Bilateral Indonésia espera pedido de desculpas do Brasil
A Indonésia espera
um pedido de desculpas do Governo brasileiro pelo adiamento da
apresentação das credenciais do embaixador indonésio designado para o
Brasil e está a analisar todas as áreas da cooperação bilateral, disse
hoje à Lusa fonte oficial.
Mundo
Lusa
O porta-voz da diplomacia indonésia, Armanatha Nasir,
respondeu hoje à Lusa que "um pedido de desculpa está subjacente" na
declaração enviada ao Governo brasileiro sobre os passos que este deve
tomar para resolver a situação diplomática criada pelo adiamento da
apresentação das credenciais do embaixador indonésio.
O responsável falava aos jornalistas após uma reunião no Ministério dos Negócios Estrangeiros da Indonésia, na qual o embaixador designado para o Brasil, Toto Riyanto, relatou o sucedido.
O diplomata foi chamado a Jacarta, após a Presidente brasileira, Dilma Rousseff, ter adiado na sexta-feira o recebimento das suas credenciais até haver uma clarificação da situação das relações diplomáticas entre as duas nações.
"Trata-se um passo muito extraordinário e anti-diplomático", comentou Armanatha Nasir, explicando que Toto Riyanto foi convidado formalmente para apresentar as suas credenciais e quando já se encontrava no Palácio do Planalto para o fazer, "foi-lhe dito que tal não iria acontecer".
Porém, Rousseff recebeu as credenciais dos embaixadores da Venezuela, Panamá, El Salvador, Senegal e Grécia.
Em resposta, o Governo indonésio enviou uma declaração às autoridades brasileiras informando que chamou Toto Riyanto de regresso "até que o governo do Brasil determine a altura em que as credenciais deverão ser apresentadas" e onde constam todos os "passos que devem ser tomados pelo Brasil", respondeu o porta-voz, sem entrar em mais detalhes.
"Todos os aspetos das nossas relações estão atualmente ser analisados e revistos, bem como o que poderemos fazer para seguir em frente e o que precisa de ser feito nos próximos meses, semanas e dias", esclareceu Armanatha Nasir.
O diretor-geral para os Assuntos Europeus e Americanos no Ministério dos Negócios Estrangeiros, Dian Triansyah Djani, que também falava aos jornalistas, sublinhou que a Indonésia "é um país amigável", mas "toda a cooperação deve ser baseada no respeito mútuo e na aceitação da sua soberania".
A diplomacia indonésia convocou o embaixador brasileiro no país, Paulo Soares, logo após a recusa das credenciais para transmitir a sua nota de protesto relativamente ao sucedido, que qualificou de "inaceitável".
Armanatha Nasir sublinhou que a Indonésia tem explicado ao Brasil, "ao nível técnico, ao nível ministerial e até ao nível dos chefes de Estado", que a condenação de dois brasileiros à pena de morte é uma questão de "implementação da lei" indonésia.
"Esperamos que eles entendam isso", completou o porta-voz.
Em janeiro, a execução de Marco Archer por tráfico de drogas gerou um mal-estar entre os dois países, após Dilma Rousseff ter falado diretamente com o Presidente indonésio, Joko Widodo, a pedir clemência.
Outro brasileiro, Rodrigo Gularte, também foi condenado e deverá ser fuzilado muito em breve, mas os familiares esperam que o facto de o condenado ter sido recentemente diagnosticado com esquizofrenia adie a aplicação da pena.
Atualmente, o Brasil e a Indonésia estão também divididos num contencioso no âmbito da Organização Mundial do Comércio relativo ao bloqueio à carne bovina brasileira, que vigora na Indonésia desde 2009.
Jacarta e Brasília têm acordos em várias áreas, desde defesa a proteção das florestas, sendo que a Indonésia é o principal parceiro comercial do Brasil no Sudeste Asiático.
O responsável falava aos jornalistas após uma reunião no Ministério dos Negócios Estrangeiros da Indonésia, na qual o embaixador designado para o Brasil, Toto Riyanto, relatou o sucedido.
O diplomata foi chamado a Jacarta, após a Presidente brasileira, Dilma Rousseff, ter adiado na sexta-feira o recebimento das suas credenciais até haver uma clarificação da situação das relações diplomáticas entre as duas nações.
"Trata-se um passo muito extraordinário e anti-diplomático", comentou Armanatha Nasir, explicando que Toto Riyanto foi convidado formalmente para apresentar as suas credenciais e quando já se encontrava no Palácio do Planalto para o fazer, "foi-lhe dito que tal não iria acontecer".
Porém, Rousseff recebeu as credenciais dos embaixadores da Venezuela, Panamá, El Salvador, Senegal e Grécia.
Em resposta, o Governo indonésio enviou uma declaração às autoridades brasileiras informando que chamou Toto Riyanto de regresso "até que o governo do Brasil determine a altura em que as credenciais deverão ser apresentadas" e onde constam todos os "passos que devem ser tomados pelo Brasil", respondeu o porta-voz, sem entrar em mais detalhes.
"Todos os aspetos das nossas relações estão atualmente ser analisados e revistos, bem como o que poderemos fazer para seguir em frente e o que precisa de ser feito nos próximos meses, semanas e dias", esclareceu Armanatha Nasir.
O diretor-geral para os Assuntos Europeus e Americanos no Ministério dos Negócios Estrangeiros, Dian Triansyah Djani, que também falava aos jornalistas, sublinhou que a Indonésia "é um país amigável", mas "toda a cooperação deve ser baseada no respeito mútuo e na aceitação da sua soberania".
A diplomacia indonésia convocou o embaixador brasileiro no país, Paulo Soares, logo após a recusa das credenciais para transmitir a sua nota de protesto relativamente ao sucedido, que qualificou de "inaceitável".
Armanatha Nasir sublinhou que a Indonésia tem explicado ao Brasil, "ao nível técnico, ao nível ministerial e até ao nível dos chefes de Estado", que a condenação de dois brasileiros à pena de morte é uma questão de "implementação da lei" indonésia.
"Esperamos que eles entendam isso", completou o porta-voz.
Em janeiro, a execução de Marco Archer por tráfico de drogas gerou um mal-estar entre os dois países, após Dilma Rousseff ter falado diretamente com o Presidente indonésio, Joko Widodo, a pedir clemência.
Outro brasileiro, Rodrigo Gularte, também foi condenado e deverá ser fuzilado muito em breve, mas os familiares esperam que o facto de o condenado ter sido recentemente diagnosticado com esquizofrenia adie a aplicação da pena.
Atualmente, o Brasil e a Indonésia estão também divididos num contencioso no âmbito da Organização Mundial do Comércio relativo ao bloqueio à carne bovina brasileira, que vigora na Indonésia desde 2009.
Jacarta e Brasília têm acordos em várias áreas, desde defesa a proteção das florestas, sendo que a Indonésia é o principal parceiro comercial do Brasil no Sudeste Asiático.
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