Delator diz que repassou dinheiro de concessionária de rodovias a suspeito de operar para o PSDB
O doleiro Adir Assad afirmou em depoimento de sua delação premiada à Lava Jato ter recebido por meio de suas empresas de fachada cerca de R$ 46 milhões, entre 2009 e 2012, de concessionárias de rodovias do Grupo CCR, informa O Estado de S.Paulo. Parte desses recursos, segundo o delator, foi repassada ao ex-presidente da Dersa Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, suspeito de ser operador do PSDB paulista em esquema de corrupção.
Assad é acusado de fornecer dinheiro em espécie para construtoras pagarem propina. Ele contou aos investigadores que suas empresas de fachada eram subcontratadas e o valor das notas frias era usado para abastecer caixa 2 das empreiteiras. De 2007 a 2012, as empresas de Assad movimentaram R$ 1,3 bilhão em contratos fictícios assinados com grandes empresas, destaca a reportagem.
No depoimento, Assad listou pagamentos recebidos de ao menos três concessionárias de rodovias paulistas: a NovaDutra, responsável pela concessão da rodovia que liga São Paulo ao Rio, a Viaoeste, concessionária do sistema Castelo Branco-Raposo Tavares, e a CCR Autoban, administradora de parte do Sistema Anhanguera-Bandeirantes.
A respeito dos R$ 46 milhões pagos pela CCR, Assad disse que parte dos valores foi repassada ao ex-diretor da Dersa e que o restante era entregue em espécie na sede da empresa em São Paulo. A CCR tem entre os acionistas a Camargo Corrêa e a Andrade Gutierrez, duas empreiteiras investigadas na Lava Jato.
Ligado ao PSDB paulista, o ex-presidente da Dersa mantinha R$ 113 milhões em quatro contas na Suíça, revelam documentos enviados por autoridades do país europeu ao Ministério Público Federal em São Paulo. Ele é investigado em São Paulo e em inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) sob suspeita de ser operador do senador José Serra (PSDB-SP) em desvios de recursos do Rodoanel.
As informações sobre as contas em nome de Souza, segundo o Estadão e a Folha, estão na decisão em que a juíza federal Maria Isabel do Prado autorizou o bloqueio do montante e o estabelecimento de uma cooperação internacional entre o Ministério Público Federal e a Suíça para recuperar os valores.
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