Após estimar roubo do PT, Barusco garante liberdade
Corrupto confesso, que rouba desde 1997, ou seja, desde o governo FHC, Pedro Barusco fez um bom negócio; fechou, com a força-tarefa da Operação Lava Jato, um acordo de delação premiada muito vantajoso; pagará uma multa de R$ 3,2 milhões, pequena diante da extensão dos seus crimes, e terá direito à liberdade; essa foi a contrapartida pelo depoimento em que ele acusou o PT, sem provas, de receber US$ 200 milhões em propinas nos últimos doze anos – no massacre midiático de ontem, poucos fizeram a ressalva correta ao noticiar o caso: Barusco estimou – repita-se, estimou, sem apresentar qualquer prova – o que, segundo ele, teria sido desviado pelo PT, que promete processar o ex-gerente da Petrobras
247 - O
executivo Pedro Barusco, um dos maiores corruptos da história do País,
que desviou pelo menos US$ 100 milhões dos cofres da Petrobras, fez o
melhor negócio de sua vida, ao negociar sua delação premiada com a
força-tarefa que conduz a Operação Lava Jato. Ao massacrar o PT, em seu
depoimento de ontem, ele garantiu o direito à liberdade, nos termos do
seu acordo de delação premiada.
A principal acusação é a
de que o PT teria recebido US$ 200 milhões em propinas, por meio do
tesoureiro João Vaccari Neto, segundo foi amplamente noticiado. Ocorre
que Barusco não apresentou uma única prova em relação às supostas
propinas. Não indicou, por exemplo, uma conta, no Brasil ou no exterior,
que seria operada por Vaccari ou pelo PT.
Disse apenas que "estima"
que este teria sido o valor desviado, porque o PT, segundo ele, teria
direito a 1% ou 2% do valor de cada contrato da Petrobras.
Sobre as propinas que ele
próprio recebeu, Barusco, sim, apresentou provas, como um extrato
bancário que aponta a Odebrecht como fonte de um pagamento indevido a
ele, no Panamá. Outro documento que ele apresentou foi uma planilha, com
valores de contratos, e a indicação de 1% ou 2% no valor de cada
contrato – o que não prova absolutamente nada.
No entanto, a Vaccari ou
ao PT, Barusco apenas "estimou" o que teria sido desviado. Foi o
bastante para a construção da tese de que a corrupção de Barusco nos
anos FHC foi uma, bem diferente da corrupção de Barusco nos anos Lula e
Dilma.
Quando roubava na
Petrobras de FHC, Barusco era só um caso isolado de corrupção, ainda não
descoberto. Ao roubar na Petrobras de Lula e Dilma, Barusco passou a
ser parte de um projeto de poder.
A tese, no entanto, ainda não foi comprovada pelos fatos.
Leia, abaixo, reportagem do portal Conjur sobre os termos da delação premiada de Barusco:
FALA PREMIADA
Por delação, Barusco se sujeita a regime aberto e multa de R$ 3,2 milhões
Prisão em regime aberto,
prestação de serviços à comunidade, relatórios bimestrais e multa de R$
3,2 milhões. Essas serão as penas aplicadas ao ex-gerente de serviços da
Petrobras Pedro Barusco, caso seja condenado. Ele aceitou firmar
delação premiada para apontar a existência de fraudes em contratos da
empresa. Os termos do acordo foram divulgados nesta quinta-feira (5/2),
quando o juiz federal Sergio Fernando Moro avaliou que o sigilo não era
mais necessário.
O documento, assinado em
novembro de 2014, diz que qualquer condenação será substituída pela
prisão em regime aberto, por período de dois anos, com recolhimento
domiciliar nos finais de semana. A jornada dos serviços comunitários
será de 30 horas por mês.
Em troca, Barusco se
comprometeu a nunca questionar o acordo nem recorrer das sentenças que
forem proferidas. Também terá de colaborar “amplamente” com o Ministério
Público Federal e outras autoridades públicas, sempre que convocado, e
afastar-se de atividades criminosas.
Ele é defendido pela
advogada Beatriz Catta Preta, que também ajudou a costurar as delações
de outros dois clientes — os executivos Julio Gerin de Camargo e Augusto
Ribeiro de Mendonça Neto, ambos da Toyal Setal.
As declarações de Barusco basearam a nona fase da operação “lava jato”,
deflagrada nesta quinta. Segundo ele, o PT arrecadou entre US$ 150
milhões e US$ 200 milhões de propina retirada dos 90 maiores contratos
da Petrobras, entre 2003 e 2013. O tesoureiro do partido, João Vaccari
Neto, foi conduzido à Polícia Federal em São Paulo para explicar a
origem de recursos.
Em nota, o PT
negou irregularidades nas doações que recebe e afirmou que as falas
“seguem a mesma linha” de outros delatores, que “não apresentam provas
ou sequer indícios de irregularidades e, portanto, não merecem crédito”.
Segundo o texto, “os acusadores serão obrigados a responder na Justiça
pelas mentiras proferidas contra o PT”.
Clique aqui para ler os termos da delação.
Copiado http://www.brasil247.com/pt/
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