Forças Armadas da Venezuela rebatem acusação de procuradora-geral
Venezuelan Presidency/AFP / HOO presidente venezuelano Nicolas Maduro em Caracas, no dia 23 de maio de 2017
As Forças Armadas da Venezuela criticaram nesta quinta-feira a procuradora-geral, Luisa Ortega, por responsabilizar a Guarda Nacional pela morte de um manifestante e ferimentos em mais de 500 pessoas que participavam de protestos contra o presidente Nicolás Maduro.
O general Vladimir Padrino López, ministro da Defesa e chefe das Forças Armadas, criticou a posição de Ortega de atribuir à Guarda Nacional a morte de Juan Pablo Pernalete, no dia 26 de abril, em Caracas, mesmo antes do fim das investigações.
"É extremamente preocupante que faça um pré-julgamento do caso", assinalou Padrino López, que reafirmou o apoio das Forças Armadas a Maduro.
Ortega, uma chavista histórica, declarou na véspera que Pernalete morreu após ser impactado no peito por uma bomba de gás lacrimogêneo disparada por um membro da Guarda Nacional.
A procuradora-geral responsabilizou ainda a Guarda Nacional pelos mais de 500 feridos durante a atual onda de protestos contra Maduro, que já deixou 57 mortos.
"Rejeitamos categoricamente a rapidez com que se efetuam declarações para atacar a liderança" das Forças Armadas.
Padrino advertiu que as acusações de Ortega poderão "instigar à violência" contra os militares e "alimentar a matriz negativa que querem estabelecer os grupos de direita".
A oposição acusa militares e policiais de exercer uma "repressão selvagem".
O general garantiu que o trabalho das forças militares se baseia "no absoluto respeito aos direitos humanos". "Nos casos de excesso (...) aplicamos os procedimentos administrativos, disciplinares ou penais correspondentes".
Padrino aproveitou o pronunciamento para reafirmar seu apoio à Assembleia Constituinte convocada por Maduro e cujos integrantes devem ser eleitos em julho.
Venezuela estabelece data de inscrição de candidatos para Constituinte
AFP / FEDERICO PARRAO presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em Caracas, em 3 de maio de 2017
A inscrição de candidatos para a Assembleia Constituinte convocada pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, será feita na quinta e na sexta-feira da semana que vem, anunciou o Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
Os postulantes deverão se inscrever em site e arrecadar assinaturas que apoiem sua candidatura, disse nesta quinta-feira a presidente do CNE, Tibisay Lucena.
Maduro convocou no dia 1º de maio uma Constituinte "popular", na qual um terço de seus integrantes será eleito por setores sociais, como trabalhadores rurais, estudantes e aposentados, por exemplo, que terão seus próprios representantes.
Os demais constituintes serão escolhidos em votações municipais, segundo o presidente, que tem uma rejeição entre sete em cada dez venezuelanos, de acordo com pesquisas privadas.
A eleição "será feita em dois níveis: o territorial e o setorial", informou Lucena, que na terça-feira passada disse que as eleições serão em julho.
A iniciativa é criticada pela oposição, que considera que Maduro tenta afastar assim qualquer outra eleição para manter-se no poder, enquanto enfrenta maciços protestos que deixam 57 mortos em quase dois meses.
Os adversários de Maduro garantem que o sistema de eleição da Constituinte -que chamam de fraudulento- nega a votação universal e envolverá somente a bases setoriais simpáticas ao chavismo.
Lucena informou que no total serão escolhidos 545 constituintes, incluídos oito por comunidades indígenas.
A distribuição por setores será entre estudantes (24 delegados), camponeses, pescadores (8), empresários (5), portadores de deficiência (5), aposentados (28), conselhos comunais (24) e trabalhadores (79), informou a funcionária.
O CNE definirá os registros eleitorais de cada setor para a coleta de assinaturas, cujo prazo não informou.
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