Nunca fomos tão “Banana Republic”
Duas coisas caracterizavam o que, no tempo em que não se havia criado tanta sofisticação verbal para ocultar a verdade, a “Banana Republic” da América Latina: a total submissão aos interesses políticos e econômico dos EUA e o domínio das grandes companhias sobre a vida política interna, instalando ou removendo presidentes, pela via do golpe ou por eleições manipuladas.
Duas coisas caracterizavam o que, no tempo em que não se havia criado tanta sofisticação verbal para ocultar a verdade, a “Banana Republic” da América Latina: a total submissão aos interesses políticos e econômico dos EUA e o domínio das grandes companhias sobre a vida política interna, instalando ou removendo presidentes, pela via do golpe ou por eleições manipuladas.
Com todos os rapapés jurídicos e formalidades processuais, não vejo em que o Brasil, hoje, esteja diferente disso.
Deixamos, nos últimos tempos, de ter qualquer veleidade de uma inserção autônoma na ordem econômica mundial. As condicionantes nacionalistas da exploração do pré-sal foram abolidas e se prepara a abertura de outros e todos os recursos minerários do pais. A política dos BRICs foi solenemente abandonada desde José Serra, cuja única diferença em relação a Aloysio Nunes Ferreira é que trocamos o “yes, mister” por um “yes, bwana“.
Na vida política, usando o Judiciário e seus apetrechos do MP e da Polícia Federal – alguém poderia me informar onde eles hoje se encaixam dentro do Estado tripartido de Montesquieu? – as grandes empresas, pela via da delação – do que querem, como querem, apenas negociando o preço, em dinheiro e temporadas de cadeia -, derrubam governos talvez de forma mais “barata” do que pela via do financiamento dos golpes de Estado.
Está claríssimo que, o banditismo de Michel Temer e seu grupo à parte, a operação que está destituindo seu governo está longe de ter 100 gramas de pureza de intenções. A urdidura entre Rodrigo Janot e a Globo, num passe de mágica, tirou do jogo três personagens: o presidente, Aécio Neves e Sérgio Moro, que entrou de gaiato nesta história, tanto que há exato um mês, quando a “cama de gato” sobre o ocupante do Planalto já estava em plena execução, fez registrar o “mico” histórico de abalar-se, correndo para tirar uma foto fazendo-lhe um beija-mão efusivo.
(Parêntesis: aí está um grande perigo, pois não se sabe o que, nesta feira de vaidades que se tornou a Justiça, ocorrerá ao Dr. Moro para tentar recuperar a ribalta)
Agora, o MP e o Supremo, em sintonia acrítica com um gigantesco grupo empresarial de tantos princípios éticos quanto um cantor de sertanejo universitário, metem-se numa operação que tem inegáveis interesses econômicos por detrás e desencadeia acontecimentos que levam o país para um impasse de legitimidade institucional ainda mais grave do que aquele que vivíamos até a quarta feira.
Claro que o poder do dinheiro é imenso, a começar porque se erige em santo intocável o senhor Henrique Meirelles, que, claro, nada tem a ver com isso, apesar de ser, simplesmente, presidente do Conselho de Administração da empresa de Joesley & Wesley até a véspera de assumir o Ministério da Fazenda.
Mas, claro, o Dr. Meirelles, bobinho, nada sabia das propinas bilionárias que Joesley agora descreve, não é?
Ouça, no comentário claríssimo de Vanessa Adachi, do Valor, como Joesley “rifou” o Brasil para garantir migração da JBS aos EUA.
Yes, nós temos bananas.
Duas coisas caracterizavam o que, no tempo em que não se havia criado tanta sofisticação verbal para ocultar a verdade, a “Banana Republic” da América Latina: a total submissão aos interesses políticos e econômico dos EUA e o domínio das grandes companhias sobre a vida política interna, instalando ou removendo presidentes, pela via do golpe ou por eleições manipuladas.
Com todos os rapapés jurídicos e formalidades processuais, não vejo em que o Brasil, hoje, esteja diferente disso.
