Irã promete responder à morte de sete iranianos em bombardeio na Síria Síria: Opaq enviará equipe a Duma para investigar ataque químico

Irã promete responder à morte de sete iranianos em bombardeio na Síria

AFP/Arquivos / LOUAI BESHARA(Arquivo) Foto mostra prédios destruídos na cidade de Homs, na Síria, em 19 de setembro de 2016
O Irã prometeu nesta terça-feira uma resposta à morte de sete de seus cidadãos em um bombardeio na Síria, atribuído a Israel.
Vários meios de comunicação iranianos revisaram em alta uma avaliação anterior de quatro vítimas fatais no ataque de segunda-feira à base aérea T-4, na província síria de Homs.
"O ataque do regime sionista na Síria não ficará sem resposta", disse Ali Akbar Velayati, assessor do guia supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, citado pela agência de notícias iraniana ISNA, em sua chegada a Damasco para se encontrar com o presidente sírio Bashar al-Assad.
O Irã é, junto com a Rússia, um dos principais aliados do regime de Damasco, e desempenhou um papel importante nas recentes vitórias das tropas do governo contra os rebeldes.
Teerã enviou à Síria milhares de combatentes "voluntários" procedentes do Irã e também do Afeganistão ou Paquistão, formados por "assessores militares" iranianos no país em guerra.
O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohamad Javad Zarif, atacou por sua vez o presidente americano Donald Trump, depois de a Casa Branca apontar a "responsabilidade" do Irã e da Rússia em um suposto ataque químico contra um reduto rebelde sírio.
O Irã "nunca deixou de condenar o uso de armas químicas [e já foi ele mesmo] vítima de seu uso por Saddam [Hussein] com o apoio dos Estados Unidos", tuitou Zarifu, lembrando os ataques químicos sofridos por seu país na guerra contra o exército do falecido ditador iraquiano entre 1980 e 1988.
"As ameaças de [Trump] de repetir agressões impulsivas são reveladoras da política americana que ajuda os extremistas", acrescentou Zarif.
Na segunda-feira, o presidente dos Estados Unidos prometeu uma resposta "forte" contra o regime de Damasco e seus aliados após o suposto ataque químico à cidade de Duma, perto de Damasco.

Síria: Opaq enviará equipe a Duma para investigar ataque químico

COMITÉ COORDINACIÓN DE DUMA/AFP / HOVoluntários lavam paciente em um hospital de campanha na cidade síria de Duma, depois de suposto ataque com armas químicas
A Organização para Proibição das Armas Químicas (Opaq) anunciou nesta terça-feira (10) que enviará "em breve" uma equipe ao reduto rebelde de Duma, na Síria, para investigar o suposto ataque químico.
A Opaq, que recebeu um convite oficial de Damasco nesse sentido, "pediu à República árabe síria que faça os ajustes necessários para esse deslocamento", informou a agência, acrescentando que "a equipe se prepara para se deslocar para a Síria em breve".
De acordo com a agência de notícias estatal Sana, o Ministério sírio das Relações Exteriores "mandou um convite formal à Opaq para que envie uma equipe de sua missão para investigar as denúncias relacionadas ao suposto uso de armas químicas".
"A Síria confirma sua vontade de cooperar com a organização", enfatizou uma fonte da Chancelaria, citada pela Sana em um momento em que se multiplicam os pedidos da comunidade internacional de uma investigação sobre o episódio.
Socorristas e médicos atuando na cidade rebelde de Duma, em Ghuta Oriental, afirmaram que mais de 40 pessoas morreram pelo suposto ataque com gás tóxico.
As declarações do presidente americano, Donald Trump, no fim de semana, de que o governo sírio "pagará caro" pelo suposto ataque reavivaram o medo de novos ataques americanos no país. Esse movimento pode dar lugar a uma confrontação com Moscou, aliado incansável de Bashar al-Assad.
A Rússia já advertiu que uma intervenção militar americana seria "muito, muito perigosa".
Na segunda-feira, o embaixador sírio na ONU, Bashar al-Jaafari, acusou os EUA, a França e outros países ocidentais de propagarem falsas acusações contra Damasco, "de modo a abrir caminho para um ataque na Síria como a agressão criminosa dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha no Iraque, em 2003".
- 'Estado de alerta' -
AFP / NICHOLAS KAMMDonald Trump em uma reunião de cabinete da Casa Branca, em Washington, em 9 de abril de 2018
Classificando o suposto ataque de "horrível", o presidente Donald Trump prometeu que seu país responderá "com força" e antecipou que haverá decisões importantes para "muito em breve".
A Casa Branca considerou ainda que Damasco não conseguiria lançar um ataque dessa envergadura sem a ajuda de seus aliados Moscou e Teerã.
Estes últimos rebatem as acusações, garantindo que Washington e as potências ocidentais buscam um "pretexto" para atacar o governo sírio. E a Rússia advertiu para as "graves consequências" de ataques ocidentais contra a Síria.
Há a expectativa de que uma resposta militar seja votada no Conselho de Segurança da ONU nesta terça.
Segundo diplomatas, os Estados Unidos pediram uma votação para as 19h GMT (16h em Brasília) sobre seu projeto de resolução, instituindo um "mecanismo de investigação independente" da ONU sobre o suposto uso de armas químicas no país.
Rejeitando a iniciativa americana, Moscou deve apresentar seu próprio projeto de resolução, o qual envolveria a Opaq.
"Apresentaremos hoje um projeto de resolução que exigirá uma investigação", declarou o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, antes do anúncio do convite de Damasco.
Segundo ele, as forças russas na Síria e o regime sírio têm condições de garantir a segurança dos inspetores da Opaq.
Diante do risco de ataque, o Exército sírio colocou suas forças "em estado de alerta" para os próximos três dias nos aeroportos e nas bases militares do país, relatou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Essa medida é, em geral, adotada "em reação a ameaças externas", explicou o diretor da ONG, Rami Abdel Rahman.
Uma fonte das forças aliadas ao governo afirmou que o governo será alertado em caso de ataque.
AFP / STRINGERImóveis destruídos na antiga cidade rebelde de Saqba, em Ghuta Oriental, em 10 de abril de 2018
"Geralmente, os americanos avisam os russos antes - o que aconteceu há um ano. Na época, os russos informaram as autoridades sírias", completou a mesma fonte ouvida pela AFP.
Em abril de 2017, Donald Trump bombardeou uma base militar síria, em represália a um ataque com gás sarin atribuído ao regime. Nele, mais de 80 civis morreram em Khan Sheikhun, no noroeste do território.
Nas ruas da capital, a população parece alheia às ameaças de ataque.
"Ninguém tem medo de um ataque", diz Amal, um engenheiro de 27 anos, em tom desafiador.
"Sinceramente, não tenho medo de um ataque americano. Depois de sete anos do que a gente viu com essa guerra (...) não se tem mais medo", afirma Rahf, um estudante ouvido pela AFP.

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