reúne médicos que se posicionam, há algum tempo, contra a eternidade de Darze à frente da entidade sindical. Seus membros estão comprometidos com a defesa intransigente do Sistema Único de Saúde – SUS, ameaçado por este ministro do governo ilegítimo, o engenheiro civil Ricardo Barros, que se tornou político profissional pelo PP do Paraná. Na eleição de 2014, quando reconquistou a cadeira de deputado federal, contou com ajuda financeira de, pelo menos, um dono de empresa de planos de saúde.
Ao apoiar a Chapa 2, o Blog leva em conta que ela conseguiu agregar militantes que estavam afastados do movimento sindical, travando outras lutas em outros palcos, mas sempre compromissados com a Democracia e contra o golpe que destituiu um governo legitimamente eleito e a favor do atendimento médico público de qualidade. Sem falar na dificuldade em aceitar a perpetuação de um dirigente sindical.
Agora, os próximos três anos do SindMed-RJ estão nas mãos dos 16.800 médicos do Rio com condições de voto. Espera-se que eles ajudem a categoria a decidir o que for melhor. Mas, o Blog torce pela Chapa 2, até porque, a outra chapa de oposição é apoiada pela direitista UGT – União Geral dos Trabalhadores.
copiado http://marceloauler.com.br/

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