Novo grupo de imigrantes salvadorenhos inicia viagem rumo aos EUA. Argentina encerra a angustiante busca do submarino que implodiu

Novo grupo de imigrantes salvadorenhos inicia viagem rumo aos EUA

AFP / MARVIN RECINOSOs migrantes salvadorenhos descansam antes de iniciar a caravana para os Estados Unidos em San Salvador em 18 de novembro de 2018
Um novo grupo de cerca de 200 migrantes salvadorenhos iniciou neste domingo (18) sua jornada até os Estados Unidos, na esperança de escapar das gangues e da crise econômica.
Os migrantes se concentraram na Praça Salvador del Mundo, no setor oeste da capital, e de lá caminharam um quilômetro até um terminal onde embarcaram em três ônibus para a cidade de Sonsonate, 66 km a leste da capital.
Os migrantes, alguns levando crianças, asseguraram que em Sonsonate pegariam outro ônibus que os levaria a uma das fronteiras com a Guatemala.
"A verdade é que somos forçados, eu não quero sair do país, mas imagine o que eu faço sozinha com meus dois filhos, ninguém me ajuda, as gangues nos ameaçaram, então é melhor irmos", disse à AFP Cecilia Bonilla, 36 anos, que viaja com seus filhos Steven e Daniel de cinco e 13 anos, respectivamente.
Muitos dos salvadorenhos que neste domingo seguiram rumo aos Estados Unidos afirmaram para a imprensa que levam pouco dinheiro.
Em 13 de outubro, milhares de imigrantes hondurenhos saíram de seu país em uma caravana a caminho do solo norte-americano.
Depois dos hondurenhos, no final de outubro, quase 2.000 salvadorenhos deixaram o país fugindo da falta de emprego e da violência de gangues, conforme são chamados os grupos criminosos que operam nos países da América Central.
Organizações da sociedade civil e a Igreja Católica salvadorenha pediram ao governo para atacar as causas que estão causando imigrações maciças de cidadãos que buscam um futuro melhor no país

Argentina encerra a angustiante busca do submarino que implodiu

AFP / Alfonsina TainParentes da tripulação do submarino argentino San Juan se manifestam fora da base naval de Mar del Plata, em 17 de novembro de 2018
A angustiante busca pelo submarino argentino San Juan, que implodiu há um ano no Atlântico Sul com 44 tripulantes a bordo, terminou neste fim de semana com a localização de sua carcaça, que dificilmente poderá ser trazida à superfície.
O navio Seabed Constructor, da empresa americana Ocean Infinity, que localizou o submarino, já partiu na noite de sábado para a África do Sul, onde será submetido a reparos, informou a Marinha argentina.
Luis Tagliapietra, pai do tenente de corveta Alejandro Tagliapietra, um dos tripulantes do San Juan, resumiu em uma mensagem divulgada pelos meios de comunicação um resumo dos sentimentos que a descoberta da embarcação causou nos familiares.
NOTICIAS ARGENTINAS/AFP / STRSubmarino ARA San Juan
"Não tenho palavras para descrever, sinto uma profunda dor e angústia, mas, ao mesmo tempo, sabemos onde estão e é o primeiro passo para saber a verdade e o que aconteceu", declarou, em um breve vídeo.
"É um dia muito difícil, é um dia impensável e irreal. Mas também é o primeiro passo, que nos levou um ano, para chegar à verdade, não vamos ficar de braços cruzados até sabermos por que o que aconteceu aconteceu", acrescentou.
- No fundo do mar -
AFP / ALEJANDRO PAGNIEl ministro de Defensa argentino, Oscar Aguad, durante una conferencia de prensa sobre la localización del submarino ARA San Juan, en Buenos Aires, el 17 de noviembre de 2018
O ARA San Juan voltava de Ushuaia, no extremo sul da Argentina, e se dirigia para Mar del Plata e estava localizado a 500 km da costa quando fez um último contato em 15 de novembro de 2017, na área onde um sinal sonoro foi registrado no Golfo de São Jorge.
Estima-se que a implosão ocorreu duas horas após esse último contato.
Segundo imagens captadas por um robô, o submarino está a 907 metros de profundidade e várias de suas partes são soltas.
Vários dos parentes dos marinheiros pediram que o navio fosse rebocado, mas as autoridades argentinas já avisaram que não poderão fazer isso.
- Palavra da justiça -
De qualquer forma, a decisão de remover o submarino exige o endosso da justiça, que por enquanto ainda não se posicionou.
"Estamos falando de um barco que pesa 2.500 toneladas com água, então não vou arriscar perder condições físicas ou vidas humanas para resgatá-lo", declarou a juíza Marta Yáñez, encarregada do caso.
Por pressão dos familiares, após as buscas fracassadas do submarino, o governo contratou a empresa do navio Ocean Infinity para continuar vasculhando os mares e a localização de San Juan aconteceu pouco antes das tarefas serem encerradas.
Apenas um dia antes, a Marinha organizou um ato em homenagem à tripulação do submarino San Juan, em Mar del Plata, por ocasião do aniversário de um ano de seu desaparecimento.
A cerimônia contou com a presença do presidente Mauricio Macri e também de vários parentes dos marinheiros.
O investimento nos trabalhos de buscas alcança 920 milhões de pesos (25,5 milhões de dólares).
Lançado na Alemanha em 1983 e incorporado à Marinha argentina em 1985, o "San Juan" era um dos três submarinos do país e seu processo de reparos havia terminado em 2014.

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