Testemunha acusa vereador e miliciano por morte de Marielle Franco Pré-candidatos aquecem motores diante de eleições polarizadas no Brasil

Testemunha acusa vereador e miliciano por morte de Marielle Franco

AFP / CARL DE SOUZAManifestação nos Arcos da Lapa, no Rio de Janeiro, recordando a vereadora Marielle Franco.
Uma testemunha envolveu o vereador Marcello Siciliano e o ex-policial Orlando Oliveira de Araújo na execução da vereadora e defensora dos direitos humanos Marielle Franco, morta em 14 de março passado, revelou nesta terça-feira o site do jornal O Globo.
Segundo a testemunha, Siciliano e Araújo, atualmente detido, estavam irritados com as ações comunitárias de Marielle Franco na zona oeste do Rio, onde o vereador tem interesses eleitorais e o ex-policial dirigia uma milícia.
Araújo "era uma espécie de capataz" de Siciliano, disse a testemunha, que teria trabalhado como segurança do miliciano e citou datas e locais dos encontros entre o ex-policial e o vereador.
Preso no ano passado, Araújo teria ordenado a morte de Marielle de sua cela, afirma a testemunha.
Siciliano manifestou à AFP seu "total repúdio à acusação de que eu queria a morte de Marielle Franco". Esta acusação "é totalmente falsa, não conheço "Orlando da Curicica" e acho uma covardia tentarem me incriminar dessa forma".
"Marielle, além de colega de trabalho, era minha amiga. Tínhamos projetos de lei juntos. Essa acusação causa um sentimento de revolta por não ter qualquer fundamento. Eu, assim como muitos, já esperava que esse caso fosse elucidado o mais rápido possível. Agora, desejo ainda mais celeridade", disse Siciliano.
O deputado federal Chico Alencar, do PSOL de Marielle Franco, declarou à AFP que na manhã desta terça-feira um grupo de legisladores se reuniu com o delegado encarregado do caso e "esta informação (sobre os dois supostos envolvidos) não foi mencionada".
As revelações de O Globo são "mais uma linha de investigação que se abre e precisa ser aprofundada", avaliou Chico Alencar.

Pré-candidatos aquecem motores diante de eleições polarizadas no Brasil

AFP / MAURO PIMENTELO pré-candidato à Presidência pelo PDT Ciro Gomes, em Niterói, em 8 de maio de 2018
Uma dúzia de pré-candidatos às eleições presidenciais de outubro apresentaram nesta terça-feira (8) propostas para superar a grave crise vivida no Brasil, na ausência dos dois favoritos, Lula, que está preso, e Bolsonaro.
O painel, organizado em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro, pela Frente Nacional de Prefeitos, foi impactado pelo anúncio de que o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa não concorrerá nas eleições, que aparecem bastante incertas.
O ex-ministro, visto por muitos como um "salvador" capaz de aproximar diferentes universos, explicou no Twitter que sua desistência era de caráter "estritamente pessoal".
Se o centro e a direita carecem de candidatos fortes, a esquerda vive na incerteza, já que seu principal candidato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cumpre há um mês uma pena de 12 anos de prisão por corrupção e está virtualmente impedido de disputar.
Mas o PT insiste que não tem um plano B, e Lula quis estar presente no ato por meio de uma carta enviada da prisão, em Curitiba, na qual afirmou que "só ouvindo e respeitando a vontade popular que o Brasil irá reencontrar o seu caminho".
- Votos do PT -
Um dos principais aspirantes a ocupar o espaço da esquerda, Ciro Gomes, ex-governador do Ceará e ex-ministro de Lula e de Fernando Henrique Cardoso, fez um chamado ao "diálogo", mas assegurou que não está negociando com o PT.
"O PT tem candidato, tem repetidamente afirmado que tem candidato, e eu respeito isso com a minha alma, com o meu coração, com a minha cabeça, com o meu cérebro, com as minhas palavras, com as minhas intenções, com meus pesadelos, com os meus sonhos. Portanto, chega de intriga", afirmou.
Marina Silva, pré-candidata pela Rede e ex-ministra do Meio Ambiente de Lula, foi prudente ao ser questionada se a desistência de Joaquim Barbosa melhorava sua situação.
"Estamos vivendo um momento muito difícil, de profunda crise econômica, política e de valores (...) Temos que refundar a República para ser um país socialmente justo, economicamente próspero, ambientalmente sustentável, culturalmente diverso e politicamente democrático", declarou.
Para a comunista Manuela d'Ávila, a decisão de Barbosa demonstra que há um caminho "muito longo" até a definição das eleições.
- Para a direita, uma ordem: crescer -
AFP / MAURO PIMENTELO pré-candidato à Presidência pelo PSDB Geraldo Alckmin, em Niterói, em 8 de maio de 2018
O deputado federal de ultradireita Jair Bolsonaro, segundo nas pesquisas com 15% das intenções de voto, não compareceu ao painel, que contou com 11 dos 20 dirigentes que têm a pretensão de se candidatar por algum partido.
Os candidatos de centro direita e de direita reafirmaram a necessidade de o Brasil consolidar seu crescimento, após viver a pior recessão das últimas décadas.
"Não tem solução se o Brasil não crescer (...) Temos que ter coragem de fazer reformas e mudanças", assinalou o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin e pré-candidato do PSDB, fazendo advertências ao governo do presidente Michel Temer, que cada vez parece menos disposto a se apresentar às eleições.
O painel foi aberto pelo presidente da Câmara de Deputados, Rodrigo Maia. O último a falar foi o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, que conta com um amplo apoio dos mercados, mas só tem 1% das intenções de voto.


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