A aliados, Temer diz que 'não sai' e traça ofensiva jurídica para resistir no cargo Presidente decidiu em reunião com caciques do PMDB estratégia para ficar na Presidência




A aliados, Temer diz que 'não sai' e traça ofensiva jurídica para resistir no cargo

Presidente decidiu em reunião com caciques do PMDB estratégia para ficar na Presidência

POR CRISTIANE JUNGBLUT

29/05/2017 4:30 / atualizado 29/05/2017 7:22



BRASÍLIA - O presidente Michel Temer se reuniu com caciques do PMDB na noite do último sábado e traçou os próximos passos do que chamou de ofensivas jurídica e política para tentar conter a crise envolvendo sua permanência na Presidência da República. Temer disse a aliados que “não sai” do cargo e que vai “resistir”. Com um comportamento mais firme e exaltado do que o habitual, segundo aliados, Temer avisou que tomará todas as medidas jurídicas e políticas a seu alcance, inclusive com recursos ao próprio Judiciário, em caso de decisão desfavorável no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

— Não saio da Presidência. Vou resistir e endurecer (no discurso) mais do que já endureci. E vou entrar com recurso até o fim (ao falar sobre um desfecho desfavorável no TSE) — disse Temer, de acordo com aliados que estiveram com ele no Jaburu.
A primeira parte da estratégia neste domingo foi aumentar o peso de Torquato Jardim dentro da Esplanada. Ex-ministro do TSE, Torquato tem grande respaldo junto aos Tribunais. No plano político, avisou a Sarney e ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), que quer ver resolvida a questão do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), até esta terça-feira, quando a bancada do partido se reúne. Num gesto para constranger Renan, Temer viajou para Alagoas, estado governado por Renan Filho.
No caso de eleição indireta, são 594 parlamentares a escolher um presidente. E o presidente do Congresso, senador Eunício Oliveira, é que comandaria o processo. Por isso, Eunício e o PMDB têm adotado o discurso de que são favoráveis a uma “agenda do país” e não uma agenda de Temer. A ordem é repetir a enxurrada de votações nesta semana que começa.

No sábado, Temer ainda almoçou com três ministros do PSDB: Antônio Imbassahy (Secretaria de Governo); Bruno Araújo (Cidades); e Aloysio Nunes Ferreira (Relações Exteriores).
O que pode acontecer agora:
Entenda os quatro caminhos possíveis para o presidente



MichelTemer(Presidente)
RENÚNCIA
Esse ato depende exclusivamente do presidente. Se renunciar, está fora do cargo
PROCESSO PENALNO STF
IMPEACHMENT
PROCESSONO TSE
O procurador-geral da República pode oferecer uma denúncia penal contra o presidente ao Supremo Tribunal Federal
O presidente da Câmara precisa receber os pedidos e dar continuidade ao processo
O Tribunal Superior Eleitoral marcou para o dia 6 de junho a sessão que pode analisar a cassação da chapa Dilma-Temer
DENÚNCIA
TSE
Rodrigo Maia (DEM-RJ)(Presidente da Câmara)
PROCESSO
Rodrigo Janot(Procurador-geralda República)
CÂMARA
Se o caso chegar ao plenário, são necessários dois terços dos votos dos deputados para aceitar o pedido de impeachment, que segue para o Senado
STF
CHAPA DILMA/TEMERNAS ELEIÇÕES DE2014
O caso não tem relação com a delação da JBS, mas, se o tribunal cassar Temer, ele também será afastado
CÂMARA
O STF precisa pedir autorização da Câmara para analisar o caso. Se dois terços aprovarem (342 de 513), o processo avança
SENADO
No Senado, é necessária maioria simples (metade dos presentes, com quórum mínimo de 41) para dar continuidade. Com isso, Temer é afastado
TRIBUNAL DO TSE

PROCESSO
Se o Supremo aceitar a denúncia e Temer se tornar réu, ele é afastado
AFASTAMENTODE TEMER
O QUE ACONTECE COM TEMER AFASTADO
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, assume e tem 30 dias para convocar eleições indiretas, em que deputados e senadores escolhem o novo presidente
30DIAS
SENADO
CÂMARA
Rodrigo Maia (DEM-RJ)(Presidente da Câmara)
Não há regras claras sobre como seriam essas eleições e quem pode concorrer. O STF deve, provavelmente, se manifestar sobre o tema
CONVOCAÇÃODE ELEIÇÕESINDIRETAS
Para haver eleições diretas, teria de ser aprovada uma proposta de emenda constitucional, que requer:
STF
duas votações na Câmara (com votos de 308 dos 513 deputados)
e mais duas no Senado (49 dos 81 senadores)

ELEIÇÕESDIRETAS

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