Deixamos, nos últimos tempos, de ter qualquer veleidade de uma inserção autônoma na ordem econômica mundial. As condicionantes nacionalistas da exploração do pré-sal foram abolidas e se prepara a abertura de outros e todos os recursos minerários do pais. A política dos BRICs foi solenemente abandonada desde José Serra, cuja única diferença em relação a Aloysio Nunes Ferreira é que trocamos o “yes, mister” por um “yes, bwana“.
Na vida política, usando o Judiciário e seus apetrechos do MP e da Polícia Federal – alguém poderia me informar onde eles hoje se encaixam dentro do Estado tripartido de Montesquieu? – as grandes empresas, pela via da delação – do que querem, como querem, apenas negociando o preço, em dinheiro e temporadas de cadeia -, derrubam governos talvez de forma mais “barata” do que pela via do financiamento dos golpes de Estado.
Está claríssimo que, o banditismo de Michel Temer e seu grupo à parte, a operação que está destituindo seu governo está longe de ter 100 gramas de pureza de intenções. A urdidura entre Rodrigo Janot e a Globo, num passe de mágica, tirou do jogo três personagens: o presidente, Aécio Neves e Sérgio Moro, que entrou de gaiato nesta história, tanto que há exato um mês, quando a “cama de gato” sobre o ocupante do Planalto já estava em plena execução, fez registrar o “mico” histórico de abalar-se, correndo para tirar uma foto fazendo-lhe um beija-mão efusivo.
(Parêntesis: aí está um grande perigo, pois não se sabe o que, nesta feira de vaidades que se tornou a Justiça, ocorrerá ao Dr. Moro para tentar recuperar a ribalta)
Agora, o MP e o Supremo, em sintonia acrítica com um gigantesco grupo empresarial de tantos princípios éticos quanto um cantor de sertanejo universitário, metem-se numa operação que tem inegáveis interesses econômicos por detrás e desencadeia acontecimentos que levam o país para um impasse de legitimidade institucional ainda mais grave do que aquele que vivíamos até a quarta feira.
Claro que o poder do dinheiro é imenso, a começar porque se erige em santo intocável o senhor Henrique Meirelles, que, claro, nada tem a ver com isso, apesar de ser, simplesmente, presidente do Conselho de Administração da empresa de Joesley & Wesley até a véspera de assumir o Ministério da Fazenda.
Mas, claro, o Dr. Meirelles, bobinho, nada sabia das propinas bilionárias que Joesley agora descreve, não é?
Ouça, no comentário claríssimo de Vanessa Adachi, do Valor, como Joesley “rifou” o Brasil para garantir migração da JBS aos EUA.
Yes, nós temos bananas.
No Valor de hoje, com todas as letras, o que todo mundo sabia:
Após seguidas manifestações de senadores de que poderiam reavaliar sua posição em relação ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, o governo do presidente interino Michel Temer resolveu ir ao contra-ataque: em uma operação em várias frentes, articulou ontem a diminuição em 20 dias do trâmite do processo instalado no Senado, trazendo o eventual desfecho da cassação do mandato para fins de julho – antes portanto do início dos Jogos Olímpicos do Rio, em agosto.
Ué, mas não é assim que Eduardo Cunha fazia lá na Câmara com a comissão de Ética e que fez o Supremo Tribunal Federal tomar a gravíssima decisão de tirá-lo do cargo e suspender-lhe o mandato?
A única diferença é que lá a manobra era para não cassar e, no Senado, a manobra é para cassar.
E, para usar o neologismo de Cunha, Temer não é o “usufrutário” do afastamento de Dilma?
Não pode, por seu poder, oferecer vantagens por votos? O próprio Valor diz que ele “acertou a indicação do ex-ministro de Minas e Energia de Dilma senador Eduardo Braga (PMDB-AM) para ser o relator-geral do Orçamento de 2017, como forma de amarrar seu voto no julgamento”.
Claro, Temer nega que interfira, mas elogia publicamente o atropelo dos prazos, dizendo que “quer antecipar o benefício para o País, porque não é bom para o Brasil este sentimento de transitoriedade”.
O STF vai deixar serem encurtados os prazos da defesa?
Não vai ficar muito “bandeira” concordar com isso depois de ter ganhou aquele tão desejado aumento para o Judiciário?
copiado ww.tijolaco.com.br/blog/o-
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