- Maurício Valeixo será o novo diretor da Polícia Federal
Sergio Moro anuncia Maurício Valeixo como novo diretor-geral da Polícia Federal
Leandro Prazeres
Do UOL, em Brasília
20/11/201813h36 > Atualizada 20/11/201816h04
O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, anunciou nesta terça-feira (20) o nome do novo diretor geral da Polícia Federal. O escolhido é o delegado Maurício Valeixo, atual superintendente da PF no Paraná --ele assumiu em dezembro passado e já exerceu o cargo entre 2009 e 2011. Moro também anunciou o nome da delegada da PF Érika Marena como futura chefe do DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional) do Ministério da Justiça.
"Eu sempre afirmei que seria um tolo se não aproveitasse pessoas que tralharam comigo, especialmente no âmbito da Operação Lava Jato, porque essas pessoas já provaram tanto sua integridade quanto sua eficiência", disse Moro após o anúncio no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), onde está instalada a equipe de transição do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL).
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Moro disse que uma das missões de Valeixo à frente da PF será a de direcionar as investigações da instituição contra crimes de corrupção e o crime organizado.
Antes de assumir a PF no Paraná em 2017, Valeixo comandou a Dicor (Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado), coordenou a divisão de repressão a drogas e foi diretor das áreas de Inteligência Policial e de Gestão de Pessoal da instituição. O delegado também foi adido da polícia em Washington.
Valeixo coordenou a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em abril, quando se evitou o confronto entre militantes petistas e policiais que executaram a ordem de detenção. O delegado é do grupo do ex-diretor da PF Leandro Daiello, um dos mais longevos no comando da PF.
Em janeiro, depois de reassumir o comando da PF no Paraná, Valeixo deu entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo" na qual disse que a Operação Lava Jato era "algo definitivo no Brasil" como modelo de combate à corrupção.
Valeixo nasceu em Mandaguaçu, cidade do norte do Paraná, a cerca de 450 km de Curitiba. Formado em Direito pela PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná), iniciou a carreira como delegado de Polícia Civil em seu estado e fez parte do Tigre (Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial), grupo de elite da instituição.
Moro agradeceu o trabalho feito pelo atual diretor-geral da PF, Rogério Galloro. O futuro ministro disse que pretende chamá-lo para atuar junto ao ministério. "Conversei com o doutor Galloro e pretendo convidá-lo a ajudar em alguma função no âmbito do ministério. Não sai por demérito nenhum", disse Moro.
Moro defende delegada que investigou reitor morto em SC
O DRCI, que será comandado por Érika Marena, é o responsável pela recuperação de recursos oriundos de atividades criminosas e pelos acordos jurídicos entre o Brasil e outros países.
Foi a delegada que deu nome à Lava Jato e ajudou a montar a equipe de policiais que iniciou a investigação da operação. No Paraná, ela chefiou a delegacia de combate a crimes financeiros.
Marena ganhou notoriedade em 2017 depois que o então reitor da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) Luiz Cancellier se suicidou, em outubro. Um mês antes, ele havia sido detido pela PF sob a suspeita de fazer parte de um esquema de desvios de recursos públicos da universidade. As investigações foram comandadas por Marena, mas a participação de Cancellier no esquema não foi comprovada.
Sobre a atuação de Marena no caso, Moro disse hoje lamentar a morte do ex-reitor da UFSC e afirmou confiar na sua escolhida.
"A delegada tem minha plena confiança. O que aconteceu em Florianópolis foi uma tragédia, algo muito trágico. Toda a minha solidariedade aos familiares do reitor. Mas foi um infortúnio e um imprevisto no âmbito de uma investigação. A delegada não tem responsabilidade quanto a isso", disse.
Encontro com presidente do STF
Mais cedo, na manhã desta terça-feira, Moro se reuniu com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli, na sede do Supremo.
No encontro, eles conversaram sobre segurança pública, índice de homicídios e medidas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) para o sistema penitenciário, como o convênio com o Ministério da Segurança Pública para a aquisição de tornozeleiras eletrônicas.
*Colaboraram Bernardo Barbosa e Felipe Amorim
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