Polícia Federal investiga vínculo de "embaixador do tráfico" com a Suíça O traficante Luiz Carlos da Rocha, o "Cabeça Branca", mudou de rosto, mas foi preso

  • O traficante Luiz Carlos da Rocha, o "Cabeça Branca", mudou de rosto, mas foi preso
    O traficante Luiz Carlos da Rocha, o "Cabeça Branca", mudou de rosto, mas foi preso

Polícia Federal investiga vínculo de "embaixador do tráfico" com a Suíça

Leandro Prazeres
Do UOL, em Brasília


A Polícia Federal vai investigar os vínculos do traficante Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, e do doleiro Carlos Alexandre Souza Rocha, o Ceará, com a Suíça. Também conhecido como o "embaixador do tráfico", Cabeça Branca foi preso em julho do ano passado pela PF como parte da Operação Spectrum.
Nos últimos meses, a PF descobriu indícios de que uma das filhas do traficante e um dos filhos do doleiro estudaram em uma das escolas mais caras do país europeu.
Há suspeitas de que a presença dos dois na Suíça possa ter sido um pretexto para o envio de dinheiro do tráfico para o exterior.
Ceará foi preso na última terça-feira (15) durante a Operação Efeito Dominó. Para a PF, Ceará era um dos principais operadores financeiros de Cabeça Branca, responsável por depósitos, transferências e operações de câmbio ilegais com dinheiro oriundo do tráfico de drogas.

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A ligação das famílias de Cabeça Branca e Ceará com a Suíça começaram a ficar evidentes depois que a PF quebrou o sigilo das conversas por email de Gabriel Barioni de Alcântara e Silva, apontado pela PF como namorado da filha do traficante, Luiza Pigozzo Rocha.
Em uma das mensagens às quais a PF teve acesso, havia uma cópia de um currículo de Luiza no qual ela afirmava ter estudado na TASIS (sigla em inglês para Escola Americana na Suíça) entre julho de 2012 e julho de 2013.
Segundo ranking elaborado pelo jornal britânico "The Independent", a TASIS é uma das dez escolas mais caras do mundo. As taxas para alunos em esquema de internato custam cerca de R$ 310 mil anuais.
Divulgação/PF
Dinheiro apreendido em Recife
Mais tarde, a PF também constatou que um dos filhos de Ceará, Alderedo da Rocha Machado Neto, estudou na mesma escola em período semelhante: entre os anos de 2012 e 2013.
Postagens no site oficial da escola indicam que Alderedo Neto era ativo em competições de natação e lacrosse, uma esporte semelhante ao hóquei na grama bastante praticado na Europa.
A PF diz acreditar que os indícios de que Luiza e Alderedo Neto terem estudado na mesma escola ao mesmo tempo não são "coincidência".
"Infere-se que há probabilidade de Alderedo e Luiza terem estudado na mesma escola na Suíça e ao mesmo tempo, não sendo apenas uma coincidência", diz um documento elaborado pelo GISE (Grupo de Investigações Sensíveis) da PF de Londrina obtido pela reportagem.

Outro lado

Procurado, o advogado de Cabeça Branca, Fábio Ricardo Mendes Figueiredo, confirmou que Luiza estudou na Suíça, mas disse não ter conhecimento sobre se Alderedo Neto também teria frequentado o local ao mesmo tempo.
Figueiredo afirmou que Luiza, que é estudante de direito, não tem nenhum envolvimento nas atividades desempenhadas por Cabeça Branca. "O Luiz Carlos nunca envolveu nenhum de seus filhos, especialmente a Luiza, em nenhum dos seus negócios", disse o advogado.
Figueiredo disse também não ter conhecimento sobre de que forma Cabeça Branca fez o pagamento das despesas da escola onde Luiza estudou.
A reportagem também tentou contatar a defesa de Carlos Alexandre Souza Rocha, o Ceará, para fazer questionamentos sobre o filho dele, Alderedo Neto. Inicialmente, a reportagem foi informada que Ceará seria defendido por um(a) defensor(a) público(a) da União. Posteriormente, a assessoria de comunicação da DPU (Defensoria Pública da União), informou que o órgão ainda não está formalmente atuando na defesa do doleiro e que, por essa razão, não poderia responder aos questionamentos da reportagem.
copiado https://noticias.uol.com.br/

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