Bolsonaro “fecha a porteira” no Exército. Os marechais e suas cinco estrelas

Bolsonaro “fecha a porteira” no Exército

Os jornais destacam que o general Fernando Azevedo e Silva, indicado por Jair Bolsonaro para o Ministério da Defesa, era assessor do Presidente do STF, Dias Tóffoli.
Seria muito mais importante dizer que Azevedo e Silva estava no STF por indicação pessoal do general Eduardo Villas-Boas, atual comandante do Exército, até porque Tóffoli é, nesta história, quase que um ajudante-de-ordens, agora que aceito 1964 no coração.
Como Villas-Boas disse, em sua entrevista publicada ontem, que havia sugerido a Bolsonaro que o Ministério fosse entregue a um civil e o general Augusto Heleno, homem forte do novo governo, repetia que procuravam alguém da Marinha para o cargo, há duas hipóteses, uma certeza.
A primeira hipótese é a de que ambos os lados estivessem dissimulando suas intenções.
A segunda é que Villas-Boas tenha sinalizado a Bolsonaro, com suas declarações aparentemente desnecessárias (a esta altura) que Azevedo e Silva pudesse ser a ferramenta de um “soft power” (nem tão soft) da caserna sobre o Judiciário e que sua indicação seria capaz de evitar rachas entre a linha-dura militar e a ala remanescente dos “cerebrados” da Força.
Não creio que o arranjo possa ter saído sem a bênção do próprio Augusto Heleno.
A certeza, claro, é a de que o ex-capitão, assim, “fecha a porteira” do Alto Comando do Exército, colocando diretamente sob sua autoridade todas as potenciais alas do Exército.
Ou que, ao contrário, todas as correntes do Exército, agora, têm um governo para chamar de seu.

Os marechais e suas cinco estrelas

O futuro dirá o quão danoso será ao país e às próprias Forças Armadas o quadro esdrúxulo que vai se formando no futuro governo Bolsonaro.
Generais da reserva, recém saídos do Alto Comando do Exército não são, na prática, civis como outros quaisquer, jubilados em suas carreiras.
Formam não só uma confraria – se quiserem chamar assim, uma “ala militar” do governo – como têm a tendência quase inevitável de sobreporem-se às estruturas formais de comando e subordinação das Forças Armadas.
Voltamos, pelo visto, a ter o posto de “marechal”, o general de cinco estrelas, que foi extinto em 1967, por um deles, Castello Branco.
Ao macharelato iam os generais de quatro estrelas ao passarem à reserva e isso deixava, ao menos na forma, os generais da ativa em hierarquia inferior.
Parece que voltamos no tempo.
Já temos três “marechais”: Hamilton Mourão, na vice-presidência,  Augusto Heleno, no Gabinete de Segurança Institucional e deveremos ter o quarto, na pasta de Infraestrutura. O tenente-coronel Marcos Pontes não entra nesta conta, por ter alcançado o posto de ministro da Ciência e Tecnologia por incapacidade e folclore.
É um quarto do governo, se não surgir um “eu também quero”.
O Alto Comando do Exército, onde têm assento todos os generais de quatro estrelas no serviço ativo, tem apenas 15 integrantes.
A República voltou a ter outro poder, além de Executivo, Legislativo e Judiciário.

copiado http://www.tijolaco.net/blog/

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