BRASIL - GOVERNO DESUMANO - Hospital não tem remédios suficientes video Hospital Walfredo Gurgel está desabastecido de remédios e materiais básicos Médicos denunciam risco de morte e falta de leitos e insumos no Walfredo

caos na saúde  VIDEO


walfredo gurgel


Maior unidade pública de saúde do estado passa por uma das maiores crises de desabastecimento.
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Médicos denunciam risco de morte e falta de leitos e insumos no Walfredo

“Não temos antibióticos específicos, fios cirúrgicos, gases, e máscaras e luvas de procedimentos cirúrgicos “, afirmou o cirurgião Alexandre Dantas



Por Moisés de Lima


Setor de Politatrauma vem sendo utilizada como UTI improvisada, segundo denúncia dos médicos
Setor de Politatrauma  do hospital vem sendo utilizada como UTI improvisada, segundo denúncia dos médicos (Foto: cedida)
Por não mais suportarem a situação, médicos do Hospital Walfredo Gurgel denunciam a total falta de condições de trabalho na maior unidade pública de saúde do estado. Em tom de desabafo, cirurgiões-gerais revelaram nesta quarta-feira (12) ao portalnoar.com que estão faltando quase todos os insumos básicos e que os pacientes acolhidos estão sendo tratados sob risco de morte e de complicações graves.
“Não temos antibióticos específicos, fios cirúrgicos, gases, e máscaras e luvas de procedimentos cirúrgicos. Com isso, os pacientes estão sendo os principais prejudicados neste estado de calamidade total que piorou muito nos últimos seis meses“, afirmou o cirurgião Alexandre Dantas.
Ele acrescenta que falta até mesmo o propé, que tem como finalidade de uso evitar o desprendimento de sujeiras em áreas de procedimento cirúrgico. “ Se isso for denunciado, a Anvisa fecha este hospital”, alertou.
Segundo ele, a denúncia vem sendo compartilhada pelos quinze médicos que se revezam nos plantões diários do hospital que já encaminharam  todas as denúncias à direção do HWG e à Secretaria Estadual de Educação (Sesap). “Mas a situação aqui só vem se gravando cada vez”, destacou.


O cirurgião-geral Alexandre Dantas: " Em  minha opinião isso é crime"
O cirurgião-geral Alexandre Dantas: ” Em minha opinião isso é crime”
O médico Thiago Oliveira descreve como estarrecedora a colocação de pacientes em estado crítico em dentro do setor de politrauma. “Isso é o mais grave para mim: Colocaram pacientes em um setor que não tem condições de atendimentos, porque não temos leitos de UTI suficientes. “ Desde que estou aqui 100% dos pacientes que foram para este setor morreram. Isso é crime”, sentencia Alexandre Dantas.
Apesar do grave problema, os médicos reconhecem o esforço da direção do hospital e da própria Sesap em amenizar o caos estabelecido nos corredores do hospital. “Nós entendemos que a direção vem tentando resolver esse problema administrativo junto aos fornecedores e a Seplan, mas chegamos a essa tragédia pública por culpa do próprio Governo do Estado”, frisa Dantas.
Ontem (11), o secretário estadual de Saúde Luiz Roberto Leite Fonseca se reuniu  com os fornecedores de insumos e medicamentos para discutir a questão do abastecimento da rede hospitalar do Estado.
Na ocasião, o gestor da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) expôs as dificuldades que a rede vem vivenciando, em função da insuficiência dos recursos financeiros, amplamente divulgada pelo Governo do Estado, e destacou o empenho da atual gestão que, mesmo diante da crise econômica, tem buscado oferecer um melhor atendimento à população.
Fonseca admitiu que a falta de autonomia financeira da secretaria estadual de Saúde torna a Sesap totalmente depende de repasses financeiros da Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan) para honrar os compromissos com fornecedores. Segundo o secretário esta é uma das situações mais angustiantes para quem administra um órgão público.
“Não poder planejar os próprios gastos é o mais angustiante da gestão. A autonomia financeira da Sesap deverá ser uma das principais propostas a ser defendida pela próxima gestão da Saúde. Ao assegura o repasse orçamentário regular será possível, ao gestor, equalizar as dívidas existentes. O orçamento precisa ser feito de forma mais realista, sem contingenciamento de recursos. Desta maneira obteremos uma Saúde Pública de melhor nível”, disse o secretário.
Atualizado em 12 de novembro às 15:22 
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