Ministro
das Finanças grego admite que não foi preciso nas reformas para
garantir aprovação do resgate de Atenas pelos parlamentos da zona euro.
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Varoufakis: plano de reformas é deliberadamente vago
por Lusa
Fotografia © REUTERS
Ministro
das Finanças grego admite que não foi preciso nas reformas para
garantir aprovação do resgate de Atenas pelos parlamentos da zona euro.
O
ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, declarou hoje ter
apresentado deliberadamente um programa de reformas vago para assegurar o
aval dos parlamentos da zona euro ao prolongamento da ajuda a Atenas.
O
Governo grego entregou no início da semana o muito esperado plano de
reformas que tenciona aplicar, condição imposta pelos parceiros europeus
e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para prolongar quatro meses o
programa de ajuda ao país e para receber um pagamento de 7,2 mil
milhões de euros.
O plano não contém prazos nem compromissos em
números, mas é deliberado, explicou Varoufakis à cadeia de televisão
grega Antenna TV, recordando uma "imprecisão produtiva".
"Nós estamos confiantes com o nível de imprecisão", disse o ministro.
Varoufakis
explicou que teve encontros com determinados homólogos da zona euro que
o aconselharam a não incluir números no documento porque "senão não
seriam aprovados pelos respetivos parlamentos".
Varoufakis
exprimia-se quando os deputados da câmara baixa do Parlamento alemão,
Bundestag, se preparavam para votar a extensão do programa.
O
Bundestag deu hoje 'luz verde' por uma esmagadora maioria, mesmo depois
do ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, ter explicado que a
decisão não tinha sido "fácil".
No plano apresentado à zona euro, o
Governo de esquerda de Alexis Tsipras compromete-se a lutar contra a
fraude e a corrupção, reduzir as despesas do Estado, não travar as
privatizações em curso e cooperar com as instituições internacionais.
Todos estes compromissos devem ser transpostos para projetos legislativos e medidas concretas nas próximas semanas.
Varoufakis
também reconheceu que, atualmente, "os cofres (do Estado) estão
vazios", numa altura em que o país deve reembolsar os empréstimos,
designadamente ao FMI em março.
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